Plínio Salgado
Em
vos falando da verdade, pergunto-vos: existe uma verdade da “direita” e outra
da “esquerda”? Onde está a verdade? Como atingirmos a verdade?
Respondo-vos,
dizendo que não existe uma verdade da “direita” ou da “esquerda”, porque no
sistema do mundo, na essência do cosmos,
não existe nem “esquerda” e nem “direita”, e sim condições de movimentos e
processos de expressão de forças eternas, de um modo imutável.
A
Verdade está no Absoluto das coisas e nós a atingiremos pela Concepção Integral
do Universo.
Eis
aí como o nosso Integralismo supera todas as correntes de ideias que costumam
evocar, para estabelecer comparações, os poucos versados em nossa doutrina.
Não
nos limitamos ao terreno econômico e social, porquanto partimos da esfera
filosófica e estabelecemos um sistema de consideração do mundo, segundo o qual
subordinamos o nosso pensamento político. Esse sistema não se submete ao ângulo
estreito das concepções unilaterais, nem tampouco se restringe ao agnosticismo
debilitante da burguesia epicurista ou empírica.
O
nosso pensamento tem o sentido expressivo deste século, cujo espírito os
pensadores da Europa ainda não apreenderam. Esse espírito é de Síntese.
SALGADO, Plínio. A Quarta Humanidade. 1. ed. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1934; págs. 90 e 91. A passagem transcrita faz parte da
Conferência “No Limiar do Século XX”, proferida originalmente na Faculdade de
Direito de Recife (1933) e repetida na Associação Universitária da Bahia e no
Teatro José de Alencar, em Fortaleza, e posteriormente enfeixada na Obra “A
Quarta Humanidade”.
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