Ao esgotar-se a 1ª edição de "O Estrangeiro", Plínio Salgado recebeu um Bronze de seus admiradores e agradeceu com o Discurso "A Anta e o Curupira". |
A Semana de Arte
Moderna de 1922 pode ser considerada como marco do modernismo no Brasil. O evento
aconteceu na capital paulista e reuniu intelectuais de distintas linhas
ideológicas. Apesar das divergências, buscavam a mudança da velha mentalidade
estética por outra, em valores e propósitos. Tal semana, na época em que
ocorreu, não abalou estruturas e nem foi um movimento de massa. Sua repercussão
só ganharia contornos nos anos sucessivos.
Dentre os
desdobramentos da Semana, surge o Movimento Cultural Verde-Amarelo e Grupo
Anta, fundado em 1926. O movimento contou com a presença do jornalista e
escritor Plínio Salgado, que teve ao seu lado nomes como Cassiano Ricardo,
Menotti del Picchia e Cândido Mota Filho. Eram os fomentadores do Manifesto do
Verde-Amarelismo, que tem como base o nacionalismo tupi.
Anteriormente a sua
participação na Semana de Arte Moderna, Plínio Salgado passou por um momento
que mudaria o rumo de suas convicções filosóficas. Antes da morte de sua
esposa, em 1919, o jornalista teve contato com doutrinas materialistas e
revolucionárias de Sorel, Marx, Trotski e Feuerbach. Entretanto, com a perda da
companheira, o escritor buscaria refugio no Cristianismo, que passará a
influenciar sua produção literária.
Em 1922, sua
presença na Semana de Arte Moderna foi crucial para a formação intelectual e
política de seu pensamento, sendo ela responsável pelo amadurecimento de suas
convicções ideológicas nacionalistas. Foi por meio de sua atuação no movimento
modernista que Plínio Salgado confirmou seu sentimento patriótico, travando
debates com outra vertente modernista, composta por Mário de Andrade. Em sua
produção literária, o jornalista ressalta a importância de valores para a
constituição de uma identidade brasileira.
O estilo modernista
adotado por Plínio Salgado em suas obras literárias acabou sendo visto com
preconceito, devido a sua atuação política ter sido associada ao nazi-facismo.
Esta acusação normalmente partia dos intelectuais de esquerda, que se opunham à
sua visão dualista, visto que se embasavam no materialismo e no relativismo
cultural para produção de suas obras.
Observando a obra
do autor, é possível notar seu respeito ao ser humano, e o culto a virtudes que
são necessárias para uma plena convivência com o próximo, mostrando que para
ser intelectual e romper com velhos paradigmas não é necessário negar valores que
são imutáveis, como Deus, a família, e a Pátria. De fato, Salgado é um exemplo
para os intelectuais da pós-modernidade, que para serem aceitos assumem
posicionamentos ateístas e agnósticos, que não respondem aos seus anseios
interiores.
* Estudante de Jornalismo
(Quarto Semestre). Araçatuba, São Paulo.
Acesso em 16 de Janeiro de 2014.
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