Esclarecimento: A publicação do Artigo abaixo só foi possível graças a generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: https://www.instagram.com/paulofernandodf/
A PROVÍNCIA DO MAR (29/03/1936)
Plínio Salgado
Eu ontem
visitei a Província do Mar.
A Província
do Mar é, no Integralismo, o setor glorioso dos marinheiros do Brasil.
Eu gosto de
visitar essa Província, porque sinto percorrendo os salões da sua sede, que
fica ali perto das águas da baía, junto ao cais, o cheiro das maresias e o
convite dos largos ventos defraldados sobre a superfície verde do Atlântico.
Como me sinto
bem no meio dos marinheiros da minha Pátria!
Marinheiros
dos navios mercantes, que andam, de porto em porto, consolidando a unidade nacional!
Marinheiros dos vasos de guerra, sentinelas da Arca da Aliança das tradições do
meu Brasil!
*
* *
Rudes
marujos, tostados pelo sol dos trópicos, perfis enérgicos de dominadores do
mar, o Integralismo deu-lhes um sentido de grandeza, e eles veem sonhar comigo
uma Grande Nação.
Como eu
sinto, junto deles, a miragem do Futuro! Esta consciência de força que estamos criando,
sob a estrela do Sigma, realizará, por certo, o milagre supremo. E eu vejo, com
os meus olhos de devassar o Porvir, a grande esquadra, a grande marinha
mercante, a poderosa aviação naval, que um dia honrarão nosso Povo,
glorificando os nossos descendentes.
*
* *
Como sou
grato a estes bravos marujos, que na sua sede me receberam com seus frenéticos
"anauês!"...
Grita na sua
voz toda a voz do Passado; o timbre audaz do comando nas horas trágicas e
gloriosas: o rugido dos canhões, afirmando a soberania nacional; o clamor das
tempestades no mar alto; mugido dos apitos; o canto das ondas verdes...
Há nos seus olhos brilho, o mesmo
brilho que rutilou no olhar dos marinheiros da primeira esquadra das lutas da Independência;
o entusiasmo de seus semblantes ainda é aquele que incendiou os rostos tostados
dos brasileiros no Passo da Pátria, como na etapa gloriosa de Riachuelo.
*
* *
Que pretendem
eles, nos dias escuros de hoje? Sustentar a honra do Brasil contra o comunismo
e a anarquia.
Que fazem eles
no Integralismo? Aprendem a ser mais corretos, mais disciplinados, mais laboriosos
nos seus corpos, nas suas guarnições.
Que sonham eles?
Uma Grande Pátria.
Mas, uma Pátria,
construída em que fundamentos? Nos únicos fundamentos estáveis, indestrutíveis:
Deus, Pátria, Família.
Como se
portam perante o Poder Constituído? Respeitosamente.
De que modo
querem vencer? Pela formação de uma consciência nacional, pela união de todos
os brasileiros, pela unidade de um pensamento e de um sentimento.
Quando? Não
os interessa; um dia, o Brasil inteiro clamará, apelando para os
camisas-verdes. Os camisas-verdes não são nem governistas, nem oposicionistas:
são brasileiros e amam seus irmãos, ainda quando afastados deles e mesmo quando
sejam seus inimigos.
A Província
do Mar é uma escola de civismo, de patriotismo, de abnegação, de disciplina, de
entusiasmo, de energia. Ali se retemperam os espíritos. Quando todos os
brasileiros forem iguais a estes, haverá paz, tranquilidade, prosperidade,
força nacionais,
*
* *
A minha
visita à Província do Mar encantou-me. Mais de uma centena de navios leva no
seu bojo um núcleo do Sigma. Eles realizam o milagre da multiplicação, tanto no
mar como em terra, por onde andam.
Numa viagem que
fiz a Santa Catharina, trocamos radiogramas com as tripulações integralistas
dos navios em trânsito. A nossa saudação ritual tem cruzado constantemente os
espaços marítimos. É a voz do Brasil, a mesma voz que retumba nos sertões
remotos e atravessa o oceano.
Neste
momento, tão triste, encontrei motivos de alegria intensa junto dos
camisas-verdes da Província do Mar.
Eu lhes
dirigi a palavra. O salão vibrou delirantemente.
*
* *
A saída
passei por um gabinete, onde dois mocinhos trabalhavam, dando conta de suas tarefas.
Olhei bem para eles. Pensei comigo: "Possa eu construir a Grande Nação: e
que, um dia, as crianças de hoje. que serão moços de amanhã, exatamente como
estes, cerrem minhas pálpebras, enquanto os meus ouvidos escutem um rumor de
trabalho e de força, de alegria e de glória".
Saí por entre
centenas de marítimos. Seus olhos brilhavam. Suas fisionomias se abriam. E eu
caminhei, no meio deles, sentindo, no fundo do coração, que uma grande obra já
está realizada pelo Integralismo.
Indestrutivelmente.
Para sempre.
Publicado originalmente
n’A OFFENSIVA, em 29 de Março de
1936.
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