Esclarecimento: A
publicação do Artigo abaixo só foi possível graças à generosa colaboração do
Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida, profundo pesquisador da
História do Brasil, possuidor da maior Pliniana existente, que nos permitiu o
acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é Deputado Federal pelo Distrito
Federal. Aos que desejarem conhecer mais o trabalho do Prof. Paulo Fernando
indicamos: https://www.instagram.com/paulofernandodf/
COMPREENSÃO (23/04/1936)
Plínio
Salgado
Os camisas-verdes no atual momento brasileiro,
entre as grandes dificuldades que se lhes antepõem e contra as quais oferecem,
numa luta tenaz, energia da sua perseverança, glorificando-se, justamente, com
o superá-las, terão de contar, com a maior de todas, a incompreensão de muitos
brasileiros, cujos olhos foram vasados pelos interesses de campanário.
Quando um brasileiro, seja de que categoria
social for, consegue, mediante o clássico estalo na cabeça que iluminou um dia
o Padre Vieira, compreender o Integralismo, nós não temos dúvidas nenhumas: ele
será, quando não um camisa-verde, pelo menos um simpatizante, ou, na pior das
hipóteses, um patrício incapaz de guerrear, de qualquer modo, este movimento
que exprime a própria dignidade da Nação.
Enquanto esse estalo na cabeça não sobrevém,
para esclarecer uma consciência turvada pelas paixões dos partidos ou pelos
caprichos da politicagem, o cego e surdo moral continua a ser um perseguidor de
seus irmãos que outra coisa não querem senão salvaguardar tudo o que o Brasil
tem de mais caro nas suas tradições e na sua honra.
É assim que, em Minas Gerais somos obrigados a
recorrer aos juízes e tribunais, reclamando por direitos que nos assistem como
partido político organizado, como o único partido nacional. É assim também que,
em Santa Catarina, no Paraná, tivemos de solicitar remédios judiciários para o
exercício dos mais legítimos direitos e a prática do mais puro patriotismo. E é
assim que, nos dias transcorrentes, assistimos à tremenda opressão que sofrem
os integralistas da Bahia, os sertanejos de todas as regiões do território
baiano, pelo crime de amarem o Brasil e desejarem para ele uma posição de
destaque no concerto internacional.
Tudo porque o verbo COMPREENDER não é
conjugado pelas autoridades desses Estados. Pois estamos certos de que, no dia
em que essas autoridades, que afinal de contas são brasileiras como nós e não
podem desejar, em hipótese alguma, a desgraça do Brasil, compreenderem os
serviços que o Integralismo já prestou à Ordem, o papel relevante que desempenhou
como atmosfera de patriotismo, de nacionalismo, de espiritualismo, na recente
revolução comunista de novembro, nesse dia, essas autoridades não criarão mais
os mínimos óbices a um movimento ao qual o país já deve os mais relevantes
serviços.
Basta olhar para o que se passa na Capital da
República.
Aqui, o Integralismo é compreendido, é respeitado,
podendo agir livremente no desenvolvimento de uma propaganda
cívica notabilíssima pela sua eficiência.
Saibam
os governadores dos Estados, os chefes de Polícia de todo o Brasil e os
delegados de polícia de todos os municípios, que na Capital da República, os
camisas-verdes contam com a visão superior das autoridades e, por isso, a sua
propaganda pacífica, honesta, leal, por Deus, Pátria e Família, pela
sustentação dos princípios morais em que se embasa a dignidade da Nação, é exercida
com toda a liberdade.
Em
nossa edição de ontem e na de hoje, estampamos os "clichés" relativos
à concentração de integralistas no campo de um dos núcleos municipais da
Guanabara.
Foi,
na verdade, um espetáculo imponente, pela sua grandeza, pelo ritmo de
disciplina revelado, pelo entusiasmo que brilhava nos olhares e convicção que
se exprimia nas atitudes.
Homens
de todas as idades e de todas as posições sociais - altos comerciantes, generais
reformados, professores de escolas superiores, médicos, advogados, engenheiros,
comerciários, estudantes, operários, mulheres e crianças, numa vibração inenarrável,
reafirmaram sua fé inabalável nos destinos da Pátria e do movimento que abraçaram,
nutrindo a íntima certeza de que ele será a salvação do país.
Esta
deve ser a hora da boa vontade. Esta deve ser a hora em que todos os
brasileiros dignos, honestos, devem esquecer seus interesses de partido, seus caprichos
regionais, não mais olhando o integralismo como um inimigo, porém, como um
baluarte, e o mais decisivo da defesa de suas próprias famílias e de tudo o que
representa a honradez e a altivez do povo brasileiro.
Que
todos aqueles que ocupam uma parcela de autoridade no Brasil, mirem-se no
espelho que oferecemos em nossa primeira pagina.
Idolatrado
por todos os homens de bem da Capital da República, respeitado pelas
autoridades, que os camisas-verdes sabem também respeitar, o movimento do Sigma
numa aureola de popularidade, numa atmosfera de amor que lhe dedicam as famílias
e toda a população carioca, prossegue, livremente, na propaganda de seus nobres
ideais e na arregimentação de suas forças eleitorais, culturais e, sobretudo,
morais e espirituais, funcionando com toda a liberdade e encantando a todos os
que nele veem as esperanças mais vivas e luminosas de uma Pátria.
Que
esse exemplo sirva de padrão para todas as consciências de brasileiro de todo
país.
Publicado
originalmente n’A OFFENSIVA, em 23
de Abril de 1936.
Nenhum comentário:
Postar um comentário