quarta-feira, 7 de junho de 2023

Eleições Municipais (13/03/1936)

Esclarecimento: A publicação do Artigo abaixo só foi possível graças a generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: https://www.instagram.com/paulofernandodf/

 

Eleições Municipais (13/03/1936)

Plínio Salgado.

 

Realizam-se, depois de amanhã, as eleições municipais no Estado de São Paulo.

 

Os integralistas daquela Província comparecerão as urnas, como está acontecendo em todos as demais circunscrições da República.

As recentes vitórias dos soldados do Sigma em Alagoas e Santa Catarina, como anteriormente, no Paraná, na Bahia, no Espírito Santo, em Pernambuco, no Rio Grande do Sul, autorizam-nos a prever para os camisas-verdes paulistas um notável triunfo.

 

A animação geral, em todos os municípios; a intensidade da propaganda a que se estão entregando os oradores do Sigma; o ambiente de simpatia que forma a atmosfera em que respira o movimento que pertence às forças novas da terra bandeirante, tudo isso vem demonstrar a vitalidade do integralismo e assegurar o êxito mais completo a uma corrente nova, capaz de sustentar a batalha eleitoral com velhos partidos tradicionalmente organizados.

 

A cartografia partidária de São Paulo oferece-nos, atualmente, um esquema promissor à posição dos integralistas. Em todos os municípios, os dois partidos liberais-democratas se encontram mais ou menos, equilibrados.

 

Como se sabe, o prefeito de cada cidade terá de sair do voto dos vereadores eleitos na próxima eleição de depois de amanhã. Isso significa apenas que, do voto dos vereadores integralistas dependerá o governo das cidades de São Paulo.

 

Os camisas-verdes pretendem eleger, sob cálculo pessimista, uma média de dois vereadores em cada Câmara Municipal. Nestas condições, haverá na terra paulista cerca de 500 (quinhentos) vereadores.

 

Esse cálculo é razoável, porque há cidades, como Mogi Mirim, Presidente Prudente, Cravinhos, Colina, e muitas outras, onde o número de vereadores será maior.

 

A psicologia do pleito, porém, varia entre os contendores. Para o Partido Constitucionalista a eleição municipal em São Paulo equivale a um ato de defesa. Para o Partido Republicano Paulista, trata-se do ataque para a conquista das posições municipais, indispensáveis como base para a tomada do poder estadual. Para os Integralistas, as eleições representam um trecho regional de uma estatística nacional levantada através dos Tribunais Eleitorais.

 

Quando determinei que os camisas-verdes em todo o país comparecessem às eleições municipais, eu o fiz por vários motivos, entre os quais, o fundamental, que é prepararmo-nos para as eleições presidenciais da República, ao mesmo tempo evidenciando a quantos ainda não querem acreditar, ou fingem não acreditar na realidade da força integralista, que não costumamos publicar estatísticas falsas a respeito do progresso do movimento integralista.

 

Dentro em breve, em todos os Estados se realizarão eleições municipais. O que se está vendo em Santa Catharina, dar-se-á em todas as Províncias.

 

As recentes vitórias esmagadoras que os camisas-verdes obtiveram em Blumenau e Joinville, são índices de uma potencia politica nacional.

 

As tremendas compressões governamentais na Bahia, exercidas com a máxima tirania e desrespeito à vontade popular, que é a consciência da liberal-democracia, equivaleram ao maior triunfo moral, pois foi o próprio governo quem se incumbiu de ilustrar com exemplos deprimentes, a insuficientes de um sistema político já incapaz de funcionar, não apenas no Brasil, mas em todas as nações.

 

O próximo pleito no território de São Paulo virá, ainda, demonstrar que na terra bandeirante o integralismo, que ali nasceu, desenvolveu-se de um modo espantoso.

 

É possível que muita gente ainda não acredite nisso. Nós levantaremos, agora, a estatística em 265 cidades,

 

Eu confio, de um modo absoluto, na ação dos chefes municipais de São Paulo. Eles não farão menos que os seus colegas de Santa Catarina. Tenho certeza que eles cumprirão o seu dever. E aguardo, tranquilamente, a nossa vitória, certo de que o governo Paulista será mais decente do que o foram outros governos, cuja perseguição implacável aos camisas-verdes os manchou para sempre.

Aos eleitores integralistas de São Paulo, de todas as cidades paulistas, envio uma ordem, imperativa, que se contém nesta simples frase:

 

Eu também irei hoje a São Paulo, para votar depois de amanhã.

 

Publicado originalmente n’A OFFENSIVA, em 13 de Março de 1936.

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