Eleições
Municipais (13/03/1936)
Plínio
Salgado.
Realizam-se, depois de amanhã, as eleições
municipais no Estado de São Paulo.
Os integralistas daquela Província comparecerão as
urnas, como está acontecendo em todos as demais circunscrições da República.
As recentes vitórias dos soldados do Sigma em
Alagoas e Santa Catarina, como anteriormente, no Paraná, na Bahia, no Espírito
Santo, em Pernambuco, no Rio Grande do Sul, autorizam-nos a prever para os
camisas-verdes paulistas um notável triunfo.
A animação geral, em todos os municípios; a
intensidade da propaganda a que se estão entregando os oradores do Sigma; o
ambiente de simpatia que forma a atmosfera em que respira o movimento que
pertence às forças novas da terra bandeirante, tudo isso vem demonstrar a
vitalidade do integralismo e assegurar o êxito mais completo a uma corrente
nova, capaz de sustentar a batalha eleitoral com velhos partidos tradicionalmente
organizados.
A cartografia partidária de São Paulo oferece-nos,
atualmente, um esquema promissor à posição dos integralistas. Em todos os
municípios, os dois partidos liberais-democratas se encontram mais ou menos,
equilibrados.
Como se sabe, o prefeito de cada cidade terá de sair
do voto dos vereadores eleitos na próxima eleição de depois de amanhã. Isso significa
apenas que, do voto dos vereadores integralistas dependerá o governo das
cidades de São Paulo.
Os camisas-verdes pretendem eleger, sob cálculo
pessimista, uma média de dois vereadores em cada Câmara Municipal. Nestas
condições, haverá na terra paulista cerca de 500 (quinhentos) vereadores.
Esse cálculo é razoável, porque há cidades, como
Mogi Mirim, Presidente Prudente, Cravinhos, Colina, e muitas outras, onde o número
de vereadores será maior.
A psicologia do pleito, porém, varia entre os
contendores. Para o Partido Constitucionalista a eleição municipal em São Paulo
equivale a um ato de defesa. Para o Partido Republicano Paulista, trata-se do
ataque para a conquista das posições municipais, indispensáveis como base para
a tomada do poder estadual. Para os Integralistas, as eleições representam um
trecho regional de uma estatística nacional levantada através dos Tribunais Eleitorais.
Quando determinei que os camisas-verdes em todo
o país comparecessem às eleições municipais, eu o fiz por vários motivos, entre
os quais, o fundamental, que é prepararmo-nos para as eleições presidenciais da
República, ao mesmo tempo evidenciando a quantos ainda não querem acreditar, ou
fingem não acreditar na realidade da força integralista, que não costumamos
publicar estatísticas falsas a respeito do progresso do movimento integralista.
Dentro em breve, em todos os Estados se realizarão
eleições municipais. O que se está vendo em Santa Catharina, dar-se-á em todas
as Províncias.
As recentes vitórias esmagadoras que os camisas-verdes
obtiveram em Blumenau e Joinville, são índices de uma potencia politica
nacional.
As tremendas compressões governamentais na
Bahia, exercidas com a máxima tirania e desrespeito à vontade popular, que é a consciência
da liberal-democracia, equivaleram ao maior triunfo moral, pois foi o próprio
governo quem se incumbiu de ilustrar com exemplos deprimentes, a insuficientes
de um sistema político já incapaz de funcionar, não apenas no Brasil, mas em todas
as nações.
O próximo pleito no território de São Paulo
virá, ainda, demonstrar que na terra bandeirante o integralismo, que ali nasceu,
desenvolveu-se de um modo espantoso.
É possível que muita gente ainda não acredite
nisso. Nós levantaremos, agora, a estatística em 265 cidades,
Eu confio, de um modo absoluto, na ação dos
chefes municipais de São Paulo. Eles não farão menos que os seus colegas de
Santa Catarina. Tenho certeza que eles cumprirão o seu dever. E aguardo, tranquilamente,
a nossa vitória, certo de que o governo Paulista será mais decente do que o foram
outros governos, cuja perseguição implacável aos camisas-verdes os manchou para
sempre.
Aos eleitores integralistas de São Paulo, de
todas as cidades paulistas, envio uma ordem, imperativa, que se contém nesta
simples frase:
Eu também irei hoje a São Paulo, para votar
depois de amanhã.
Publicado originalmente n’A OFFENSIVA, em 13 de Março de 1936.
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