Esclarecimento: A publicação do Artigo abaixo só foi
possível graças à generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder
Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior
Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente,
é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: https://www.instagram.com/paulofernandodf/
Encontro com o futuro (06/02/1936)
PLINIO SALGADO
No
discurso de encerramento do Conclave Nacional Integralista exclamei aos
camisas-verdes: "Prestai atenção para esta data - 1936!"
Este
ano é, realmente, o ano da grande messe, ano de colheitas maravilhosas. Período
solar do movimento do Sigma.
1932
foi o desbravamento;
1933
foi a semeadura;
1934
o esplendor floral na glória do sacrifício e do sangue derramado pelo bem do
Brasil;
1935
a fase magnífica do fruto: a nossa ideia concretizada em milhares de núcleos em
todo o país.
Este
1936 está sendo o período inicial da colheita.
*
* *
São apreciáveis
estes meses de janeiro e fevereiro.
Realizamos,
com um entusiasmo vibrante, o Conclave Nacional Integralista. Lançámos o
manifesto-programa, objetivando, depois de três anos de evangelização, os
delineamentos precisos do Estado Integral. Reunimos a primeira Convenção Sindical,
trazendo ao Rio o operário de todo o Brasil, e essa Convenção atingiu tal êxito
que sou levado a convocar uma outra para maio. Transformamos o nosso semanário
A OFFENSIVA em diário matutino. Publicamos, em São Paulo, uma revista de
cultura, "Panorama", índice do pensamento nacional. Convocamos o
Primeiro Congresso Nacional Feminino que se realizará em São Paulo, em abril.
E, finalmente, apresentamos aos olhos maravilhados da Pátria, o espetáculo
imponente do Primeiro Congresso Universitário Nacional, em São João d'El-Rey.
*
* *
Esse
Congresso de Estudantes Brasileiros eu o considero o mais significativo, o mais
grave, o mais, decisivo para o país, de todos os que, de tempos para cá, possam
ter impressionado o povo brasileiro.
É a
primeira vez que se reúnem universitários de todas as províncias, para tratar de
assuntos de doutrina social e política; para apresentar teses sobre temas técnicos;
para se conhecerem mutuamente e solidificarem as bases de uma Unidade Nacional
que se estrutura na unidade de pensamento e na unidade de sentimento,
Nunca
os estudantes do Brasil se reuniram assim. Escolhi Minas Gerais para ser o
local do encontro da Nacionalidade consigo própria. Determinei que esse espetáculo
glorioso de mocidade, de força e de beleza, de atitude moral e intelectual, tivesse
por sublime moldura a cidade velha, tradicional, cheia de poesia do passado:
São João d'El-Rey.
*
* *
No
dia 9 encontrarei, naquela cidade mineira, os representantes dos Universitários
Integralistas de toda a nossa Pátria. Serão algumas centenas.
Em
nome de que comparecem?
Em
nome do Futuro.
Que
pretendem?
Assumir
a responsabilidade dos dias vindouros e dos destinos do Brasil.
Por
que viajam de tão longe, de tão remotas cidades para se encontrarem em São João
d'El-Rey?
Foi
porque ouviram, do fundo da sua inquietação, os clamores de uma nacionalidade
que os esperava havia muito tempo.
E
eu, que irei ao encontro deles, em nome do que compareço?
-Em
nome dos sofrimentos de uma geração sacrificada, das dores dos humildes, do
desespero dos oprimidos, das revoltas de uma Pátria que quer ser livre e forte,
do longo martírio de uma luta tenaz e sem tréguas.
Que
pretendo?
Entregar
a eles, universitários, que são o próprio futuro do Brasil, uma herança que é
limpa de crimes e que lhes têm custado mil dores ignoradas. Vou instituir os
herdeiros presuntivos de uma construção gloriosa, na qual já me alcei dos
alicerces e prossigo nas grandes colunas mestras, como quem levanta um bloco
firme de arquitetura imortal.
Quero,
agora, nesta fase em que sinto a plenitude da minha força, na hora em que o sol
da vida resplandece dominador. Iluminando, diante de meus olhos, o panorama de
um grande sonho americano, mostrar aos que futuramente irão continuar esta
marcha e transmitir esse entusiasmo às crianças que agora estão nascendo, toda
a extensão das tarefas pertencentes a sucessivas gerações.
Em
São João d'El-Rey, perante os universitários de todo e Brasil, encontro-me também
com minha própria Pátria, para que reciprocamente nos julguemos e possamos nos compreender
de um modo mais profundo.
No
Brasil presente, que todo o povo do meu país compreenda a grandeza sem
precedentes do Primeiro Congresso Universitário Nacional de São João d'El-Rey.
Publicado
originalmente n’A OFFENSIVA, em 06
de FEVEREIRO de 1936.
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