sábado, 21 de outubro de 2023

Encontro com o futuro (06/02/1936)

 

Esclarecimento: A publicação do Artigo abaixo só foi possível graças à generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: https://www.instagram.com/paulofernandodf/

Encontro com o futuro (06/02/1936)

PLINIO SALGADO

No discurso de encerramento do Conclave Nacional Integralista exclamei aos camisas-verdes: "Prestai atenção para esta data - 1936!"

Este ano é, realmente, o ano da grande messe, ano de colheitas maravilhosas. Período solar do movimento do Sigma.

1932 foi o desbravamento;

1933 foi a semeadura;

1934 o esplendor floral na glória do sacrifício e do sangue derramado pelo bem do Brasil;

1935 a fase magnífica do fruto: a nossa ideia concretizada em milhares de núcleos em todo o país.

Este 1936 está sendo o período inicial da colheita.

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São apreciáveis estes meses de janeiro e fevereiro.

Realizamos, com um entusiasmo vibrante, o Conclave Nacional Integralista. Lançámos o manifesto-programa, objetivando, depois de três anos de evangelização, os delineamentos precisos do Estado Integral. Reunimos a primeira Convenção Sindical, trazendo ao Rio o operário de todo o Brasil, e essa Convenção atingiu tal êxito que sou levado a convocar uma outra para maio. Transformamos o nosso semanário A OFFENSIVA em diário matutino. Publicamos, em São Paulo, uma revista de cultura, "Panorama", índice do pensamento nacional. Convocamos o Primeiro Congresso Nacional Feminino que se realizará em São Paulo, em abril. E, finalmente, apresentamos aos olhos maravilhados da Pátria, o espetáculo imponente do Primeiro Congresso Universitário Nacional, em São João d'El-Rey.

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Esse Congresso de Estudantes Brasileiros eu o considero o mais significativo, o mais grave, o mais, decisivo para o país, de todos os que, de tempos para cá, possam ter impressionado o povo brasileiro.

É a primeira vez que se reúnem universitários de todas as províncias, para tratar de assuntos de doutrina social e política; para apresentar teses sobre temas técnicos; para se conhecerem mutuamente e solidificarem as bases de uma Unidade Nacional que se estrutura na unidade de pensamento e na unidade de sentimento,

Nunca os estudantes do Brasil se reuniram assim. Escolhi Minas Gerais para ser o local do encontro da Nacionalidade consigo própria. Determinei que esse espetáculo glorioso de mocidade, de força e de beleza, de atitude moral e intelectual, tivesse por sublime moldura a cidade velha, tradicional, cheia de poesia do passado: São João d'El-Rey.

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No dia 9 encontrarei, naquela cidade mineira, os representantes dos Universitários Integralistas de toda a nossa Pátria. Serão algumas centenas.

Em nome de que comparecem?

Em nome do Futuro.

Que pretendem?

Assumir a responsabilidade dos dias vindouros e dos destinos do Brasil.

Por que viajam de tão longe, de tão remotas cidades para se encontrarem em São João d'El-Rey?

Foi porque ouviram, do fundo da sua inquietação, os clamores de uma nacionalidade que os esperava havia muito tempo.

E eu, que irei ao encontro deles, em nome do que compareço?

-Em nome dos sofrimentos de uma geração sacrificada, das dores dos humildes, do desespero dos oprimidos, das revoltas de uma Pátria que quer ser livre e forte, do longo martírio de uma luta tenaz e sem tréguas.

Que pretendo?

Entregar a eles, universitários, que são o próprio futuro do Brasil, uma herança que é limpa de crimes e que lhes têm custado mil dores ignoradas. Vou instituir os herdeiros presuntivos de uma construção gloriosa, na qual já me alcei dos alicerces e prossigo nas grandes colunas mestras, como quem levanta um bloco firme de arquitetura imortal.

Quero, agora, nesta fase em que sinto a plenitude da minha força, na hora em que o sol da vida resplandece dominador. Iluminando, diante de meus olhos, o panorama de um grande sonho americano, mostrar aos que futuramente irão continuar esta marcha e transmitir esse entusiasmo às crianças que agora estão nascendo, toda a extensão das tarefas pertencentes a sucessivas gerações.

Em São João d'El-Rey, perante os universitários de todo e Brasil, encontro-me também com minha própria Pátria, para que reciprocamente nos julguemos e possamos nos compreender de um modo mais profundo.

No Brasil presente, que todo o povo do meu país compreenda a grandeza sem precedentes do Primeiro Congresso Universitário Nacional de São João d'El-Rey.

Publicado originalmente n’A OFFENSIVA, em 06 de FEVEREIRO de 1936.

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