O renomado escritor Ascendino Leite, no seu afamado “As Coisas Feitas”, insuspeitamente, pois nunca foi Integralista, protesta contra o silêncio criminoso em relação a Plínio Salgado e sua Obra, eis o que ele diz:
“Plínio foi (é) um exemplo ilustrativo do que afirmo. Sua obra
literária, propriamente dita, que abrange romances como O Esperado e O
Estrangeiro, está a sofrer o obscurecimento planejado de historiadores e
críticos engajados em campo oposto ao do inspirador do Integralismo, no sentido
de destruir qualquer lembrança do valor dessa mesma obra.
“(...).
“Não me canso de ler essa Vida de Jesus, de Plínio Salgado, obra prima,
duma grande, extraordinária perfeição. Sobre o tema, não há em português uma só
que a supere sob qualquer aspecto em que se a aprecie. Linguagem, composição e
estilo, tudo nela exprime o máximo das qualidades positivas dum escritor, dum
poeta, dum mestre apaixonado pelo seu tema, sem exagero, sem heresia. Mais de
vinte edições, uma dezena fora do nosso país, em outros idiomas.
“Mas entre nós quem fala nela? Silêncio completo. Até a Igreja Católica
parece ignorá-la. Ninguém, nenhum crítico, nem mesmo Tristão de Ataíde, se
abala a comentar a existência desse livro, não obstante a singular mensagem que
nele se contém, - belíssimo monumento dedicado à propagação da divindade, da
glória e da humanidade de Cristo. Livro tão importante quanto o de Renan. Bem
mais perfeito e tocante que o de Mauriac.
“A censura política cegou o espírito crítico em nosso país e acabou
transformando o seu autor num escritor maldito, e a sua considerável
contribuição à nossa expressão literária, numa obra proibida”.
LEITE, Ascendino. As Coisas Feitas – Jornal Literário.
Rio de Janeiro: Eda Editora, 1980; págs. 125 e 126.
Nenhum comentário:
Postar um comentário