sexta-feira, 29 de março de 2024

COMPREENSÃO (23/04/1936)

 

Esclarecimento: A publicação do Artigo abaixo só foi possível graças à generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: https://www.instagram.com/paulofernandodf/

COMPREENSÃO (23/04/1936)

Plínio Salgado

Os camisas-verdes no atual momento brasileiro, entre as grandes dificuldades que se lhes antepõem e contra as quais oferecem, numa luta tenaz, energia da sua perseverança, glorificando-se, justamente, com o superá-las, terão de contar, com a maior de todas, a incompreensão de muitos brasileiros, cujos olhos foram vasados pelos interesses de campanário.

Quando um brasileiro, seja de que categoria social for, consegue, mediante o clássico estalo na cabeça que iluminou um dia o Padre Vieira, compreender o Integralismo, nós não temos dúvidas nenhumas: ele será, quando não um camisa-verde, pelo menos um simpatizante, ou, na pior das hipóteses, um patrício incapaz de guerrear, de qualquer modo, este movimento que exprime a própria dignidade da Nação.

Enquanto esse estalo na cabeça não sobrevém, para esclarecer uma consciência turvada pelas paixões dos partidos ou pelos caprichos da politicagem, o cego e surdo moral continua a ser um perseguidor de seus irmãos que outra coisa não querem senão salvaguardar tudo o que o Brasil tem de mais caro nas suas tradições e na sua honra.

É assim que, em Minas Gerais somos obrigados a recorrer aos juízes e tribunais, reclamando por direitos que nos assistem como partido político organizado, como o único partido nacional. É assim também que, em Santa Catarina, no Paraná, tivemos de solicitar remédios judiciários para o exercício dos mais legítimos direitos e a prática do mais puro patriotismo. E é assim que, nos dias transcorrentes, assistimos à tremenda opressão que sofrem os integralistas da Bahia, os sertanejos de todas as regiões do território baiano, pelo crime de amarem o Brasil e desejarem para ele uma posição de destaque no concerto internacional.

Tudo porque o verbo COMPREENDER não é conjugado pelas autoridades desses Estados. Pois estamos certos de que, no dia em que essas autoridades, que afinal de contas são brasileiras como nós e não podem desejar, em hipótese alguma, a desgraça do Brasil, compreenderem os serviços que o Integralismo já prestou à Ordem, o papel relevante que desempenhou como atmosfera de patriotismo, de nacionalismo, de espiritualismo, na recente revolução comunista de novembro, nesse dia, essas autoridades não criarão mais os mínimos óbices a um movimento ao qual o país já deve os mais relevantes serviços.

Basta olhar para o que se passa na Capital da República.

Aqui, o Integralismo é compreendido, é respeitado, podendo agir livremente no desenvolvimento de uma propaganda cívica notabilíssima pela sua eficiência.

Saibam os governadores dos Estados, os chefes de Polícia de todo o Brasil e os delegados de polícia de todos os municípios, que na Capital da República, os camisas-verdes contam com a visão superior das autoridades e, por isso, a sua propaganda pacífica, honesta, leal, por Deus, Pátria e Família, pela sustentação dos princípios morais em que se embasa a dignidade da Nação, é exercida com toda a liberdade.

Em nossa edição de ontem e na de hoje, estampamos os "clichés" relativos à concentração de integralistas no campo de um dos núcleos municipais da Guanabara.

Foi, na verdade, um espetáculo imponente, pela sua grandeza, pelo ritmo de disciplina revelado, pelo entusiasmo que brilhava nos olhares e convicção que se exprimia nas atitudes.

Homens de todas as idades e de todas as posições sociais - altos comerciantes, generais reformados, professores de escolas superiores, médicos, advogados, engenheiros, comerciários, estudantes, operários, mulheres e crianças, numa vibração inenarrável, reafirmaram sua fé inabalável nos destinos da Pátria e do movimento que abraçaram, nutrindo a íntima certeza de que ele será a salvação do país.

Esta deve ser a hora da boa vontade. Esta deve ser a hora em que todos os brasileiros dignos, honestos, devem esquecer seus interesses de partido, seus caprichos regionais, não mais olhando o integralismo como um inimigo, porém, como um baluarte, e o mais decisivo da defesa de suas próprias famílias e de tudo o que representa a honradez e a altivez do povo brasileiro.

Que todos aqueles que ocupam uma parcela de autoridade no Brasil, mirem-se no espelho que oferecemos em nossa primeira pagina.

Idolatrado por todos os homens de bem da Capital da República, respeitado pelas autoridades, que os camisas-verdes sabem também respeitar, o movimento do Sigma numa aureola de popularidade, numa atmosfera de amor que lhe dedicam as famílias e toda a população carioca, prossegue, livremente, na propaganda de seus nobres ideais e na arregimentação de suas forças eleitorais, culturais e, sobretudo, morais e espirituais, funcionando com toda a liberdade e encantando a todos os que nele veem as esperanças mais vivas e luminosas de uma Pátria.

Que esse exemplo sirva de padrão para todas as consciências de brasileiro de todo país.

Publicado originalmente n’A OFFENSIVA, em 23 de Abril de 1936.

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