Sérgio de Vasconcellos
Costumo dividir a vida de Plínio Salgado em treze
fases:
1ª Do nascimento em 22 de Janeiro de 1895 até
1903, quando sua Família muda-se para Candelária, então um diminuto Distrito de
São Bento do Sapucaí.
2ª De 1903 a 1905, período de residência em
Candelária.
3ª De 1905, quando a Família retorna a São
Bento do Sapucaí, até 1907, quando foi estudar no Colégio São José, em Pouso
Alegre, Minas Gerais.
4ª De 1907 até 1911, ano em que faleceu
repentinamente seu Pai, o Coronel Francisco das Chagas Esteves Salgado, e teve
que interromper seus estudos e voltar a São Bento do Sapucaí, onde se tornou
arrimo de Família.
5ª De 1911 até 1913. Época em que muito
trabalhou para sustentar a Família.
6ª De 1913, quando se mudou para São Paulo (SP),
por insistência do então Senador Dino Bueno, um velho amigo de seu Pai, para prosseguir
nos estudos, até 1914, quando por instância de sua Mãe retorna mais uma vez a
São Bento do Sapucaí para reassumir a função de arrimo de Família. Foi a
segunda e definitiva interrupção dos seus estudos formais, e, compreendendo situação,
Plínio Salgado toma a resolução de ser um autodidata.
7ª De 1914 até 1920. Viveu intensamente em
sua Terra Natal, tornando-se figura conhecida em São Bento e Municípios
próximos.
8ª De 1920, quando se muda novamente para São
Paulo (SP), até 1930, quando embarca na primeira de suas viagens
internacionais.
9ª De 1930 até 1939. Período que se inicia
com a Viagem ao Oriente e à Europa e termina com outra viagem ao exterior,
desta vez forçada, pois fora exilado pelo Estado Novo.
10ª De 1939 até 1946. Exílio em Portugal.
11ª De 1946 até 1964, isto é, da volta do
Exílio até a implantação do Estado Novíssimo.
12ª Da Revolução de 31 de Março até a
extinção dos Partidos Políticos, em 1965.
13ª De 1965 até seu falecimento, em 07 de
Dezembro de 1975.
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Também costumo dividir a Biografia de Plínio
Salgado não cronologicamente, mas, por Temas, doze, para ser exato, e que são:
1º A Personalidade, o Caráter, suas
tendências, etc.
2º A subsistência, os trabalhos e ocupações
que exerceu.
3º Suas viagens.
4º A Família
5º Sua Filha e àquele que tinha como um
Filho, o seu Genro, José Loureiro Júnior, cuja morte trágica atingiu Plínio
profundamente.
6º Saúde.
7º Seus Casamentos.
8º Os bens herdados e o patrimônio que
acumulou em toda uma vida de trabalho.
9º Vida intelectual, os Livros que escreveu e
seu sucesso literário.
10º A Política, isto é, os movimentos e
partidos de que fez parte ou fundou, enfim, suas relações com o Poder.
11º Suas profundas e longas amizades.
12º As perseguições, incompreensões e
injustiças que sofreu por toda a vida.
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Mas, não fui chamado aqui para expor mesmo
que numa síntese sumaríssima a impressionante Biografia do Autor de “O
Esperado”, e, sim, para abordar um fato pouco conhecido em sua Vida.
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Plínio Salgado era um viajante incansável.
Suas viagens por todo o Brasil são incalculáveis. Desde o seu retorno ao Brasil
em 1930 até a década de 70, viajou incessantemente por todo o Território
Nacional. Dando prosseguimento ao hercúleo trabalho dos Bandeirantes, que
dilataram as fronteiras físicas da nossa Terra, Plínio Salgado vai dilatar as
nossas fronteiras intelectuais, morais e espirituais, pregando em todos os
quadrantes da Pátria, a Palavra Nova dos Tempos Novos.
Viagens internacionais, Plínio realizou-as em
numero de oito:
1ª – 1930, pelo Oriente e Europa;
2ª – 1939, para Portugal, exilado.
3ª – 1948, a Espanha, para participar das
Conferências Católicas Internacionais, tendo aproveitado para visitar Paris,
Londres e Lisboa;
4ª – 1960, Paris, participando da Conferência
Geral da Unesco.
5ª – 1962 – Roma, Conferência
Interparlamentar. Nesta viagem teve a felicidade de conhecer e conversar com
Sua Santidade o Papa João XIII.
6ª -
1963 – Lisboa. Reunião dos Países de Língua Portuguesa.
7ª – 1964 – Washington. Conferência
Interparlamentar.
8ª – 1967 – Barcelona. Congresso
Hispano-luso-americano-filipino dos Municípios.
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Esta noite tratarei apenas da primeira viagem
internacional de Plínio Salgado, ou melhor, de um acontecimento havido durante
tal viagem: o histórico encontro de Plínio Salgado com Benito Mussolini.
Considero esta viagem tão importante que estou escrevendo um Livro sobre a
mesma.
A respeito desta sua primeira viagem ao
exterior as fontes são escassas. Plínio Salgado escreveu “Oriente” e “Como eu
vi a Itália”, ambos publicados em 1931. Além destes Escritos, inúmeras
referências são encontradas espargidas em diferentes Obras, Artigos, Discursos,
etc. O conhecido escritor e editor Mário Graciotti, companheiro de viagem de
Plínio na sua parte europeia, deixou dois extensos relatos nos seus Livros “A
Europa Tranquila” (1949) e “Os Deuses Governam o Mundo (1980), além de ocasionais
reminiscências em outras de suas Obras.
Em 1920, Plínio Salgado chegou à Capital
Bandeirante, e como única fonte de subsistência obteve o modesto emprego de
assistente de revisor do “Correio Paulistano”. Ele, que era um nome em sua
cidade natal e em toda a região do Vale do Paraíba, na metrópole paulistana era
um ilustre desconhecido. Nos próximos dez anos, graças a talento e esforço,
alçar-se-ia daquela obscura função à jornalista renomado, romancista consagrado
e Deputado Estadual. No ano de 1930, o celebrado Autor de “O Estrangeiro” podia
se considerar um homem bem sucedido, com futuro próspero e calmo pela frente,
mas, não, Plínio Salgado era um inquieto, um idealista, que se recusava a
deitar sobre louros, principalmente quando questões de princípios exigiam outra
atitude, e, assim, para espanto de muitos, renuncia ao seu mandato como
Deputado à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e, pouco tempo depois,
embarca para o que poderíamos chamar de peregrinação ao Oriente. Expliquemos
sucintamente os antecedentes da viagem.
Plínio Salgado, filiado ao Partido
Republicano Paulista – P.R.P. -, sempre pertencera à ala que advogava uma
completa renovação da linha partidária, e, apesar disso fora convidado a
candidatar-se à Assembleia Legislativa pelo próprio Governador do Estado de São
Paulo, Júlio Prestes, que, não obstante as discordâncias, via no Autor de
“Literatura e Política” um elemento de escol que só abrilhantaria o legislativo
paulista. Plínio Salgado foi eleito em 1927 e não desmereceu a antevisão de
Júlio Prestes. Em 1930, governava Washington Luiz, o último e melhor Presidente
da chamada República Velha. Numa decisão infeliz, ele quebra a Política do Café
com Leite, e lança Júlio Prestes, como Candidato à Presidência, que vence as
Eleições. Todavia, Plínio continuava alinhado com aqueles que dentro do P.R.P.
não concordavam com os métodos empregados, particularmente, naquele pleito
presidencial, desde a escolha monocrática do Candidato até a forma da campanha,
com violências e mortes, aliás, de ambos os lados, chegando à fraude eleitoral
pura e simples, garantidora da vitória do Candidato situacionista. Tudo aquilo
confirmava o que já era uma certeza antiga no seu espírito, que a liberal
democracia era um logro, uma farsa, e que o Brasil precisava trilhar novos e
revolucionários caminhos se quisesse manter-se como Nação soberana.
Não poupando críticas ao descalabro porque
passava a Nação Plínio Salgado é chamado aos Campos Elísios, tão logo é
proclamada a vitória esmagadora de Júlio Prestes, mas, sendo o nosso um País
dos paradoxos, ao invés de ouvir do Presidente Eleito e dos bonzos do P.R.P.
uma reprimenda pela sua posição de
independência, ele é convidado a participar do novo Governo. Outro talvez
tivesse aceitado, mas, Plínio Salgado não transigia em questões envolvendo princípios
e recusou. E vai além: Completamente insatisfeito com a nova ordem de coisas,
renuncia ao seu mandato. Ao invés de pensar nas próximas eleições para a
Assembleia Estadual ou, quem sabe, para a Câmara Federal, rompe radicalmente
com a situação dominante, inclusive, recusando um Ministério que lhe fora
oferecido por Prestes. Da noite para o dia, Salgado era um ex-deputado, tendo
Família para sustentar...
E foi nesta situação aflitiva que, um belo dia,
foi chamado para conversar com seu ex-patrão e grande amigo, Alfredo Egydio de
Souza Aranha, que lhe faz uma proposta surpreendente:
Seu cunhado, o jovem Joaquim Carlos Egydio de
Souza Aranha, tivera uma terrível desilusão amorosa e se encontrava muito
abatido, e a Família resolvera enviá-lo numa viagem ao Velho Mundo para
recuperar-se, e precisaria ser acompanhado de um preceptor, e que a Família
concluíra que o homem ideal para a missão era Plínio Salgado. E que fora
encarregado de lhe trazer o convite. Que sua sogra, Dª Amália Ferreira de Souza
Queiroz propunha que recebesse por mês a mesma quantia que vinha recebendo como
Deputado Estadual, bem como custearia todas as despesas da Viagem.
Plínio, pego de surpresa e algo perplexo, não
hesitou e aceitou imediatamente. Fora um sonho que sempre acalentara, viajar,
conhecer outras Terras, Povos, Costumes, mas, que até ali parecia irrealizável,
pela absoluta e permanente falta dos recursos monetários necessários.
Assim, Plínio Salgado partia no dia 26 de
Abril de 1930 para uma longa viagem de seis meses, que se constituiu num
verdadeiro divisor de águas na sua Biografia, isto é, antes e depois de sua ida
ao Oriente. Como disse antes, hoje só tratarei de um acontecimento, deixando a
exposição mais detalhada de toda a Viagem para um volume que ainda está nos
estágios iniciais de redação.
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Roma. Numa cálida tarde de verão, em fins de
Junho de 1930, Plínio Salgado dirige-se
ao Palácio Veneza, sede do Governo italiano.
Graças à intervenção do órgão de classe dos
jornalistas italianos foi possível
encaixar na agenda lotada de Benito Mussolini um encontro de 15 minutos, que
devido à afinidade dos dois grandes homens estendeu-se por cerca de 40 minutos.
Apesar de pertencerem a gerações distintas,
suas Biografias guardavam algumas similitudes: Ambos vinham de baixo, nascidos
em cidades do interior, com mães que eram professoras, com pais que militavam
politicamente, ambos eram jornalistas profissionais, poliglotas, com prodigiosa
memória, os dois passaram por uma fase materialista, mas, reconciliaram-se com
o Catolicismo, entregaram-se a militância política desde jovens, e compreenderam
que dentro dos quadros da política tradicional burguesa, de direita e de
esquerda, não se resolveriam os graves problemas, universais, nacionais e
humanos, e que se fazia mister um novo paradigma – que Mussolini realizou com o
fascismo, e que Plínio colocaria em curso no Brasil com a original criação do
Integralismo.
Após as apresentações formais de praxe, o
intérprete foi dispensado, pois, Plínio Salgado e Mario Graciotti – que também
estava presente – falavam italiano.
Ao defrontarem-se os dois grandes homens, o
que viram? Plínio Salgado tinha diante de si um homem de seus 47 anos,
aparentando bem menos, “de estatura regular, de olhos azuis, de gestos seguros
e de voz firme”, “de expressão vigorosa, tinha uma máscara inconfundível, onde
velhos sofrimentos e velhas lutas pareciam ter marcado a passagem de uma vida
agitada e forte”. Mussolini observa um homem de olhos castanhos, magro,
franzino, de uns 30 anos (na verdade, trinta e cinco), de tez algo morena,
mesmo para os padrões europeus meridionais, agitado por ideias novas, uma
inteligência a transbordar-se.
Mussolini, no auge de sua popularidade,
nacional e internacional, um hábil orador, que galvanizava multidões, e que
lançara ao mundo uma alternativa ao liberalismo e ao socialismo, com uma impressionante
genialidade que ainda seus mais encarniçados adversários reconheciam, e que
seus admiradores exaltavam, considerando-o o “Arquiteto do Futuro”, para
usarmos a expressão do escritor português Homem-Christo. Plínio, também no
ápice de sua carreira como Jornalista, Escritor e Político, cuja fama já
começava a ultrapassar as fronteiras nacionais, igualmente um brilhante orador,
e que diria em breve, ao Brasil e ao Mundo, uma Palavra Nova, como arauto e
anunciador de uma Nova Era, de uma Idade Nova, não apenas uma alternativa
política, social e econômica, mas, uma nova Humanidade, a Quarta Humanidade, a
Humanidade Integralista. Duas cosmovisões encontravam-se frente a frente, dois
homens superiores deixavam suas diferenças de lado para estabelecer um diálogo
franco, sincero, compreensivo e fraterno.
Dirigindo-se a Plínio Salgado, Mussolini diz
que tinha notícia de sua visita à Itália. Que também estava informado que o
Brasil progredia extraordinariamente, e que se sentia muito satisfeito da
pujança social e econômica dos italianos no nosso País; em seguida, demorou-se
num longo elogio a Washington Luís, a sua personalidade e esplêndido Governo.
Estaria Mussolini realmente a par da presença
de Plínio na Itália? Que a colônia italiana no Brasil era próspera e muito
contribuiu para o nosso progresso econômico, certamente era fato do
conhecimento do governo italiano. E o elogio de Washington Luís era
perfeitamente cabível e de praxe, ainda mais que deveria ter sido informado que
Plínio era do Partido situacionista.
Após uma pausa que parecia interminável.
Mussolini – parecendo ignorar a presença de Mario Graciotti – dirige-se
novamente a Plínio Salgado, e diz:
“Sei que o senhor é um político nacionalista.
Eu compreendo o nacionalismo como primeira etapa, e bastante fundamental, do
universalismo, sinônimo de humanismo. Não se pode amar o Universo e as suas
belezas, se não amarmos a terra e a gente, que nos rodeia, especialmente, o
nosso povo, que é nosso próprio sangue, e no qual se inserem o nosso passado, o
nosso presente, o nosso futuro, e as nossas mais profundas aspirações de
justiça social”.
Mário e Plínio ouviam em silêncio. Aliás,
Graciotti sequer abriu a boca, não tendo coragem de interromper o diálogo
daqueles dois gigantes. Mussolini falava pausadamente, com um leve sotaque
toscano e um olhar que se iluminava subitamente durante a conversa revelando a
presença do ideal superior que o
animava.
Plínio Salgado falou de Alberto Torres e de
suas críticas ao regime liberal e das soluções que propunha; em seguida, aborda
sua própria concepção corporativa, em que as categorias econômicas e culturais
da Nação vão estruturar o Estado e realizar de fato a democracia. Que estava
admirado pelo que vinha observando na Itália Nova, o trabalho organizado, o
capital controlado, a representação das classes, enfim, que o fascismo
intervira no momento preciso,
abandonando as ficções do Estado liberal
e adotando instituições de realidade imperativa.
Mussolini ouvia atentamente e assentia com a cabeça às afirmações de Plínio.
Estaria realmente concordando ou sendo somente educado? O prolongamento da
conversa por um tempo maior que o previsto atesta que Mussolini estava
verdadeiramente interessado.
O futuro Autor de “Psicologia da Revolução”
prossegue afirmando que antes de ser fundado um Partido, era preciso um
movimento preliminar de ideias. Mussolini concorda e acrescenta que entendia
ser bem diferente a situação do Brasil em relação à Itália, e que o processo que
Plínio estava delineando era admirável.
Já nas despedidas, Mussolini, ainda
dirigindo-se a Plínio, “augurou os mais completos triunfos à mocidade” do nosso
País, e concitou-o a “não esmorecer no entusiasmo e na fé pelo futuro do
Brasil”. E aí, finalmente, falando aos dois Brasileiros disse:
“Gostaria que os senhores, por serem
jornalistas, escrevessem sobre o que viram em sua excursão pela Itália, fazendo
justiça ao nosso esforço, pois, como sabem, estamos reestruturando a nossa vida
administrativa e política”. E ambos os Escritores, em conferências, artigos e
livros atenderam o pedido do Duce fazendo merecida justiça à Itália fascista.
Sobre a importância deste encontro na
biografia política de Plínio Salgado, basta este trecho de uma carta datada de
Milão, 04 de Julho de 1930:
“Tenho estudado muito o fascismo: não é
exatamente esse o regime que precisamos aí, mas é coisa semelhante. (...) Volto
para o Brasil disposto a organizar as forças intelectuais esparsas,
coordená-las, dando-lhes uma direção, iniciando um apostolado. (...) Aliás, a
minha orientação não teve nenhuma influência fascista. O encontro com Mussolini
foi, apenas, o momento histórico em que tomei uma decisão. É a fascinação de
Roma. Em Roma tudo nos convida à luta. A nossa personalidade cresce
agressivamente, entre os vestígios dos povos que passaram pela vida lutando.
Uma manhã, no alto do Janículo, junto à árvore de Torquato Tasso, com o
panorama de Roma aos meus pés – o Coliseu e o Vaticano, o Fórum Romano e as
termas de Caracala, o Aventino e o Palatino, e os palácios seculares que sobem
e descem pelas colinas, eu senti uma saudade imensa do Brasil. E sentindo esse
amor da Pátria, pensei em todas as marchas da cidade Eterna e refleti sobre a
necessidade que temos de dar ao povo brasileiro um ideal, que o conduza a uma
finalidade histórica. Essa finalidade, capaz de levantar o povo é o
Nacionalismo, impondo ordem e disciplina no interior, impondo a nossa hegemonia
na América do Sul,; principalmente no Prata. Voltarei para combater esse
combate cheio de entusiasmo”.
Este é um sintético relato do encontro entre o
futuro Chefe Nacional e o Duce. Encontro este que determinou uma decisão, cujas
consequências finais rumo ao Sigma estamos muito longe de prever.
Anauê!
Palestra proferida no Rio de Janeiro, em 25 de Janeiro de 2018, em Solenidade promovida pela ACCALE - Associação Cívica e Cultural Arcy Lopes Estrella -, que homenageava dois vultos do Nacionalismo: Plínio Salgado e Arcy Lopes Estrella.