tag:blogger.com,1999:blog-90896895347900362252024-03-20T15:06:02.494-03:00A QUARTA HUMANIDADESérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.comBlogger111125tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-63247273971842033462024-03-20T12:35:00.000-03:002024-03-20T12:35:13.741-03:00A hora dos fortes (30/05/1937)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento: </span></b><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A
publicação do Artigo abaixo só foi possível graças à generosa colaboração do
Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida, profundo pesquisador da
História do Brasil, possuidor da maior Pliniana existente, que nos permitiu o
acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é Deputado Federal pelo Distrito
Federal. Aos que desejarem conhecer mais o trabalho do Prof. Paulo Fernando
indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A hora dos fortes</span></b><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"> (30/05/1937)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Plínio
Salgado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A doutrina
política do Integralismo sempre foi desde o primeiro dia, aquela que afirma o
primado do Espírito sobre a brutalidade das lutas sociais, consequentes de
injustiças e desigualdades, de desequilíbrios econômicos, desorganizações
financeiras, egoísmos ferozes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Afirmámos,
desde o primeiro dia, que a Revolução não pertence aos materialistas, porque,
pelo simples fato destes negarem o Espírito, subordinam-se ao determinismo cego
do mundo objetivo. Sustentámos, na hora primeira desta luta, a capacidade
espiritual do Homem de intervir nos fenômenos sociais, para alterá-los, o poder
da liberdade humana de modificar o curso da História, a faculdade criadora da Inteligência
iluminada pela sagrada luz dos deveres.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O
primeiro livro que apareceu coordenando as linhas do pensamento integralista
foi uma pequena brochura chamada "O que é o Integralismo". Ali se
dizia que entre a mentalidade materialista burguesa, na sua crueldade e na sua
opressão contra os fracos e a mentalidade materialista das massas orientadas
por uma doutrina de ódios, de rancores surdos, proclamávamos o direito da razão
ordenadora, da razão construtora, da razão esclarecedora de equívocos, da razão
disciplinadora das atitudes, da razão confraternizadora, da razão apaziguadora,
da razão justiceira, da razão, a um tempo experimentalista, especulativa e
moralista.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">***<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Não
levantei a bandeira do Sigma para que ela se tornasse a servidora humilhada do
comodismo e da crueldade do reacionarismo burguês: não a levantei também para
que ela se tornasse a flâmula das "jecqueries", e conduzisse
multidões brutalizadas pelo próprio pensamento do burguesismo capitalista e
tangidas pela demagogia tão cheia de impiedade como a alma de uma sociedade
cujo esplendor disfarça as mais horrendas podridões.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A
bandeira integralista foi levantada como expressão do Espírito. Ela não se
confunde com os imperialismos nacionalistas nem faz causa comum com o paganismo
daqueles que expulsam Cristo da sociedade na hora da reconstrução nacional.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A firmeza dos princípios que lancei ao alvorecer
deste Movimento dos camisas-verdes, tem sido minha fonte de amargura, mas também
tem sido minha fonte de consolações. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Criar
neste país uma Nação. Fazer dessa Nação uma síntese de harmonias econômicas, sociais,
políticas, intelectuais, morais e espirituais. Oferecer um dia esta Pátria, no
esplendor, Àquele que nos ensinou diligenciássemos pelo Bem, tudo isso foi, é e
será meu objetivo, a razão de ser da minha vida, meu conforto nos momentos em que
a consideração dos sofrimentos humanos me ensina que misteriosos destinos oferecem
a cada homem uma tarefa a cumprir.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A
grande tortura dos que estão construindo alguma coisa para o Futuro está em que
o seu Pensamento, no que ele tem de mais profundo, de mais delicado, de mais
puro, nem sempre pode transparecer aos olhos profanos, através do terra a terra
dos fatos quotidianos, das manobras indispensáveis à objetivação final de um
plano pré-estabelecido. O êxito de uma obra desse vulto vem menos da compreensão
das massas do que na sua fé no condutor. As sucessivas vitórias do Integralismo
eu as atribuo mais a essa fé, que se torna a misteriosa linguagem das intuições.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">É
essa linguagem muda das massas que consola, conforta, anima, revigora,
estimula, entusiasma o construtor.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O
homem inteligente, o homem de leitura, nem sempre conserva em estado de
perfeição essas antenas sutis. É que lhe falta a liberdade plena, a grande
liberdade essencial dos espíritos virgens. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A
imponente grandeza do Integralismo na hora presente procede dessa extraordinária
capacidade de intuir das massas humildes, principalmente das massas camponesas,
as mais sofredoras, as mais humilhadas, as mais indigentes nos grandes países de
vastas áreas territoriais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Essa massa humana revela-se, dia a dia, como a
força principal do Movimento do Sigma. Ela se levanta com uma firmeza admirável,
com uma força incomparável.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Enquanto
os homens da chamada alta sociedade, do mundo político, do mundo industrial,
dirigem-me perguntas, essas populações nada perguntam e põem-se a marchar comigo.
Enquanto os intelectuais leem várias brochuras por semana, discutem mil aspectos
das questões sociais, embrenham-se pelos meandros das filosofias e refinam-se ao
contato das literaturas mundiais, os humildes, os simples, no seu sofrimento sem
artificialidade, na sua angustia sem transcendências, erguem-se, dão os
primeiros passos decisivos, e já na param, porque se integram definitivamente
num sentido novo de vida e de destino.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">E
contando com essa força das massas, que o Integralismo pode agora entrar numa
luta magnífica.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">***<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Realmente,
é uma luta sem precedentes na História do Brasil. É a luta contra dois inimigos
rancorosos, fortes, ameaçadores. É a luta contra o capitalismo, a plutocracia,
a organização técnica de uma campanha, todo o poder do dinheiro de fortes
grupos financeiros, de um lado; é a luta contra o caudilhismo, o estadualismo
oficial, a prepotência de governadores do outro lado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Para
esta luta, em que estamos sozinhos, tocamos a rebate e chamamos a postos os
fortes. Tudo o que temos feito de agora para trás foi uma obra de doutrinação,
de preparação, de fixação de diretrizes práticas, de colocação no terreno da batalha.
Mas, de agora em diante, é a batalha mesma.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Anteriormente,
tínhamos uma vida inicial de organização, de adaptação de quadros internos, de
experimentações, de composição e de recomposição de setores. Mas, agora, vamos
ter uma vida de ação efetiva, de avanço no campo adverso, de contenda política,
atacados por todos os lados, pelos flancos, pela retaguarda, pela vanguarda.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O
fogo de dois adversários que se enfrentam e se odeiam reciprocamente, volve-se
em conjunto contra nós. As razões do interesse político os separam; as razões
de ordem doutrinária os unem contra o inimigo comum, que somos nós.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O
Integralismo neste instante da vida nacional lembra o episódio da Tragédia do
Calvário. O tetrarca da Judeia, Herodes, e o procurador romano, Pilatos,
reconciliam-se pelo simples fato de Cristo ser enviado de um para outro. O
velho Herodes que recebera Jesus no seu Pretório, devolve-o vestindo-lhe uma túnica
branca. Era o sinal da Paz.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Essa
passagem tem uma aplicação profundamente significativa na hora presente. Mas, há
ainda o terceiro elemento do glorioso poema bíblico. Entre o palácio de Herodes
e o de Pilatos estão os fariseus, os saduceus, os agitadores da massa. Eles,
muito mais do que os dois potentados, odeiam o Cristo. São eles que exigem o
seu sacrifício.<br />
Na hora nacional que vivemos, somos nós, integralistas, também, enviados do Palácio
dos Governadores do Sul para o dos Governadores do Norte. Mas, entre o Palácio
dos Campos Elíseos e os da Liberdade e da Aclamação, há os agitadores da
revolução de novembro. São esses que pretendem conduzir a massa. São eles que
falam na defesa da democracia. São eles que clamam pelas liberdades. São eles,
traidores da Nação, que aguardam o instante para dar seu bote certeiro, a fim
de escravizar as populações sofredoras à experiência soviética; são eles, os
fariseus, os falsos intérpretes da Lei, os que renegaram no fundo do seu
coração toda a dignidade e toda a bondade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">E é
essa a luta que se nos apresenta. Por isso é que esta é a hora dos fortes. Por
isso é que eu toco a rebate. Conclamo. Mobilizo. Que se levante a minha gente e
venha porque é chegada a hora das grandes definições.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Contra
o capitalismo internacional, contra as forças conjugadas da plutocracia, contra
os poderosos que dispõem de dinheiro e de todos os elementos materiais para
agir contra o Integralismo; contra o regionalismo que ameaça a Unidade da Pátria,
os mórbidos sentimentalismos da gleba política; contra as oligarquias
opressoras que constituem os partidos situacionistas em todos os Estados;
contra o comunismo disfarçado, encapotado; contra todos os elementos que se afirmam
em brutalidade, em crueldade, em materialismo, estamos de pé e sozinhos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Isto
é grandioso. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Isto
é arrebatador.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">***<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Que
nenhum integralista perca um minuto. Urge a nossa gloriosa ação, a nossa
coragem enérgica, a nossa decisão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A
bandeira que desfraldamos é aquela mesma que agitei nos ventos de Piratininga
na tarde de 23 de abril de 1933. É a mesma sob cujas dobras o Manifesto de
Outubro resplandeceu nos olhos de todos os Idealistas sinceros. É a mesma que
levei ao Norte, semeando a Ideia Nova. É a mesma atrás da qual marchamos nas
ruas de Fortaleza, a cidade onde primeiro se organizaram os camisas-verdes das
regiões setentrionais da Pátria. É a mesma que triunfou no Congresso de
Victoria.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Por
ela jurámos vencer ou morrer. Com ela deverá morrer ou vencer o Brasil. Ninguém
entra iludido para as nossas fileiras, por mais rico, poderoso ou sábio que seja,
ou por mais humilde e sofredor que se apresente. Essa bandeira fala uma só
linguagem. Reflete um só pensamento. Exprime um único destino. E é pelo seu
milagre que agora centenas de milhares de homens e mulheres se levantam,
convencidos de que nesta luta magnífica encontraremos as horas sagradas dos
fortes, dos que não duvidam, dos que não esmorecem, dos que, tendo uma alma
inquieta, um coração torturado, sabem superar inquietações e torturas íntimas,
para viver nesta fé, nesta atitude, nesta firmeza.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A
bandeira azul e branca está aberta. É um pensamento desfraldado. É uma
convicção em marcha.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Publicado
originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 30
de Maio de 1937.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-66796706565668172222024-03-10T13:28:00.000-03:002024-03-10T13:28:24.171-03:00Comandando homens livres (23/05/1937)<p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento: </span></b><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">A publicação do Artigo abaixo só foi possível graças à
generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-vida,
profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior Pliniana
existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é
Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Comandando homens livres</span></b><span style="color: black; mso-themecolor: text1;"> (23/05/1937)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Desde ontem, realiza-se em todo o Brasil
o plebiscito promovido pela Acção Integralista Brasileira, para que os
camisas-verdes se manifestem sobre o nome de sua preferência a ser indicado ao
sufrágio da Nação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Esse comício eleitoral interno terá a
duração de quarenta e oito horas, encerrando-se na noite de hoje. Reservo-me
para falar aos integralistas na hora do encerramento, às 23 horas, pelo microfone
da Rádio Sociedade Fluminense, em conjunto com a Rádio Transmissora do Brasil,
desta capital, com a Radio-Club de Petrópolis e a Cruzeiro do Sul, de São
Paulo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Naquele momento, direi aos
integralistas e à Nação as palavras necessárias e indispensáveis ao
esclarecimento dos espíritos conturbados ou iludidos pelos falsos pregoeiros da
democracia.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Nestas colunas eu quero me dirigir aos
camisas-verdes, que estão levando os seus votos aos Núcleos integralistas do
país. Quero lhes dizer que a minha alegria hoje é imensa, porque estou sentindo
esta coisa que nenhum político do meu país pode sentir: eu comando homens
livres!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Um homem público não pode ter maior prêmio,
não pode aspirar uma glória maior. Sinto-me plenamente pago de todo o esforço
de quatro anos de atividade evangelizadora e de organização do único partido
nacional do Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Existe uma consciência integralista.
Existe uma corrente volumosa de brasileiros que já não segue homens, porém uma
doutrina. Uma corrente de opinião que tem verdadeiramente opinião sobre os
problemas nacionais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Não jogo com figuras de retórica: jogo
com realidades. Quando digo "a opinião dos integralistas", sei que
estas palavras não são vãs, para discursos de banquetes ou orações de
plataformas. Elas exprimem, não uma verdade ideal, mas uma verdade concreta. O
que era um pensamento no cérebro dos primeiros doutrinadores, tornou-se um fenômeno
evidente, um fenômeno social que só os loucos poderão negar ou desconhecer.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">A existência dessa "opinião"
é que me levou a determinar se realizasse este plebiscito. A coletividade Integralista
não precisa de tutores. Adquiriu maioridade. Afirmou-se em capacidade
deliberativa. Seu guia é uma doutrina. Sua opção decorre do conhecimento e do
sentimento dessa doutrina.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Nenhum interesse material ou de
qualquer outra natureza subalterna reúne esses homens de camisa-verde.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Todos eles são independentes. Não
precisam de mim, nem das autoridades do seu Partido para coisa alguma. Em vez
de lhes dar qualquer coisa, exijo deles todos os sacrifícios. Em troca desse
sacrifício, esses brasileiros recebem, muitas vezes, como prêmio, as perseguições
dos bolchevistas ostensivos ou encapotados, que ainda têm força e prestígio
neste país.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Homens e mulheres assim, que,
espontaneamente, num ato de liberdade, juraram seguir este nosso caminho, fiéis
à doutrina que professamos, podem realmente dizer que são livres.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Se eu não comandasse criaturas livres,
não iria perder tempo ordenando a realização de um gigantesco e comovente comício
eleitoral, a fim de que cada um viesse dizer claramente, ostensivamente, como
deseja que se resolva este caso da apresentação do nome do nosso candidato à
presidência da República.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Poderiam fazer isso os chefes dos
partidos regionais que infestam este país?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Evidentemente que não, porque para se
fazer isso é necessário, antes de tudo, esclarecer as consciências, através de
uma doutrinação continua. Foi assim que procederam os partidos? Não; eles só
procuram os seus eleitores nas vésperas de eleição. Durante todo o ano esses
partidos não publicam, já não digo livros, como nós fazemos, nem mesmo algum folheto
elucidativo do programa que eles têm em vista realizar. O povo ignora completamente
o pensamento filosófico ou sociológico dos chefes de partidos. Também os chefes
de partidos ignoram qualquer coisa sobre o estado de consciência em que se
encontra o povo. O seu sistema de aliciamento é o das engrenagens dos
interesses administrativos, que vão da órbita provincial à área municipal, com
as algemas dos empregos e os instrumentos de suplício das perseguições.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Como, pois, consultar esses eleitores?
A maior parte deles está minada pela doutrinação integralista, e se fosse
responder, no caso impossível de lhe ser facultada liberdade, a resposta não
agradaria aos chefes de partido...<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Só, portanto, a coletividade integralista
pode realizar um plebiscito, como o que se efetua desde ontem, e ao qual
comparece cada um dos camisas-verdes para dizer sem medo o que pensa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">O camisa-verde é livre porque se
esclareceu a respeito dos problemas nacionais e não pode ser ludibriado por
ninguém. O camisa-verde é livre porque sabe que a doutrina integralista vai
buscar o fundamento do seu conceito de Estado forte e deliberativo no próprio
livre-arbítrio do homem. O camisa-verde é livre porque ninguém o obrigou a
entrar para o Integralismo. O camisa-verde é livre porque coisa alguma lhe
poderá acontecer se ele, por ordem do Chefe, manifesta livremente a sua
opinião, acerca de qualquer assunto sobre o qual é chamado a se pronunciar. O
camisa-verde é livre porque o Chefe foi escolhido por ele, e não imposto, como
acontece nos partidos em que meia dúzia de dirigentes faz o que bem entende. O
camisa-verde é livre porque, quando o Chefe tem diante de si os problemas máximos
do Movimento, chama um por um dos integralistas para que dê a sua opinião.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Uma coisa apenas exijo durante a
realização deste plebiscito: a mais plena liberdade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Que cada um dê o seu voto livremente,
espontaneamente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Que cada um, dando o seu voto,
experimente a íntima alegria que a outros brasileiros não lhes Ilumina o
coração. A alegria da liberdade em exercício pleno. A alegria da vontade em
deliberação efetiva. A alegria da dignidade em afirmação. A alegria da
personalidade em consciência. Do sentimento sem peias. Da inteligência engrandecida.
Do caráter assumindo uma atitude. Da alma traçando uma decisão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Porque isso, para mim, é comandar
homens livres.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">E esse é o meu modo de chefiar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Publicado originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 23 de Maio de 1937.<o:p></o:p></span></p><br /><p></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-21954760666231332902024-03-08T15:00:00.000-03:002024-03-08T15:00:49.129-03:00CERTEZA DE DIREÇÃO (11/05/1937)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Esclarecimento: </b>A publicação do Artigo abaixo só foi possível
graças à generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder
Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior
Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente,
é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a>
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p></o:p></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">CERTEZA DE DIREÇÃO</b> (11/05/1937)<o:p></o:p></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">Plínio Salgado.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">O prestígio
do Integralismo neste instante procede de um fato que ninguém poderá negar: a
sua linha impecável de coerência política.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">A Nação
Brasileira tem sido testemunha dessa uniformidade de atitudes, que revela, no
Movimento do Sigma, uma unidade doutrinária absolutamente singular no panorama
partidário do país.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Nunca nos,
afastamos um milímetro do documento inicial com que nos apresentamos perante a
Nacionalidade: o "Manifesto de Outubro".<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Basta apreciar,
uma por uma, as nossas sucessivas posições em diferentes fases do nosso drama
político. Só os desonestos poderão sofismar sobre as diretrizes que temos
adotado em face dos acontecimentos. Não haverá homem de bem que possa apontar
uma única falha na orientação segura desta marcha integralista.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">É que não
defendemos homens e, sim, princípios. Não nos interessam os partidos e, sim, as
ideias que eles porventura pudessem condicionar. Não procuramos cargos,
proventos, prestígios ou proteções oficiais; o que ofertamos à Nação, na hora
da construção serena ou dos perigos iminentes, ofertamo-lo de graça, porque ela
precise ou mereça, e não estendemos a mão aos detentores do Poder, a reclamar
alvíssaras e propinas a que estão habituados os "patriotas" de ocasião.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Assim sendo,
não estamos com pessoa alguma, por mais poderosa que seja, ou mais contemplada
pelo vaticínio dos hierofantes como próxima herdeira dos conchavos que se
processam à revelia do Poro.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Estamos com a
nossa doutrina. Da nossa doutrina não sairemos, porque sem ela já não é possível
servir ao Brasil.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Enganam-se quantos
julgarem que nos alimentamos de lisonjas e que, inebriados por louvores cálidos,
sacrificaremos a nossa linha de coerência doutrinária, que se afirma,
principalmente, pela Unidade da Pátria e pelo princípio da autoridade do
Estado.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Quem estiver
com a Nação estará conosco: quem trair a Nação será nosso adversário. Entendemos
Nação tudo o que supera os interesses estanques dos regionalismos e os arbítrios
isolados dos governadores. No mapa do Brasil não concebemos fronteiras internas.
Podemos considerar, quando muito, as linhas marcantes de circunscrições administrativas,
nunca, porém, os limites de antagonismos políticos ou as bases territoriais das
transações nefastas ao princípio da Unidade Nacional.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Esta doutrina
não é de hoje. Desde o "Manifesto de Outubro" de 1932 ela se tornou
largamente conhecida em todo o país. Em janeiro de 1936, concretizamo-la nas
linhas do "Manifesto-Programa", aplicando-a no plano das
transformações objetivas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Todo aquele que
pregar pontos dessa doutrina, estará prestigiando parcialmente, ou totalmente,
o Integralismo. E quem assim o fizer não se diminuirá aos olhos da Nação, antes
crescerá, porque a consciência brasileira está hoje convencida de que não há
salvação fora do Sigma.<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">*<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">O fato do
Integralismo se sentir apoiado através de alguns de seus postulados, por estes ou
aqueles brasileiros portadores de altas patentes militares ou altas credenciais
no governo do País, não significa adesão dos camisas-verdes a quem quer que seja
e por mais patriota e digno que seja. Porque tudo neste mundo é suscetível de
aderir: menos uma doutrina. A inteligência, livre e esclarecida, pode aderir a
uma doutrina; mas uma doutrina não pode aderir à mais poderosa inteligência humаnа.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Nestas
condições, o Integralismo não será subsidiário incondicional de qualquer
governo, embora esteja sempre disposto a prestigiar, feitas as necessárias reservas
doutrinárias, o governo que se manifeste interessado em defender certos princípios
coincidentes com as linhas puras do pensamento de Sigma.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">A prova disso
tem sido a colaboração que temos dado, desinteressadamente, ao Governo Federal,
no combate a comunismo e na sustentação do princípio da Ordem baseado na
autoridade – que desejaríamos sem contraste - do Poder Central.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">A perfeita compreensão
dessa atitude do Integralismo por parte do sr. presidente da República tem sido
evidente. Sabendo que conta conosco nas emergências em que estiver perigando a
Nação, s. excia. jamais nos insinuou, ainda que de leve, a possibilidade de uma
colaboração de nossa parte nessas combinações políticas em que falam os mais
variados interesses, menos o interesse da Pátria.<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">*<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">O problema da
sucessão presidencial que se resolve, fora do Integralismo, entre governadores,
à revelia do povo, à revelia mesmo dos eleitores dos partidos estaduais, será
resolvido nas fileiras verdes da maneira mais democrática possível.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Com o nome
saído dos comícios plebiscitários, compareceremos ao pleito presidencial.
Iremos sozinhos. Lutaremos sozinhos, Sustentaremos sozinhos a nossa doutrina,
os nossos princípios.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Seremos uma
voz clamando pela Unidade Nacional, pelo fortalecimento do Poder Central. Não
Importa saber quem assumirá o Poder Central, Baseamo-nos num princípio de Ordem
e de Defesa Nacional. Seremos uma voz clamando pela mística da Pátria. Esse
exemplo há de servir para as gerações futuras. E o Integralismo terá cumprido o
seu dever na História.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Vencedores, executaremos
nosso programa, que não foi engendrado de afogadilho ao rumor da cabala, mas foi
publicado em janeiro do ano passado. Vencidos, daremos ao Poder que se
constituir -seja ele qual for -, o mesmo apoio nos pontos pacíficos de doutrina,
que temos dado sem compromissos políticos, ao governo atual. Para isso, não
exigimos compensações, nem cargos, nem posições eminentes: exigimos apenas as legítimas
liberdades que nos competem mediante o cumprimento da Constituição e das leis.
Porque dentro de normas pacíficas pretendemos desenvolver a propaganda de nossas
Ideias e conquistar o Brasil para os brasileiros.<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">*<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Essa atitude
doutrinária do Integralismo tem nos valido sacrifícios dolorosos em Estados
onde os governadores enxovalham a Constituição e as leis. Temos preferido as
longas e exasperantes marchas dos processos através das instâncias judiciárias
e das diversas alçadas do país, durante cujas formalidades suportamos o tripudio
da coação sobre o Direito, a adotarmos remédios facílimos e rápidos, cuja eficácia
a nossa força numérica e material assegura. Não é por medo ou insuficiência de
meios que assim nos temos conduzido, mas porque destarte procedendo, firmamos,
na prática, a nossa doutrina, que nos manda reclamar perante a Justiça enquanto
houver Justiça e confiar na Lei enquanto houver Lei.<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">*<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Esse modo de
agir está conforme os nossos gestos em instantes graves de ameaça do bolchevismo
contra o Brasil. O Governo Federal sabe e altas patentes militares o atestam,
de público, dos serviços que temos prestado à Ordem. O telegrama que passei ao
sr. presidente da República, em novembro de 1935, oferecendo-lhe cem mil
camisas-verdes, para a luta do Brasil contra a Rússia, não deixa dúvidas a esse
respeito. Era e é sem compromissos políticos de espécie alguma a nossa colaboração
com a Autoridade Nacional na defesa da dignidade da Pátria.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">E ainda
naquele momento não éramos nós que aderíamos; tratava-se, bem analisando, de
uma resposta digna e leal a um governo que, assumindo atitude enérgica e firme
contra o Soviete, instantaneamente consagrava como norma de conduta um dos
postulados que vínhamos defendendo desde 1932.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">De acordo com
os princípios norteadores de nossas atividades educacionais, temos emprestado
todo o prestígio à obra da Liga de Defesa Nacional, da Liga Naval Brasileira,
do Ministério da Educação, quando essas entidades comemoram grandes vultos e
grandes datas da Pátria. Idêntica atitude temos adotado em relação ao Aero-Club
do Brasil e a entidades cívicas do gênero do Centro Carioca. E isso não quer
dizer que tenhamos aderido a nenhum dos promoventes desse culto; encontrando-os
em nosso caminho, estendemos-lhes lealmente a mão.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Tudo, pois,
evidencia que daremos sempre o nosso apoio àqueles que exaltarem princípios
contidos em nossa doutrina. Esse apoio não envolve nenhum compromisso além do inerente
ao objeto doutrinário em apreço.<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">*<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">O
Integralismo e os integralistas estão livres de qualquer peia de compromissos
políticos. Todo o seu dever de juramento é para com a sua doutrina. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Tudo o que
estiver dentro da nossa doutrina será apoiado. Tudo o que estiver fora dela
será combatido.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Que cada
Integralista traga no bolso um "Manifesto de Outubro" e um
"Manifesto-Programa"; e quando lhe perguntarem com quem nós estamos,
exiba aqueles impressos e afirme: "estamos com estes documentos".<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">A limpidez
dessa linha de conduta é única na História do Brasil. Mais tarde, muito se
falará desse grande fato histórico.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">De facto;
nada é mais belo no Brasil do que este movimento que exprimiu, numa hora triste
de interesses mesquinhos, traições, perfídias, hipocrisias, mentiras, engodos,
velhacarias, patifarias, comodismo, oportunismo, - a glória de uma orientação
segura e de uma eloquente honestidade.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Publicado
originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 11
de Maio de 1937.<o:p></o:p></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-45655833084518872402024-03-05T15:52:00.000-03:002024-03-05T15:52:22.060-03:00Estado de guerra e liberdade eleitoral (29/04/1937)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">: A
publicação do Artigo abaixo só foi possível graças à generosa colaboração do
Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida, profundo pesquisador da
História do Brasil, possuidor da maior Pliniana existente, que nos permitiu o
acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é Deputado Federal pelo Distrito
Federal. Aos que desejarem conhecer mais o trabalho do Prof. Paulo Fernando
indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Estado de guerra e liberdade eleitoral</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"> (29/04/1937)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O ato do Governo Federal transferindo do sr.
governador Flores da Cunha para o sr. general comandante da 3ª Região Militar
os poderes de execução do "estado de guerra" não deve e não pode ser
considerado no seu aspecto local ou segundo quaisquer circunstâncias especiais.
Neste momento, devemos desse ato tirar algumas conclusões da maior oportunidade,
referentes ao próximo pleito a ferir-se para a sucessão presidencial da República.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Preliminarmente, pergunta-se: as eleições de
Janeiro próximo vão ser conduzidas por partidos nacionais sem nenhuma ligação
com os governadores de Estado?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Em seguida, indaga-se: pode haver eleição sem
os atos preparatórios da propaganda eleitoral? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A primeira pergunta, respondemos pela negativa.
As correntes políticas em esboço para o pleito presidencial obedecem ao critério
da "aliança" dos governadores de Estado. Alguns governadores se unem
contra outros governadores. Só existe um partido nacional, que é o
Integralismo, e esse não é visto com bons olhos pelos dois grupos de governadores.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Respondendo à segunda pergunta, diremos que
não será possível haver eleição se não houver propaganda, pois o voto não é
apenas o ato material de depositar uma cédula na urna, mas também ato moral da
deliberação anterior, precedido do ato intelectual do estudo das candidaturas,
sendo este ato impossível sem os "dados" fornecidos pela propaganda.
Por conseguinte, serão nulas as eleições no Estado onde a propaganda não for
livre, em todas as suas manifestações exteriores.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Respondidas essas duas perguntas, formulemos outras.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Se os governadores de Estado pertencem a um
partido estadual, por eles próprios, formal ou virtualmente conduzido às urnas,
podem eles, sem graves ameaças à liberdade do seu adversário, estar armados de
poderes excepcionais que desconhecem toda e qualquer garantia constitucional,
sendo dentro dessas garantias que se torna possível o exercício dos direitos
políticos?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A resposta clara e já famosa está na atitude
do sr. governador da Bahia, em relação ao Integralismo, atitude, em menores
proporções, seguida pelos governadores do Paraná e do Espírito Santo. Naqueles
Estados encontra-se um partido nacional impedido de exercer livremente a
propaganda, sob o pretexto da sua inconveniência durante o "estado de
guerra".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">E, se nos objetarem que existem remédios jurídicos
para o caso, argumentaremos com os seis meses de prisão que sofreram os
Integralistas da Bahia, no desenrolar de um processo propositadamente demorado,
até que o Tribunal de Segurança Nacional pôde decidir em face dos autos. E argumentaremos
ainda com algumas decisões de Tribunais Regionais que deixaram de tomar
conhecimento de pedidos de mandado de segurança, sob o pretexto de estarem suspensas
todas as garantias durante o "estado de guerra".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Como, pois, realizarem-se as eleições presidenciais,
se os governadores de Estado, no exercício da execução do "estado de
guerra", sob qualquer pretexto, podem fechar sedes de partidos
legitimamente registrados, acusar qualquer cidadão, detê-lo, prolongando o
desenrolar do inquérito, ao talante dos interesses do partido situacionista
estadual?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Como será possível o próprio alistamento
eleitoral, se sob qualquer alegação podem os arquivos e fichários dos partidos
em desagrado ser arrecadados em devassas policiais?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Estas reflexões são oportunas, no instante em
que o Governo Federal transfere os poderes de execução do "estado de
guerra", das mãos do sr. governador do Rio Grande do Sul para as mãos do
Sr. general comandante da 3ª Região Militar. Não queremos entrar na análise da
situação política rio-grandense. Queremos deixar levantada uma tese para a
consideração do sr. Presidente da República, do Poder Judiciário e do Poder
Legislativo do país. Que os estudiosos debatam este assunto. Que os juristas
digam à Nação se no caso dos partidos situacionistas estaduais, que apoiam o
governador do Estado, tomarem parte nas eleições presidenciais, esse
governador, apoiado por uma parte interessada, pode exercer poderes revogatórios
de textos constitucionais que asseguram direitos políticos!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A Nação quer saber se as próximas eleições
serão válidas dentro do "estado de guerra" executado por interessados
no pleito. Se a própria lei que suspende o "estado de guerra" no dia da
eleição, reconhecendo que sob seu império o eleitor não pode livremente exercer
a "segunda parte" do voto, que é o ato material do depósito da cédula
na urna, como poderá a "primeira parte" do voto, que é a deliberação
em face da propaganda, ser exercida, já não dizemos no transcurso do colapso
constitucional, mas sob o arbítrio de um dos interessados na decisão das urnas?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O debate desta matéria é o que há de mais importante
e de mais fundamental como antecipação de toda e qualquer atividade de propaganda
eleitoral.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Pois de nada valerão todas as marchas e
contramarchas dos partidos, dos governadores, dos políticos, se amanhã a Justiça
vier a reconhecer a nulidade das eleições em razão das quais tanto se tem
agitado a opinião publica.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Este caso do Rio Grande sugere meditações. A
providência do Governo Federal atira um tema de palpitante interesse à
consideração da consciência jurídica do país.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">É o despertar de todos os raciocínios adormecidos
ao rumor do sensacionalismo dos "fatos políticos" sem consonância com
o "fato jurídico". Temos estado todos no ar, mesmo aqueles que, como
os integralistas, já têm experimentado o que é o poder sem restrições nas mãos
de um adversário.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Publicado originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 29 de Abril de 1937.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-63777404172038670592024-02-27T13:30:00.000-03:002024-02-27T13:30:03.473-03:00RESSURREIÇÃO (28/03/1937)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento</span></b><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">: A publicação do Artigo abaixo só foi possível graças à
generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida,
profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior Pliniana
existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é
Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">RESSURREIÇÃO</span></b><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">
(28/03/1937)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">A ressurreição de Cristo encerra, na
sua realidade e na sua simbologia, um ensinamento para os indivíduos e para os
povos. O maravilhoso episódio evangélico demonstra que não será jamais possível
a vida gloriosa, a vida imortal, a vida integral em espírito e corpo, a vida
invulnerável, a vida intangível, a vida suprema em harmonia perfeita, sem que,
primeiro, haja o triunfo escuro da morte sobre a vida precária, a vida falível,
a vida incerta, a vida em angústia, em fraqueza, em temor.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Entre todos os mistérios que se
oferecem à limitada compreensão humana, nenhum me seduz tanto, nenhum me abre
um panorama mais completo dos planos universais da criação, como esse, que nos
mostra, num relâmpago, a sinfonia de todos os valores e expressões do Eterno
Pensamento conjugando-se com a Eterna Vontade no esplendor do Eterno
Sentimento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Na Ressurreição culmina e realiza-se a
Redenção Perfeita, a Redenção, que seria incompleta, se não envolvesse a
nobilitação, a santificação, a glória da Forma Material, que é, também, criação
de Deus.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Quando o Arcanjo, na hora matinal,
entre as brumas alvas da aurora, diz às mulheres piedosas: "Ressuscitou;
não está aqui", ele anuncia o milagre cósmico, a integração absoluta do
Corpo e do Espírito. A Humanidade, desde então, está realmente engrandecida
sobre todas as suas misérias, e a promessa divina se cumpre, revelando ao nosso
pobre corpo, a esse corpo que São Paulo dizia estar cheio de morte, a esse
corpo atraído para as desarmonias das prevaricações e dos crimes, para as dores
das paixões e para as misérias deprimentes, a possibilidade das afirmações
gloriosas, na força plena da imortalidade e da perfeição.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">A Redenção do Homem apenas em Espírito
não seria completa. O Homem realiza no plano universal o milagre da integração
de dois mundos: o mundo da matéria e o mundo da consciência. Entre os seres
brutos e os seres espirituais, o Homem é o meridiano do Infinito, é o ser
integral.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Esta compreensão do Homem nós só começamos
a tê-la, desde Cristo e desde a Ressurreição. Já não é o domínio absoluto do
Corpo, o exclusivo prestígio das formas eurrítmicas na alegria pagã: e já não
é, também, o abandono, o desprezo, o vilipêndio desse cântaro vivo, dessa ânfora
que estremece em movimentos emocionais, levando o perfume sagrado, a essência
pura do espírito imortal. É a conjunção, é o ritmo misterioso, é a harmonia
suprema entre o falível que se infalibiliza, entre o perecível, que se
imperecibiliza, entre o mortal que se imortaliza e o Espírito Perene.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Confirma-se a intuição pagã dos semideuses,
expressão esta que supriu a deficiência do entendimento ao desamparo da
Revelação. E nós aprendemos que é preciso combater a morte do Corpo para torná-lo
digno do seu destino superior.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Como combater a morte do Corpo? Será
preciso tomar esta frase na sua significação mais terra-a-terra, para não se
compreender a esplêndida beleza do combate que nos cumpre travar. Pois quando
tomamos esta pergunta no seu sentido mais profundo, então percebemos que não se
trata da morte material, mas da outra, a que estabelece o divórcio entre o
Corpo e o Espírito, a que dissocia o ritmo entre dois mundos, à que destrói as
harmonias e proclama a luta entre as forças materiais as forças espirituais.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Penetrando a fundo nestas palavras,
entender-se-á um pouco a angústia, a aflição, a agonia do mundo moderno. A dor é
parenta próxima da morte. Nós o sabemos, por experiência lancinante, quando se
trata do fim da vida orgânica, do bruxuleio da existência corpórea. Nós o
sabemos, também, pelos sofrimentos morais consequentes de nossos erros, E o
mundo contemporâneo está cheio de dor. É a dor do ódio, é a dor das ambições, é
a dor do orgulho ferido, é a dor das vinganças, é a dor das desconfianças recíprocas,
é a dor da inveja, a dor do medo, é a dor da lascívia, é a dor das superexcitações
da nevrose do jogo e das aventuras comerciais, financeiras e políticas, é a dor
dos despojados de fé, que tiritam no frio das dúvidas, é a dor das covardias, a
dor dos tédios e dos esgotamentos... Há morte no corpo do Mundo Moderno. Há
morte porque há desarmonia entre a vida material e a vida espiritual.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Como combater a morte que entrou no
mundo? Certamente essa morte não poderá ser com- batida sem que primeiro a
combatamos dentro de nós mesmos. E que deveremos fazer? Devemos realizar em nós
próprios a síntese dos ritmos dissociados Como realizá-la?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">De certo não será pela fuga do mundo,
pela fuga de nós em nós mesmos, pela vida contem</span>plativa, pela negação do
destino do corpo, que livraremos o mundo contemporâneo do desespero e das
torturas prenunciantes da morte.<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">*<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">A questão
social que se põe aos olhos dos estadistas e dos pensadores não pode ser
resolvida, nem pela interpretação do destino do homem segundo uma única
finalidade transcendente, nem segundo uma única finalidade material. O corpo
tem seus deveres para com o Espírito, e o Espírito tem seus deveres para com o
Corpo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Esse corpo,
que ressurgiu arrebatado pelo próprio Deus, esse Corpo de Cristo redimiu-nos em
corpo e alma. E, como se não bastasse, para nos fazer compreender o equilíbrio
exato, a harmonia perfeita, a destinação segundo a Terra e segundo o Céu, Cristo,
antes do episódio maravilhoso, que culminou à Redenção, reuniu-nos, em confiança
e amor, e prometeu-nos a sua presença, não apenas em alma, porém, em corpo e
sangue, na vitoriosa expressão divina.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">E tudo isso é
a lição da Vida. A vida, tão fácil de ser vivida pelos irracionais, torna-se
difícil para nós, justamente porque o nosso Espírito, na liberdade plena, entre
as leis do Mal que o solicitam, e as leis do Bem que o inspiram, sente-se
perplexo e confuso. E, por isso, a Redenção torna-se uma regra, um roteiro, uma
luz, para que possamos, dia a dia, aprender a viver.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Os Povos,
porém, esquecem, cada vez mais a lição divina da Vida. Os homens estão perdidos
na cerração espessa. Falta-lhes uma luz. E essa luz é tão fácil!<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">*<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">"Ressurgiu;
não está aqui!" Homens, lembrai-vos de que o corpo foi dignificado, foi
honrado, foi reposto na sua majestade. Como permitis que as injustiças sociais
levem multidões de párias à miséria do corpo, à fome, ao relento, ao desamparo
na enfermidade e na velhice? Como permitis que uns percam a alma prodigalizando
excessos de comodidade no corpo, e outros percam a alma, na revolta a que a
conduz o corpo tiritante e oprimido?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Estadistas,
políticos, intelectuais e militares, financistas e poderosos de todos os
poderes, estais esquecidos de que tendes um Espírito, e que esse Espírito tem
deveres para com as necessidades materiais, não apenas vossas, mas de vossos
semelhantes? Como permitis que governem o mundo as leis exclusivas da matéria,
da brutalidade na concorrência, da traição no comércio e na política, do ódio
na luta entre opressores e oprimidos? O Estado deve ser uma expressão das necessidades
do Espírito e do Corpo da Nacionalidade, de cada pessoa que compõe a massa
coletiva. O Estado, como expressão corpórea, deve ser tão vigoroso, tão for-
te, tão belo e tão puro, como deve ser cada corpo dos habitantes da Nação; e o
Estado, como expressão espiritual, deve ser tão potente em vontade e tão iluminado
em deveres, quanto cada um dos indivíduos que constituem a coletividade
nacional. Esse Estado reflete a própria expressão humana, no que ela tem de
realidade e finalidade, e mira-se no espelho divino do mistério cósmico de Cristo
ressurreto da sua tumba, no seu glorioso esplendor.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Neste dia em
que comemoramos a Ressurreição, nós, integralistas, temos o mais belo dos
motivos para pensar debruçados sobre as angústias do mundo moderno e sobre a
agitação da vida nacional.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Restituir à vida
da Nação o sentido do milagre, eis à nossa missão histórica. Clamar para que os
outros Povos se recomponham segundo o grande ritmo criador da Suprema harmonia
cristã, eis nossa aspiração.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Ver o Brasil
ressurreto. Ver a Nacionalidade integrada no alto sentido da vida material e espiritual
- é tudo quanto desejamos, nesta nossa luta.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">A lição do
Evangelho é, porém, muito viva em nossas consciências. Sabemos que Cristo, triunfando
da morte na morte, quis ensinar aos homens que quem quiser a vida eterna terá
de passar pela morte. E a morte, para nós, brasileiros, não é por certo aquela
que é menos para temer, mas o doloroso transe nacional, em que teremos de ver
desfraldadas as bandeiras do separatismo, do comunismo, possivelmente ligadas
no mesmo arranco materialista, oportunista, traidor, destruidor.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Aproximam-se
dias escuros. Nós bem o sabemos. O mundo todo está se cobrindo daquelas nuvens
que se fecharam completamente na Hora Sexta, sobre a Montanha... E a nossa Pátria
já está toldada de sombras cor de chumbo. É, possivelmente, a morte, que vai
passar, mas é também a Vida que vai vencer.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">A Vida do Espírito
Nacional, que palpita nos camisas-verdes da Pátria, e, que galvanizará, e iluminará,
e porá em marcha o Corpo da Pátria, no triunfo glorioso de uma ressurreição do
Brasil.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Publicado
originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 28
de Março de 1937.<o:p></o:p></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-45283721472496995812024-02-21T18:43:00.000-03:002024-02-21T18:43:14.281-03:00Confiança na Justiça (18/03/1937)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento</span></b><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">: A publicação do Artigo abaixo só foi possível graças à
generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida,
profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior Pliniana
existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é
Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Confiança na Justiça </span></b><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">(18/03/1937)<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p></o:p></b></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Quando respondi ao telegrama com que
me distinguiu o sr. governador da Bahia, no ano passado, com relação à atitude
que s. excia. assumiu contra os adeptos do Sigma, declarei que deveríamos
confiar nas decisões da Justiça.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Durante seis meses, não fiz outra
cousa senão depositar as mais vivas esperanças na retidão dos juízes da minha
Pátria.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Houve momentos em que os integralistas
saíram abatidos, humilhados dos tribunais, Nunca, porém, perderam a calma,
porque eu lhes dizia que era preciso esgotar todos os recursos, com paciência e
resignação no sofrimento. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Os 22 companheiros presos, acusados de
conspiração, mostravam-se de animo elevado, dignos da camisa verde que vestiram
para servir ao Brasil. Suas famílias, mães, esposas, filhinhos adorados,
viveram, no sofrimento, cheios dessa esperança na magistratura do nosso país,
pois toda a minha preocupação era a de transmitir-lhes esta minha íntima
certeza.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Por ocasião do Congresso Integralista
de Imprensa, de Belo Horizonte, escrevendo o Código de Ética Jornalística, ao
recomendar que jamais os camisas-verdes se utilizassem de mentiras contra o
adversário, escrevi: "A verdade pode não ter as primeiras vitórias, mas a última
sempre lhe pertence".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Esta frase foi reproduzida e largamente
divulgada, principalmente na Bahia. Ela foi o alimento espiritual dos rudes sertanejos,
dos lares oprimidos, dos inocentes caluniados, dos justos injuriados, dos
bravos ridicularizados, dos velhos, mulheres, crianças, roídos de saudade de
seus filhos, de seus maridos, de seus pais. E os Integralistas, tanto da Bahia,
como de todo o Brasil, não se desiludiram nunca, não se desesperaram, não se agitaram,
não reclamaram, não ofenderam autoridades, não ergueram a voz contra os juízes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Mais do que nós, mais do que os nossos
brilhantes advogados, mais do que os nossos julgadores, Deus sabe o que faz.
Sem sermos fatalistas, trabalhando, agindo, diligenciando conforme o preceito
divino, nós bem sabíamos, nas horas mais duras, mesmo naquelas em que víamos os
comunistas nos debocharem com sorrisos e palavrinhas pérfidas à nossa saída,
melancólica e humilhada, dos pretórios a que recorríamos, nós bem sabíamos
orar, intimamente, e com alegria interior falarmos no fundo silencioso de nossas
almas: "seja feita a vossa vontade, Senhor!”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Para lograr mais rapidamente a
liberdade de nossos companheiros, impetramos certas medidas que, agora,
verificamos, não seriam tão vitoriosas, de significação tão profunda, de efeitos
tão vastos e de expressão moral tão elevada, como a decisão de ontem do Tribunal
de Segurança Nacional.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Nossa primeira preocupação foi
impetrar um "habeas-corpus" perante s. excia. o sr. Juiz federal da
Bahia. Tivemo-lo denegado, em razão da incompetência alegada pelo digno
magistrado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Subimos à Corte Suprema. Nossos
eminentes advogados, professores Alcibíades Delamare e Barreto Campello ali
compareceram соm uma petição notável, com a qual tudo esperávamos. Mas a Suprema
Corte não tomou conhecimento do pedido, por ser o caso da alçada do Supremo Tribunal
Militar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Fomos ao Supremo Tribunal Militar. Com
que esperança! Os comunistas acompanhavam nervosamente a decisão da sorte de
nossos 22 companheiros presos, aqueles 22 homens que mereciam todo o seu ódio,
pois representavam duzentos mil baianos que se tornaram a barreira contra as
investidas do Soviete.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Os ilustres magistrados do Supremo
Tribunal Militar negaram-nos o "habeas-corpus", por quatro votos
contra três, sendo estes dos juízes Barros Barreto, Ribeiro da Costa e Alvaro
Mariante, aos quais seremos eternamente gratos, embora respeitemos e acatemos
os votos contrários a nós, porque respeitamos e acatamos os juízes do Brasil. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Um segundo "habeas-corpus"
nossos incansáveis advogados impetraram perante o mesmo Tribunal. Perdemo-lo,
nas mesmas condições. Os jornais amarelos, dissimuladas patrulhas do sovietismo
rubro, exultaram, Não houve, porém, de nossa parte, na palavra, um gesto contra
a Justiça. Cumpre-me aqui elogiar um milhão de Integralistas, que foram irrepreensíveis.
Por maior que fosse o respeito pela minha palavra de ordem, tratando-se de uma
massa humana, poderia algum companheiro mais exaltado proceder no auge do
desespero, de modo deselegante, em desacordo com a doutrina que pregamos Mas não
registrei um caso sequer dessa natureza. Também as famílias dos presos poderiam
afligir-se, afligindo-me, mas essas dignas patrícias, as baianas de têmpera,
souberam poupar esse desgosto ao Chefe e aos companheiros. Cada vez mais
animadas, mais firmes, mais resolutas, não as atemorizaram a perspectiva de
mais longo suplício.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Fracassados no Superior Tribunal
Militar, voltámos à Corte Suprema, Nossa esperança foi enorme. As demonstrações
públicas das autoridades federais, a nosso respeito, evidenciavam que o governador
da Bahia não agira como delegado do Poder Central, como executor do "estado
de guerra". Estávamos certos de que iríamos obter o "habeas
corpus".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Os ilustres magistrados que compõem a
Corte Suprema negaram-nos, porém, o "habeas corpus". Por unanimidade,
deixaram de entrar no mérito da questão, pelo fato de estarmos em "estado
de guerra".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Nosso advogado, o professor Alcibíades
Delamare, produzira uma belíssima sustentação oral, com aquela cultura que nele,
admiramos, e aquela vibração que faz dele um dos mais exaltados patriotas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Lembro-me bem da tarde em que ele me
deu a notícia, em meu gabinete, do resultado que acabrunhara tanto os
integralistas, principalmente por que os comunistas tinham estado, firmes, à saída
do Tribunal, para cobrir de ironias, de risinhos soviéticos os brasileiros que
vestiram uma camisa verde com o objetivo de morrer se for preciso, para evitar
que a nossa Pátria seja escravizada pelos bolchevistas de Moscou.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">O nosso patrono admirou-se do sorriso
de calma absoluta com que recebia a notícia. É que intimamente eu estava certo
que as coisas tinham de ser assim. Era preciso que fossem assim.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Fui levar a notícia desconsoladora aos
companheiros que já haviam sido transportados da Bahia, a pedido nosso dirigido
ao Tribunal de Segurança Nacional, para o Quartel do Regimento de Cavalaria da
Brigada Militar Eles a receberam também, com aquela expressão de serenidade,
direi mesmo de alegria, com que os integralistas recebem as dores que Deus lhes
manda, como resgate da felicidade da sua Pátria. Esses homens e, principalmente
suas famílias, foram admiráveis durante os seis meses de prisão sofridos pelo
Bem do Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Restava-nos o Tribunal de Segurança
Nacional. O processo volumoso viera da Bahia para as nobres mãos desses Juízes-mártires,
desses juízes- salvadores-da-Nação, desses magistrados da República diariamente
ofendidos por uma potência estrangeira, cujos asseclas repetem como um estribilho
a inconstitucionalidade do Tribunal, cuja missão é justamente por a salvo a
Constituição, a República, as Tradições da Pátria dos assaltos dos que em
novembro tentaram destruir esses patrimônios da Nacionalidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">O volume de processo não nos
assombrava, porque os documentos que o compunham eram montes de papéis
timbrados da Acção Integralista, pacotes de fichas que todo o mundo no Brasil
conhece, declarações de 22 presos, de testemunhas inócuas, cartas altamente
patrióticas de integralistas inquietos pelas manobras bolchevistas. Acusados de
uma conspiração "de grande envergadura", lá estava o rol das armas
arrecadadas em centenas de devassas em Sedes de partido e casas particulares: 1
espingarda de caça, um revólver H. O. com seis balas, uma pistola velha...
Estas coisas nos tranquilizavam.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Mas, o que mais nos tranquilizava era
o valor moral dos Juízes do Tribunal de Segurança Nacional. Juízes de uma hora
de exceção na vida do Brasil. Juízes que se tornam alvo natural dos inimigos da
Pátria. Juízes que têm sobre seus ombros, não interesses comuns à vida normal
do país, mas interesses supremos da Nação numa fase anormal da História. Juízes
que, diariamente, estavam demonstrando ao Povo a sua energia, a sua serenidade,
a sua alta dignidade. Nós tínhamos de confiar nesses Juízes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Confiamos. Esperamos. Tranquilamente.
Deus falou pela voz desses magistrados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">A liberdade ora concedida aos nossos companheiros
da Bahia tem uma significação muito maior, muito mais grave, muito mais
importante para os próprios destinos do Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Ela não é uma consequência eventual de
uma ordem de "habeas corpus", que poderia ser concedida em razão de
formalidades não cumpridas, ou de interpretação de competências, ou da natureza
do mandato da autoridade coactora. Ela é um resultado imediato da apreciação de
um volumoso inquérito. Ella é emanada do Tribunal que se torna a fonte mais
legítima neste momento das outorgas de dignidade nacional, de correção em face
do "estado de guerra", de significação política, de caráter moral.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Libertados pelos outros tribunais,
também dignos, e que nós integralistas respeitamos, os companheiros da Bahia
ainda poderiam ter sobre si o peso, ou pelo menos uma leve nuvem de suspeita
sobre seu procedimento. Mas, postos em liberdade pelo Tribunal de Segurança
Nacional, o Povo Brasileiro fica sabendo que tudo quanto temos dito em nossa
defesa e que tem sido, aliás, confirmado pelas mais altas autoridades federais,
como o sr. ministro da Justiça e o sr. presidente da República, encontra base indestrutível
em motivos que servem de alicerce à patriótica e nobre decisão da Justiça
Especial.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Tiveram razão os integralistas em
confiar nos Juízes do Brasil. Tive eu razão quando, respondendo ao telegrama
com que me distinguiu o sr. governador da Bahia, declarei esperar tranquilamente
o julgamento final do caso já famoso da conspiração de S. Salvador.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Nós continuaremos assim. Jamais
perderemos a calma. Jamais deblateraremos. Jamais nos desesperaremos. Com a lei,
pela lei, para a lei. Com a Constituição, pela Constituição e para a
Constituição. Confiando na Justiça, esperando tudo da Justiça, dirigindo-nos à
Justiça e tudo fazendo pelo prestígio da Justiça, prosseguiremos nossa marcha,
que visa à grandeza do Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Podem os camisas verdes de toda a
imensa Pátria trabalhar com ardor pela sua causa. Quando houver arbítrios de
autoridades, haverá um Juiz ao qual se possa recorrer. Quando esse juiz falhar,
há os tribunais. Quando não houver nem juízes nem tribunais, então é porque tudo
acabou, e urge agir pelos meios que habitualmente condenamos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Isso, porém, decerto, jamais se dará.
Porque, para honra do Brasil, há juízes no Brasil da envergadura de um Barros
Barreto, um-Costa Netto, um Raul Machado, um Pereira Braga e de um Lemos
Bastos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Com juízes de tão alto patriotismo e
de tão grande saber, honestidade e retidão, os que amarem a Pátria não precisarão
ser extremistas para manifestar o seu apoio à Nação e salvá-la nas horas
perigosas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Publicado originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 18 de Março de 1937.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-50678287162495311952024-02-18T13:19:00.000-03:002024-02-18T13:19:17.579-03:00CARTA A CASTRO ALVES (17/03/1937)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento</span></b><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">: A publicação do Artigo abaixo só foi
possível graças à generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder
Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior
Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente,
é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">CARTA A CASTRO ALVES</span></b><span style="color: black; mso-themecolor: text1;"> (17/03/1937)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Não sei onde estás, Castro Alves, se
naquela estrela que resplandece no crepúsculo, ou na luz do Cruzeiro, ou na
estrada de faiscante poeira da Via Láctea, onde caminhas, sentindo o infinito e
contemplando maravilhosas maravilhas... Talvez estejas hoje na onda verde do
mar da nossa terra, na esteira do "barco ligeiro" "que semelha
no mar doido cometa"... No murmúrio do vento, talvez?... No pampeiro que
varre a coxilha, no saveiro das praias que amaste, nos mosforós que cantam nas
chapadas esbraseadas?...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Eras bem o Brasil; deves estar, por
certo, nos cantos misteriosos que sobem das florestas; no rumor ignorado das
selvas, no desabrochar das flores; no ruído sutil dos insetos doirados e no
tatalar das azas das borboletas...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Este ar fino, que perpassa acariciando
as palmas dos coqueiros, nesta tarde abrasada de março, e que traz as perfumes
silvestres, parece que me diz que estás hoje, no dia do aniversário do teu
nascimento, em toda a carta geográfica da Grande Pátria.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Estás hoje, pois que te evocamos,
nesta delicada emoção que vibra no íntimo da nossa sensibilidade; estás nesta
nossa inquietação; estás nesta nossa amargura como estás em nossa mais decidida
esperança.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Ao dedilhar a máquina em que celebro o
teu aniversário, há vibrações misteriosas no meu ser. Tenho a impressão viva e
forte de que a tua alma espera de mim, não um artigo para o público, a teu res
peito, mas uma carta para o teu coração, a respeito do Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Há poucas horas, estive relendo as
tuas poesias, Poeta dos Escravos, poeta da selva americana, poeta do Brasil. Li
e reli, muitas vezes, estes versos tão oportunos, nestes dias de hoje:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Existe um povo que a bandeira empresta <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">p'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">E deixa-a transformar-se nessa festa<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">em manto impuro de bacante fria!...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">que impudente na gávea tripudia?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Silêncio, Musa, chora e chora tanto <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">que o pavilhão se lave no teu pranto!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Auriverde pendão da minha terra, <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">que a brisa do Brasil beija e balança! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Estandarte que à luz do sol encerra <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">as promessas divinas da esperança... <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Tu, que, da liberdade, após a guerra, <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">foste hasteado dos heróis na lança, <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">antes te houvessem roto na batalha, <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">que servires a um povo de mortalha...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Esses teus versos são proféticos, ó
Poeta iluminado! Não o sabias, quando os escrevestes. Horrorizava-te a só ideia
de que a Bandeira querida, a Bandeira da Pátria pudesse servir de mortalha a um
povo estrangeiro, ao povo africano.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Entretanto, nos dias de agora, o auriverde
pendão da nossa terra, em muitos lugares do Brasil, está servindo de mortalha
para si mesmo... Ha brasileiros que se servem dele para se escudarem, para
combaterem os legítimos defensores da Pátria. Há brasileiros secretamente
mancomunados com estrangeiros, para escravizar os seus compatriotas, apontando-os
como inimigos do pavilhão sagrado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Há homens que juraram servir à
Bandeira do Brasil e que traem o juramento, usando das armas que a Nação lhes
confiou para matar seus irmãos e ferir traiçoeiramente a soberania da Pátria,
que eles pretendem subordinar aos bárbaros de Moscou.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Há filhos deste país que, ocupando
cargos públicos, servem-se da autoridade desses cargos para favorecer aos
invasores e para perseguir os defensores da dignidade nacional.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">E tudo se faz em nome da Bandeira, pela
Bandeira, para a Bandeira, com a Bandeira, em razão da Bandeira, sob pretextos,
sob desculpas, sob sofismas arquitetados em torno da Bandeira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">A farda, que é uma continuação do pano
sagrado da Bandeira, a farda que deve ser enaltecida, cultivada, muitas vezes
cobre peitos em cujo recesso há corações que premeditam o assassínio de surpresa
de camaradas leais, fieis ao pavilhão sagrado do Brasil. Em novembro de 1935, a
nossa querida Bandeira presidiu ao drama doloroso em que vimos soldados do
Brasil se apresentarem como soldados de uma potência estrangeira, matando criminosamente
os bravos defensores da dignidade, da independência e da liberdade de um Povo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Restou-nos o consolo de verificar que
o Exército Nacional soube defender a Bandeira da Pátria contra os que tramaram
nas sombras de suas próprias casernas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">No entanto, esse episódio trágico não
serviu nem de lição, nem de aviso. Os políticos continuam dividindo a Nação,
como se nada tivesse acontecido. E o Brasil continua ameaçado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Se ressuscitasses, Poeta, o teu horror
seria mil vezes maior do que aquele que te inspirou o poema do "Navio Negreiro".
Se soubesses, que brasileiros separatistas ridicularizam a Bandeira Nacional,
cultuando as bandeiras das suas regiões! Se soubesses que uma tarde, em Campos,
a Bandeira Nacional foi atirada na sarjeta, sendo dali levantada pelos
camisas-verdes, que a trouxeram ao Rio, fazendo-a desfilar, pelas mãos de um
nobre operário, à frente de uma passeata realizada como reparação! Se soubesses
que na tua terra, na Bahia, a Bandeira Nacional foi enxovalhada, sendo também
levantada da sarjeta onde jazia, pelas mãos desses mesmos camisas-verdes, que
Ievaram, triunfalmente, por entre as aclamações de uma multidão revoltada! Se
soubesses que, algum tempo depois, esses camisas-verdes eram compelidos por
lei, a fechar as organizações militarizadas que tinham com o fito exclusivo de
defender a Bandeira da Pátria na esfera da vida civil, em cooperação com as Forças
Armadas do país! Se soubesses que inimigos do Brasil, míseros patrícios nossos
rendidos ao Soviete, participantes da traição de novembro, com a máscara de
liberais-democratas, defensores da Bandeira Nacional, conspiram contra essa
mesma Bandeira, maquinando a destruição dos camisas-verdes que a sustentam e por
ela se sacrificam! Se soubesses que na tua Bahia, esses camisas-verdes - os
únicos defensores civis da dignidade, da prioridade, da unicidade, da
imortalidade, da glória da Bandeira verde-amarela, foram presos, perseguidos,
oprimidos, proibidos de cantar o Hino da Pátria, de erguer o braço nessa
saudação condoreira, tão ao gosto do teu estro e tão ao gosto da tua Bahia,
quando passa a Bandeira traída, a Bandeira ofendida, a Bandeira iludida, a Bandeira
humilhada!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Sabes, Castro Alves, que no Brasil há
uma corrente de brasileiros que se subordina a banqueiros ingleses, outra a
banqueiros americanos, outra ao Soviete russo, outra à maçonaria internacional,
e que todas essas correntes já não possuem nenhum sentimento de verdadeiro amor
ao Brasil?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Sabes que o território brasileiro está
sendo, dia a dia, distribuído entre estrangeiros: que em Mato Grosso impera uma
companhia argentina numa vastíssima área: que no Amazonas dominam os americanos
do norte numa amplíssima concessão, e os japoneses numa dilatada sesmaria? Que
no Paraná uma grande porção do território pertence a ingleses? Que em Minas,
preparam-se concessões enormes a serem dadas estrangeiros, para que explorem o
nosso ferro? Que as quedas d'água do Brasil estão todas em mãos adventícias?
Sabes, Castro Alves, que a maravilhosa Cachoeira de Paulo Afonso, que cantaste,
aquele gigante cujo "mugido soturno rompe as trevas", não pertence
mais ao Brasil?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Sabes que estamos endividados e
escravizados; que estamos divididos por mesquinhas lutas políticas; que estamos
nos enterrando no lodo de um torpe materialismo? Sabes que o caboclo do Brasil
se encontra desamparado, doente, roído de maleita, de verminose, sem nenhum
conforto e sem nenhum amparo, enquanto o colono estrangeiro é protegido, estimulado,
favorecido?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Que significa a cena do "Navio
Negreiro" diante desse espetáculo da autodestruição de um Povo? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Se vivesses hoje!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Verias as últimas reservas das
energias nacionais se levantarem e escutarias a perversidade cínica dos que
tripudiam sobre as angustias de um Povo, apontá-las como inimigas da ordem.
Verias milhares de sertanejos da tua Bahia se erguerem, para salvar o patrimônio
das tradições nacionais e verias esses sertanejos, em nome da própria Bandeira
Nacional, serem sufocados e reduzidos ao silêncio, a fim de que os políticos
pudessem agir livremente e rolar pelo declive da desgraça arrastando o
Brasil...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Que poema escreverias! Que formidável
poema! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Quando presenciasses o sofrimento dos
verdadeiros brasileiros, dos verdadeiros defensores da Bandeira Verde-Amarela,
dos verdadeiros campeões da Unidade da Pátria; quando visses a Justiça, de
braços cruzados, sob a égide do Pavilhão Sagrado; quando visses os chamados
homens de responsabilidade, completamente indiferentes à sorte dos mártires,
sob o patrocínio do Pendão auriverde; quando visses os comunistas rirem das
prisões e dos vexames padecidos pelos camisas-verdes que foram condenados por
Dimitroff, em Moscou; quando visses os patriotas ridicularizados, injuriados,
caluniados, esquecidos, vilipendiados, encarcerados, muitos espancados, com os
lares varejados, com os direitos de cidadania suspensos arbitrariamente e tudo
isso em nome da Bandeira, pela Bandeira, a pretexto da Bandeira, levado à cena
da História pelos traidores da Bandeira, pelos impostores da Bandeira, pelos
assassinos da Bandeira, então, Castro Alves, repetirias com mais ardor, com
mais emoção, os teus versos sagrados e proféticos:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Auriverde pendão da minha terra <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">que a brisa do Brasil beija e balança.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Estandarte que à luz do sol encerra<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">as promessas divinas da esperança! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Tu, que da liberdade após a guerra <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">foste hasteado dos heróis na lança, <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">antes te houvessem roto na batalha <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">que servires a um povo de mortalha<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Mas, Castro Alves, nesta conversa que
estou tendo contigo, te direi: nem roto na batalha, nem mortalha de um Povo
será o auriverde pendão, que tanto amaste. Aqui estamos, camisas-verdes do
Brasil. Chegamos a tempo. Nada nos destruirá. Força alguma nos deterá. Estamos
alerta. Um dia faremos desse auriverde pendão da nossa terra a expressão da maior
força, da maior civilização da América.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Publicado originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 17 de Março de 1937.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-90179609849278231112024-01-26T20:37:00.000-03:002024-01-26T20:37:10.122-03:00Recordações (28/02/1936)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento:</span></b><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"> A
publicação do Artigo abaixo só foi possível graças à generosa colaboração do
Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida, profundo pesquisador da
História do Brasil, possuidor da maior Pliniana existente, que nos permitiu o
acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é Deputado Federal pelo Distrito
Federal. Aos que desejarem conhecer mais o trabalho do Prof. Paulo Fernando
indicamos: <span style="color: black; mso-themecolor: text1;"><a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a></span><o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Recordações (28/02/1936)<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Quando
o nosso navio, que vinha do Norte, entrou nas águas mansas do porto, pelas dez
horas da manhã, um grande sol fulgia, num grande céu azul, pondo cintilações
nas vidraças do casaréu espalhado pelas encostas verdes dos morros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Passávamos
junto ao Penedo, enorme bloco de pedra plantado como fiel sentinela da cidade
de Nossa Senhora da Vitória; ao longe, garça branca pousada na rocha emergente
da vegetação, a igreja da Penha olhava o mar alto, como que escutando os murmúrios
de Vila Velha e os segredos das ondas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">- Lá
vêm eles! São eles! Exclamou o Thiers, apontando-me uma lancha que se movia,
por entre botes, barcaças, cascos de navios mercantes e veleiros, cheia de
camisas-verdes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Debruçamo-nos
sobre a amurada de prôa. Um vivo alvoroço nos sacudia. Íamos ter notícias do
nosso Movimento. Íamos dar notícias do que viramos, do que fizéramos. Havia em
nós um desejo ardente de contar as nossas aventuras numa viagem audaciosa, sem
recursos, quase a mercê da sorte, pelos sertões do Nordeste e pelas capitais
das Províncias que transitáramos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A
lancha aproximava-se. Trazia na prôa uma flâmula azul e branca, a nossa
flâmula. Estava cheia de camisas verdes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A
primeira figura que vimos foi a de Arnaldo Magalhães, com seu sorriso bom, seus
gestos pausados, seu idealismo brilhando através dos óculos. Junto dele,
distinguimos logo Madeira de Freitas, que trazia um ar de triunfo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Nesse
tempo ainda não havia o “anauê”, palavra que foi lançada pouco depois, em
Niterói, por iniciativa de Lacerda Nogueira, e que se alastrou por todo o país.
Erguemos, porém, nossos braços(eu, Thiers, Aristophanes e Hermes) respondendo a
saudação dos 19 camisas-verdes da lancha.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Em
terra, encontrei Gustavo Barroso. Ele e Madeira tinham vindo por estrada de
ferro a fim de me esperar em Vitória. Unidos profundamente pelo ideal sagrado,
esses dois companheiros já haviam agitado a Capital espírito-santense, fazendo
discursos e conferências.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A
nossa última noite em Vitória, depois de três dias inesquecíveis, constituiu
uma consagração popular da ideia nova. No meu discurso declarei que realizaria
na capital capixaba o primeiro Congresso Nacional Integralista.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Estávamos
no ano de 1933. A primeira marcha de camisas-verdes dera-se no dia 23 de abril desse
ano, em S. Paulo, se bem que o Manifesto de Outubro houvesse sido lançado em
1932. Em maio fundáramos o Integralismo no Rio e em Niterói. A Bahia, o Ceará e
Pernambuco já tinham seus pequenos Núcleos. Em Santa Catarina só havia os
Núcleos de Itajaí e Canoinhas; no Rio Grande do Sul, apenas Erechim; em Minas
Gerais somente Teófilo Ottoni. E nada mais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Foi
em Julho que segui para o Norte, com a notícia que de que em Natal já um grupo
de integralistas se organizava. Lancei a semente em Alagoas, na Paraíba.
Consolidei o Movimento em Bahia, Pernambuco, Ceará, fiz a ideia chegar em
Sergipe. Nessa mesma ocasião, organizou-se o primeiro Núcleo em Mato Gross. O
Maranhão foi conquistado a bordo do navio em que eu viajava. No Amazonas e Pará
o companheiro Giudice lançara as primeiras pedras do alicerce que, mais tarde,
Gustavo Barroso consolidaria.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Essa
era a situação geral do Integralismo, quando prometi, em Vitória, a realização,
no ano seguinte, do Primeiro Congresso Nacional da “Acção Integralista
Brasileira”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Nosso
regresso de Vitória foi por terra. Pernoitamos em Campos. Falámos no dia
seguinte na escola Normal e, à noite, no salão da Associação Comercial. Uma
multidão cantava o Hino Nacional, quando partimos da cidade goitacá, rumo ao
Rio.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Aqui,
Everaldo Leite nos aguardava com uma surpresa: os primeiros cem homens
uniformizados, de camisa-verde, sob seu comando. Everaldo, desde então, ficou
sendo o “centurião” Everaldo. Realizou-se o primeiro desfile na Capital da
República.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Tanto
no Rio, como em Niterói, o Movimento crescera regularmente. Fui para S. Paulo;
ali, duas centenas de camisas-verdes me receberam na estação e me levaram ao
bairro proletário da Moóca, onde o acadêmico Pimenta fez um discurso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Os
preparativos para o Congresso continuaram o resto do ano. Em dezembro, fixamos
a data: 28 de fevereiro de 1934.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Quando
chegou fevereiro, já o Integralismo em Guanabara estava instalado na rua 7 de
Setembro, com muito mais conforto do que na saleta da rua Rodrigo Silva.
Devíamos esse melhoramento à iniciativa de Sérgio Silva.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O
incansável Madeira falava, sem cessar, pelos bairros e fundava os primeiros
Núcleos da Província. Era uma obra de paciência, de dedicação extrema, de
sacrifício, de tenacidade, da qual o Integralismo jamais poderá esquecer.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Regressava,
por esse tempo, do Norte, Gustavo Barroso, que levara a sua “Bandeira” até
Belém do Pará. Os serviços prestados ao Movimento por Gustavo Barroso foram
enormes. Viajaram em sua companhia Miguel Reale, Loureiro Junior, Herberto
Dutra e Mário Brasil. Desde então, Gustavo entregou-se de corpo e alma à
propaganda do Sigma. Tornou-se uma espécie de Raposo Tavares dos grandes “raids”
pela carta geográfica do Brasil. Começou, ao mesmo tempo, a produzir livros,
dedicando-se especialmente ao estudos das explorações que contra nós tem
exercido o capitalismo internacional. Esse trabalho intenso desenvolvido por
Gustavo, através da palavra falada e escrita, está integrado definitivamente na
história do Integralismo.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O
nosso movimento tem sido o milagre realizado pelas dedicações de seus adeptos.
Entre estas, devemos assinalar o esforço de Victor Pujol. Só eu sei o que lhe
custou, o que lhe tem custado, a publicação, desde o início do Movimento, do “Monitor”.
A unidade absoluta de normas, a uniformidade que verificamos em todos os
Núcleos do país, o registro de todos os nossos passos, de todas as resoluções e
atos da Chefia Nacional, nós devemos ao “Monitor”. E foi através do nosso órgão
oficial que foram transmitidas todas as ordens para a realização do Congresso
de Vitória.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Miguel
Reale, por esse tempo, já era um grande valor, uma alta expressão do nosso
Movimento. Ele trazia o sentido da revolução social, o império da juventude
nova, que escandalizava a juventude velha e caudatária dos partidos. Publicara
o seu livro "O Estado Moderno", com vinte e três anos de idade, livro
que fez notável sucesso, tanto no país, como no estrangeiro. Quanto a Jehovah
Motta, ele encarnava a mensagem viva do Nordeste, interpretando, por uma
fatalidade geográfica, a aspiração da grande massa brasileira. Exprimia, por outro
lado, o estado de espírito das modernas gerações militares, o doloroso complexo
do Exército Nacional. De Minas, vinha Olbiano de Mello, com o sentido sindicalista
e a inspiração nacionalista que o ligara a min, desde 1931. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Na
hora dos trabalhos preparatórios do Congresso, aqui, no Rio, tive duas revelações,
como capacidade de trabalho: Everaldo Leite e Loureiro Junior. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Everaldo
apresentou-se aos meus olhos, como o mágico de toda a estruturação do grande Movimento.
Inteligência viva, pronta no perceber meus pensamentos, ele os realizava com uma
precisão extraordinária e com uma rapidez notável. Elucidava-me a respeito de
pormenores, explicava-me com clareza certos aspectos da organização, Foi ele
quem esquematizou todos os departamentos mais tarde transformados em secretarias,
A Província de S. Paulo indicou-me, para meu auxiliar na Secretaria do Congresso,
o seu Secretário Provincial Loureiro Junior, que conheci como orador, quando
ofertou a bandeira Integralista que S. Paulo enviava à Guanabara. Eu não o
conhecia ainda como "trabalhador" e foi nas noites em que vimos muitas
vezes raiar a madrugada, debruçados sobre máquinas de escrever, que avaliei sua
capacidade de produzir praticamente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Aquelas
noites que precederam o Congresso de. Victoria, e que passamos na rua Sele de
Setembro, entre xícaras de cafés e fumaça de cigarros, dedilhar de máquinas diligentes,
várias mesas onde varias comissões trabalhavam, e os meus passos, de um lado
para outro, despertam-nos hoje uma vis saudade. Não me esqueço a última noite
d'aqueles serões preparatórios. Estavam todos esfalfados, pela repetição do árduo
trabalho noturno. O dia todo fora de uma atividade incrível, de modo que que
ninguém pudera descansar minutos fossem. Quando chegou a madrugada, um por um
foi capitulando, estendendo-se pelas cadeiras. Os últimos a se deixarem vencer
incumbiram Reale de me falar trabalhava em nome dos exaustos. Enquanto eu
trabalhava com Loureiro, na sala próxima, eles combinaram até a frase que
deveria Reale dizer. Mas o orador estava tão morto de sono, que, em vez de
repetir a fórmula ensaiada, que era "Chefe, os companheiros pedem que o
sr. tenha pena de si mesmo", exclamou, com os olhos pesados: "Os
companheiros pedem que o sr. tenha pena de nós". Foi uma risada geral da
"comissão", que, afinal, viu raiar o dia. Estava tudo pronto,
Embarcaríamos à noite. <o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Na
estação da Leopoldina, o Brasil encontrou-se consigo mesmo, Minha emoção era
profunda. Todas as Províncias mandavam seus representantes Alguns ainda viriam
por mar, diretamente a Vitória. Mas ali estavam, para embarcar, S. Paulo, Minas,
Ceará, Pernambuco, Guanabara, Santa Catarina, Mato Grosso, Goiáz, Rio Grande do
Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Jehovah
Motta pergunta-me:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">- Hoje
é um grande dia para o sr., não é? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">-
Sonhei com este dia, longos anos, respondi-lhe. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">E,
no vagão alegre e cordial, eu tinha a impressão de que levava a minha Pátria. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Viajamos
toda a noite e todo dia seguinte, Na estação de Domingos Martins, tivemos uma
surpresa: um grupo de camisas-verdes veio saudar-nos. A noitinha, chegámos a
Vitória. Não se descreve o entusiasmo dos camisas-verdes capixabas, quando, na
sede local, exclamei: - "Aqui estou; venho cumprir a minha palavra:
realizar o primeiro Congresso Nacional Integralista na vossa cidade".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Espalharam-se pelos hotéis de Vitória os representantes
de todas as Províncias. Algumas, como S. Paulo e Guanabara, enviaram grandes
representações.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Realizamos
sessões consecutivas, dia e noite, durante os dias 28, 29 de fevereiro e 1 de
março. Os trabalhos em plenário eram dirigidos por Olbiano de Mello. Todo o
peso dos serviços de secretaria ficou sobre os ombros de Everaldo Leite, que
continuava a ser o realizador notável. As comissões revezavam-se, sob minha
orientação. Nas caladas da noite, eu e Loureiro trabalhávamos e prolongávamos nossas
atividades até ao romper da aurora, momento em que tomávamos uma lancha com
Madeira de Freitas e íamos até ao mar alto. Regressávamos para o início das
sessões ordinárias, Foi, assim, tudo estudado, discutido, resolvido: os
Estatutos, os regulamentos, os protocolos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Todos
trabalhavam com vibrante emoção, Uma alegria íntima iluminava todos os
semblantes. O povo de Vitória cercava os congressistas de gentilezas
carinhosas: eram almoços, jantares, passeios, recepções. Aquilo tudo numa
paisagem maravilhosa, porque Vitória é um presépio encanador. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Parece
que estou vendo os companheiros Thompson, Padilha, Jehovah, Mayrink, Jayme Ferreira,
Vieira da Silva, Corbisier, Angelo, Guedes, Stella, Andrade Lima, Osolino,
Santos Maia, Graziano, Iracy, Leães, Moacyr Pereira, Jaqueira, Marcelino,
Mello, Queiros Ribeiro, Pujol, Alpinolo, Finkenauer, Matrangula e tantos
outros, inclusive a volumosa e bela representação capixaba, na sala de nossos
trabalhos, nas mesas dos restaurantes, nas ruas de Vitória, vibrantes de
alegria e de entusiasmo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Em
Vitória, julguei terminada a minha missão de fundador e de organizador, e
entreguei, de surpresa, aos congressistas, a Chefia do Movimento, a fim de que
eles decidissem sobre quem deveria continuar a comandar os camisas-verdes. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Arnaldo
Magalhães assumiu a presidência da sessão <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e durante alguns momentos foi chefe da A.I.B. O
caso já havia sido resolvido, de antemão, pois todos previam que eu iria
assumir aquela altitude. Arnaldo deu a palavra a Olbiano de Mello o qual leu
uma Proclamação assinada pelos representantes de todas as Províncias, na qual
me impunham a Chefia do Movimento. Tive de me curvar, por disciplina, até que
um dia eu pudesse fazer nova consulta. quando a Integralismo fosse uma grande
força nacional. Essa consulta fiz o ano passado no Teatro João Caetano e
novamente me foi imposto este lugar, lugar que eu não quero dizer se é de sofrimentos
ou de alegria, pois só Deus pode ler na minha consciência. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Talvez
que uma e outra coisa se conjuguem. Mas só Deus entende estas coisas tão
delicadas e tão profundas... <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O
dia 28 de fevereiro, dia da instalação do Congresso de Vitória foi por mim
declarado naquele ano "o dia da vigília da Nação". Em todos os
Núcleos integralistas do país, os camisas-verdes repetiram as mesmas palavras,
na mesma hora. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Hoje,
comemoramos mais um aniversário do grande acontecimento. O Integralismo já é
uma força no Brasil. Já realizou muito. Já se impôs à benemerência pública. Já
sofreu. Já perdeu vidas preciosas no combate ao comunismo. Já se alteou como um
movimento de cultura e se aprofundou como uma revolução das almas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Tendo
diante de meus olhos, no dia de hoje, o pergaminho que o companheiro Thompson
carinhosamente desenhou, nele escrevendo o texto da proclamação de Vitória, que
me fez Chefe do Sigma. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esse
documento é o símbolo e a síntese do meu destino....<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Publicado
originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 28
de Fevereiro de 1936.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-2646109730827903822024-01-24T12:44:00.000-03:002024-01-24T12:44:18.634-03:00A HORA TRÁGICA (18/02/1936)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento:</span></b><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"> A
publicação do Artigo abaixo só foi possível graças à generosa colaboração do
Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida, profundo pesquisador da
História do Brasil, possuidor da maior Pliniana existente, que nos permitiu o
acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é Deputado Federal pelo Distrito
Federal. Aos que desejarem conhecer mais o trabalho do Prof. Paulo Fernando
indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a><o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A HORA TRÁGICA (18/02/1936)<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Espanha e França estão vivendo as
suas horas trágicas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É preciso que os brasileiros pensem,
enquanto é tempo, sobre as circunstâncias que provocaram àquela hora trágica. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Na "Casa del Pueblo", em
Madrid, foi hasteada a bandeira vermelha. Uma grande massa canta a Internacional
pelas ruas da capital espanhola. Em Barcelona, há demonstrações e distúrbios da
"esquerda". O governo castelhano, governo liberal democrata, governo
centrista, governo inspirado por um socialismo "agua de flores de
laranjeira", decretou o "estado de alarme", medida que não chega
a ser o "estado de sítio”, medida contemporizadora, ineficaz. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em França, agitam-se os extremistas.
A pressão que o Governo faz sobre as "direitas" facilita a expansão
dos bolchevistas encapotados, que se mascaram de socialistas, de liberais-democráticos,
de defensores de liberdades públicas, e preparam os golpes violentos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A hora presente é trágica para A
Europa. A guerra da Abissínia, criando uma atmosfera de desconfiança entre a Itália
e a Inglaterra, enfraquece as forças de resistência de uma velha civilização. O
nacional-socialismo da Alemanha, si dermos crédito ao que noticiam as agências
telegráficas, abre luta com as correntes católicas, e isso vem trazer também
uma situação mórbida para o estado de espírito do povo alemão. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não se pode negar que a hora é de angústia,
de superexcitação, de dúvidas terríveis. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E tudo isso deve servir de lição aos
povos jovens como os da América do Sul, <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Povos jovens, que vivem
artificialmente uma vida de velhice. Povos que estão também minados pelas
mesmas enfermidades que depauperam os povos velhos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A última revolução comunista no
Brasil; a máquina revolucionária bolchevista que, se descobriu instalada no
Uruguai; a recentíssima sedição soviética no Chile; a marcha franca e aberta do
México, para o socialismo avançado; o estado de espírito na Argentina, no
Paraguai, nos outros países sul-americanos, tudo isso está mostrando aos que
ainda têm um pouco dessa coisa raríssima, tão pouco comum, que é o senso comum,
os perigos iminentes que nos ameaçam. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É a velhice precoce. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Velhice à qual devemos opor, como único
remédio as desgraças da Pátria, a força da mocidade, os ímpetos da juventude, a
energia criadora e realizadora de novas gerações capazes de apreender o sentido
dos fenômenos sociais contemporâneos, o processo segundo o qual se criam
situações como essas que desesperam hoje a França e a Espanha.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Também naqueles países, os políticos
só cuidam de política. Mas de política rasteira, vergonhosa, restrita, de
partidarismos mesquinhos. Os homens que fazem a política, em regra geral,
ignoram os abismos sobre que pisam. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Lembro-me quando estive em Madrid, em
1930. Fui visitar o Palácio Real. O rei Affonso XIII estava veraneando, tranquilamente,
em S. Sebastian. Conduziu-me, pelos amplos e imponentes salões, o Duque de
Miranda. Ao chegarmos à sala dos Tronos, diante da grandeza majestática dos dois
solenes e aurifulgentes dosséis dos reis de Espanha, não pude conter que não
perguntasse: "Estes tronos estarão bem seguros?" A minha pergunta
talvez não fosse bem compreendida. Mas eu tinha estado na rua e conversara com
os carregadores, os engraxates, os jornaleiros, os empregados de comércio, os
chauffeurs, lera, sobretudo, os jornais. Meses depois, os acontecimentos
respondiam à minha pergunta, e aqueles tronos ruíam, sem ao menos a poesia de
um episódio grandioso. A monarquia, em Espanha, acabou da maneira mais ridícula
possível: com uma eleição. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os políticos nunca sabem o que está
acontecendo em redor. Estão sempre certos de que a sua posição é firme.
Recordo-me bem dos últimos dias nos Campos Elísios, em S. Paulo. Tendo chegado
da Europa, em outubro de 1930, com um manifesto integralista na mala, com um
rumo novo a seguir, a minha dignidade pessoal me obrigou a ficar ao lado de um
amigo, assistindo à agonia de uma situação. Essa agonia, porém, assumia um
aspecto de optimismo. Ninguém acreditava que o Poder pudesse ser abalado. Altas
horas da madrugada, eu e Menotti Del Picchia, sozinhos (os políticos só iam à
tarde saber as últimas notícias), atravessávamos as alamedas, por entre as
sentinelas alarmadas, dizendo: "Parece incrível que esta gente esteja tão
fora da realidade!”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje, observo que incrível será que
os homens que fazem a política estejam a par da realidade! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sim! É condição mesmo dos que se
agitam nos partidos do governo ou das oposições, não dar pelo que se passa em
redor deles, na sombra. <o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O que se passa hoje em Espanha e
França mostra bem a cegueira dos políticos. Na Rússia, deu-se a mesma coisa, quando
Kerensky estava no Poder. É prevalecendo-se dessas situações, que os comunistas
agem e preparam o golpe técnico. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os políticos não querem convencer-se
de que uma situação nova surgiu no mundo. A democracia só poderá subsistir, si
adoptar novos métodos de captação da vontade popular. O sufrágio universal está
desmoralizado. É um instrumento de agitação, de enfermidade nacional, de anarquia
dos espíritos, de lutas estéreis. Quando esse sufrágio universal se pratica num
país como a Espanha, onde há os interesses regionais de províncias, como no
caso da Catalunha, quase separatista, ele agrava de um modo profundo a doença
politica do país. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não existindo partidos nacionais,
porém, apenas estaduais, essa circunstancia concorre para cegar de um modo
absoluto os políticos. Olhando só para o interesse da política estadual, eles
se esquecem, completamente, dos perigos que ameaçam a vida comum do país e não
reparam que estão pisando sobre um vulcão. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O único meio de combater o
extremismo, a marcha inexorável do bolchevismo, é criar a União Nacional. Mas
essa União Nacional não pode, de maneira nenhuma, constituir-se de remendos,
isto é, da fusão de partidos já existentes, pois não teria consistência nem
estrutura para se manter. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Cegos e surdos, os políticos pensam,
no auge da sua mania partidária, que a União Nacional pode se fazer fora do
campo político. Organizam, então, entidades apolíticas, meramente educacionais,
patrióticas, pensando que assim poderão continuar a fazer sua politiquice, enquanto
os patriotas agem num campo neutro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É o maior, o mais doloroso engano. O
caso mundial, como o caso nacional, é um caso eminentemente, político e que só
se resolve com política. A enfermidade é politica. Fora da política, pois, não
haverá salvação. <o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Que política será essa então, capaz
de conjurar as tremendas ameaças desta hora trágica? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por certo que não será a política com
"p" minúsculo, a politicazinha dos partidos situacionistas ou oposicionistas
que proliferam pelo país, e sim uma larga, superior Politica, com "P"
maiúsculo, de visão panorâmica e ao mesmo tempo de raízes profundíssimas na
alma nacional. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Na marcha em que vamos, cumpre que
nos miremos nos espelhos da França e da Espanha. E os homens de bem, os homens
de boa vontade, os homens que ainda colocam o Brasil acima dos interesses de
facção, da possibilidade de cargos e posições brilhantes, que tenham um gesto
de renúncia enquanto é tempo. Esse gesto de renúncia equivale a um gesto de
conquista e de salvação até mesmo da carreira pessoal. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu sei que muitos não acreditarão no
que digo; sei que muitos dirão com seus botões: "deixe-me ultimar este
compromisso que tenho com Fulano de tal, ou com o partido "x", e
depois conversaremos". Sei que muitos terminarão a leitura deste
"aviso" e conversarão, em seguida, sobre outro assunto. Sim: eu sei
de tudo isso. Mas, sabendo, cumpro o dever de erguer a voz, que é também a de
todos os "camisas- verdes", a fim de que, no futuro, ninguém possa alegar
que não foi advertido, que a sua atenção não foi despertada. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Enquanto isso, aguardemos os acontecimentos
da França e da Espanha, onde os partidos liberais agonizam. Onde os governos
pensam que a questão social é caso de polícia. Onde os homens do
"centro" revelam mais rancor pelo patriotismo exaltado das correntes
da direita do que pelos próprios comunistas. <o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Marchamos hoje, no Brasil, para uma situação
idêntica. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É com inquietação, que nos perguntamos:
quanto tempo durará a atual situação daqueles dois países? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">GII Robbles e Primo de Rivera
hastearão sua bandeira de salvação nacional no Palácio do Governo de Madrid? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O coronel de la Rocque desfraldará
seu pavilhão de legítima glória francesa sobre as margens do Sena? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ou toda a cultura, toda a tradição,
toda a história, toda a dignidade da França e da Espanha afundarão no
aviltamento de um cativeiro ignominioso, em que esses povos bravos serão
pisados pelo tacão da bota dos ladrões internacionais que atualmente governam a
Rússia e pretendem governar o mundo? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Brasileiros: O resto entendereis de
tudo quanto vos quero dizer. Não é preciso dizer mais para a vossa dignidade e
amor ao Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Publicado originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 18 de Fevereiro de
1936.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-18192232000359507092023-12-14T17:30:00.002-03:002023-12-14T17:30:49.810-03:00SINAIS DE ESFACELAMENTO (16/02/1936)<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento:</span></b><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"> A publicação do Artigo abaixo só foi
possível graças à generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder
Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior
Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente,
é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">SINAIS DE ESFACELAMENTO (16/02/1936)<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">As
últimas notícias vindas de todos os pontos do país revelam, de um modo
flagrante, a inconsistência das velhas estruturas dos partidos políticos da
República.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Evidencia-se
uma fase precipitada de decadência. Prenuncia-se a desagregação. Na água régia
da vida contemporânea, os partidos não resistem à fatalidade da sua ruína.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">E,
como os fenômenos sociais e políticos se repetem em ciclos através da vida de
um país, o, crítico dos acontecimentos atuais deve ter a sua vista voltada para
as situações similares, que assinalaram os prelúdios de fases renovadoras, em outros
tempos, porém, sob circunstancias semelhantes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Para
os que analisam a fundo os fatos históricos e tiram deles as conclusões
norteadoras dos dias presentes, não há surpresas políticas. A política, desde
Aristóteles, foi considerada uma ciência. E é justamente porque os homens de
partido no Brasil a encaram exclusivamente como arte, que eles nunca podem
prever o dia de amanhã.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Não
se diga que a política não seja também uma arte. Ela o é, no que tem de
intuição, de improviso, de compreensão imediata, de atitude a assumir em dado
tempo e dadas condições. Dirigir massas humanas é segredo de estadistas, e os
estadistas, como dizia muito bem Napoleão, são, antes de tudo, artistas,
construtores de harmonias sociais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Aos
políticos brasileiros, si lhes falta a intuição da política, segundo o conceito
de arte, que ela comporta, muito mais lhes falece o sentido científico da política,
a consideração dos fenômenos sociais, segundo suas leis constantes, a procura
da incógnita da equação presente, mediante o conhecimento de termos históricos,
indispensáveis à interpretação do instante e previsão segura do Porvir.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Dois
fatos destes dias, aparentemente contraditórios, exprimem uma situação uniforme
da vida brasileira e a decadência inevitável de um sistema: O governo de
gabinete do Rio Grande do Sul e a cisão no Partido Constitucionalista em São
Paulo. Este segundo acontecimento é a chave da revelação do primeiro. 81 dias
antes disséssemos que a pacificação gaúcha exprimia não um sintoma de
agregação, porém, de desagregação, seria difícil de explicar. O caso paulista
poupa-nos esse trabalho. Revela um estado de espírito marcante da insubsistência
dos partidos na República. Evidencia o caráter de precariedade das organizações
políticas regionais, sem conteúdo doutrinário. Mostra que um esfacelamento
geral prenuncia o advento de alguma coisa nova.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">É
condição fundamental do regime liberal-democrático, baseado no sufrágio
universal, a existência dos partidos. Quer seja no regime parlamentar, quer
seja no presidencialista, não se compreende a democracia com base no voto
popular, sem os órgãos captadores desse voto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Se a
vida política do Rio Grande do Sul exigiu o apaziguamento das duas correntes em
torno do governo estadual, é porque essa vida política 1já sentiu os efeitos da
vida social, da vida econômica, dos interesses apolíticos. Os partidos se
tornaram "indesejáveis" à opinião pública.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Pelo
menos é o que se infere das declarações dos lideres de ambas as facções, pois
todos afirmam que, no cenário federal, cada corrente tomará a orientação que
quiser, só se entendendo necessária a aglutinação de todos os homens de boa
vontade, em torno do Poder, nos estritos limites do Rio Grande do Sul. Essa
afirmativa, em última análise, quer dizer o seguinte: "nós, gaúchos, estamos
convencidos de que as lutas políticas são nocivas aos interesses do Rio Grande,
portanto, reconhecemos que essas lutas nocivas só devem ser aplicadas ao
Brasil".<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Reconhecem,
pois, os políticos do Rio Grande que a existência de luta partidária é prejudicial
a determinada região. Eis aí um precioso argumento, para nós, integralistas,
que outra coisa não dizemos há três anos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Agora,
si volvermos os olhos ao Passado, encontramos igual estado de espírito, nas vésperas
da decadência do sistema parlamentar e da Monarquia. Foi desde o governo de
concentração do Marquês do Paraná. Desde então começa-se a observar o desprestígio,
cada vez maior, da monarquia parlamentar. Esse desprestígio acentua-se quando
Osório e Caxias, durante a Guerra do Paraguai, não se cansam de dizer que suas
espadas não têm partido. Embora praticamente dissentidos e apoiados por facções
contrárias, a teoria de ambos era a mesma. Era idêntica, aliás, à do homem
extraordinário, de visão realista, que foi o Visconde de Mauá. O fato é que, de
1850 a 1889, os partidos agonizaram, fundiram-se várias vezes em gabinetes de
concentração, e, dentro de suas próprias vidas internas, cindiram-se
frequentemente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">É
aqui que o rompimento de uma ala do Partido Constitucionalista de São Paulo
acentua a identidade da situação de decadência dos partidos atuais, com os
partidos do Império, Processavam- se, então, duas ordens de fenômenos políticos
de absoluta similitude com os fenômenos atuais. Enquanto se movimentavam as
correntes para produzir governos de gabinete isentos de colorido nitidamente
definidor de qualquer dos dois grandes partidos monárquicos (fato que agora se
repete na experiência do Rio Grande do Sul e na tentativa de aplicação do mesmo
processo à política federal), por outro lado os partidos internamente se desagregavam.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O
partido conservador tinha várias alas, assim como o partido liberal. Dominava, às
vezes, num ministério, certa ala dos liberais com determinada ala de
conservadores. E tudo isso significava que já não havia uma doutrina, uma
diferenciação programática profunda. Tudo se diluía na própria decadência do sistema
e em face de novas realidades nacionais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Enquanto
concentraram-se de um lado e internamente se esfacelavam por outro lado,
avançava um Pensamento Novo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Era
a República.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Ninguém
deteve a República.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Talvez,
nas marchas e contramarchas dos políticos, em meio às preocupações de campanário,
assoberbados pelas intrigas, absorvidos pelo combate aos adversários, aflitos
sobre o terreno movediço dos imprevistos de todos os momentos (tal qual como
agora), os homens eminentes dos partidos imperiais não repararam que, bem
próximo deles, Benjamin Constant preparava uma mocidade e que trinta e poucos
clubes republicanos em todo o país (exatamente como agora os dois mil e vinte e
três núcleos integralistas), infiltravam na massa popular ideias novas, mais
consentâneas com as necessidades imediatas do Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Os
políticos não sentiram que estavam se dissolvendo. Que em cada avanço, recuo,
marcha de flanco, manobras hábeis ou desastradas, atitudes impulsivas ou
sinuosas, o terreno lhes faltava aos pés. Não acreditaram na possibilidade da
queda do trono. E o trono caiu.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Caiu
sem rumor. Caiu sem nenhuma grandeza, sem ao menos aquela grandeza do verso imortal
de Dante, que retumba na Divina Comédia. Foi quase uma queda de teatrinho de
bairro, em que está preparado para o personagem o tapete macio ou a cadeira de
espaldar para a hora do desmaio.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A
dissolução dos partidos processara-se normalmente, como se processa agora. Alas
que rompem; correntes que se unem; contramarchas para acordos; ideias de
recomposição...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Enquanto
isso, os novos Benjamins, Glicérios, Ruys, Demétrios, Silva Jardins, Prudentes,
Campos Salles, Aristides Lobo, prontos para entrar em cena.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Os
partidos vivem de doutrina de intransigência. Os partidos morrem de acordos e
de com posições. O regime republicano, presidencial baseado no voto popular,
vive da vida dos partidos. Quando os partidos se fundem é porque anteriormente
se sentiram suficientemente desagregados para operar a fusão. Sem decomposição
não há composição política. A composição, pois, significa morte dos partidos. A
morte dos partidos significa a morte de uma situação geral.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Basta
olhar para o Passado e compreenderemos o Presente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Os
Integralistas sabem disso. E prosseguem confiantes e serenos, na sua intransigência
doutrinária Incompatibilidade fundamental com qualquer arranjo ou pacificação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Que
morram os outros, pacificamente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Nós,
na luta de todos os dias, palpitamos de vida intensa e nos destinamos a dizer a
última palavra.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Publicado
originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 16
de Fevereiro de 1936.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-5528366784970436112023-12-13T14:14:00.001-03:002023-12-13T14:14:47.618-03:00UM HOMEM SINCERO (16/01/1964)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento</span></b><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">: O Artigo abaixo foi publicado em jornal
pelos “Diários Associados”, mas, o recorte que dispomos não trazia a data da
publicação. Felizmente, graças ao impressionante trabalho de investigação sobre
o Integralismo em fontes primárias, o brilhante pesquisador Matheus Batista
pode nos informar que a data da edição foi 16 de Janeiro de 1964.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Em
breve, o Companheiro Matheus Batista publicará uma sensacional Obra sobre o
Integralismo. Aguardem!<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">UM HOMEM SINCERO (16/01/1964)<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Vi e ouvi pela televisão, no programa
denominado "pinga fogo", o sr. Luís Carlos Prestes. Minha impressão
foi a melhor possível. Colocado dentro da ideologia que adotou e que julgo
superada e inadequada, pela sua unilateralidade na consideração dos fenômenos
sociais, econômicos e políticos, peculiar ao século XIX não se pode negar que o
chefe comunista foi sincero nas respostas dadas aos jornalistas que o entrevistaram.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Antes de se fazer marxista, Prestes
foi alvo de admiração dos Jovens que, a partir das revoluções de 1922 e 1924,
inquietavam-se pelos destinos do Brasil. Na capital paulista um grupo de
intelectuais se reunia na Pensão Avenida, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio,
quase todas as noites, debatendo os problemas universais, humanos e nacionais
brasileiros. Eram Jaime Adour da Câmara, Américo Facó, Mário Pedrosa, Alberto Araújo,
Raul Bopp e outros. Devendo Araújo ir a Gaiba, onde se encontrava exilado o
comandante da Coluna que percorrera grande parte do território do nosso país, o
grupo resolveu mandar-lhe livros: obras de Alberto Torres, Oliveira Viana,
Tavares Bastos, Euclides da Cunha, Elísio de Carvalho, entre os mais expressivos
da geração anterior, e a produção literária mais significativa da nossa
geração. Não sei se o portador entregava esses livros, substituindo-os por
obras marxistas, ou se insinuava entre eles o de sua ideologia. Um dia,
regressando Araújo de uma de suas viagens a Bolívia, informou-nos que Prestes já
era comunista. Para os que adotavam uma linha ao mesmo tempo nacionalista e espiritualista,
conjugando o pensamento filosófico de Farias Brito, os princípios de ordem de
Jackson de Figueiredo, a crítica das instituições de Alberto Torres, o realismo
de Euclides, da Cunha, a visão sociológica de Oliveira Viana, aquela notícia
não podia deixar de entristecer, pois perdíamos um grande elemento no instante
em que procurávamos aliciar os valores da nossa geração para uma Campanha de
renascimento nacional. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O período de 1930 a 1932 foi
assinalado pela diáspora da nossa Juventude. Na redação do "Correio
Paulistano", que era o órgão oficial do governo paulista formamos o grupo "verdamarelista",
do qual fiz parte, com Menotti del Picchia, Mota Filho e Cassiano Ricardo. Propugnávamos,
não somente (como fora na Semana de Arte Moderna de 1922) por uma renovação dos
critérios estéticos, mas ainda, e principalmente, por uma transformação da vida
política do país mediante reformas de base. Foi desse movimento que surgiu em
1931 a "Sociedade de Estudos Políticos", fundada numa das salas do
jornal "A Razão". Integravam-na alguns elementos
"verdamarelistas" aos quais se juntaram estudiosos de filosofia,
sociologia e economia. Das pesquisas e debates que a Sociedade realizava no
salão de armas do Clube Português, de São Paulo, nasceu a ideia do
Integralismo, cujo nome proveio de uma conferência do engenheiro e escritor
Artur da Mota, mostrando que o nosso pensamento político não era outro senão o
representado pelo cálculo integral, cujo símbolo era o Sigma. O novo movimento
foi praticamente lançado numa conferência que realizei na Faculdade de Direito
do Largo de São Francisco, sob o título "Quarta Humanidade", depois
enfeixada em livro. A sua dinâmica inicia-se com os meus dois livros posteriores
"Psicologia da Revolução" e "Palavra Nova dos Tempos
Novos". A sua popularização com o livro "Manifesto de Outubro"
de 1932.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Desde então, perdendo de vista o
chefe da Coluna Prestes, tornei-me o polo oposto da sua ideologia materialista,
pois enquanto esta se baseia na concepção unilateral do "homem econômico",
a nossa se funda no "homem integral", em que se somam todos os
fatores constitutivos da personalidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não conheço pessoalmente o Sr. Luís
Carlo: Prestes e a primeira vez que o vi e ouvi foi através da televisão, na
entrevista coletiva à imprensa paulistana. É um homem que, apesar do erro que
professa e no qual insiste, merece acatamento por tudo quanto já sofreu para
sustentar sua atitude sempre coerente com os seus objetivos. Determinei, pois,
ouvi-lo nessa longa entrevista que durou até duas horas da madrugada.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tudo o que nós, os anticomunistas,
temos afirmado, Prestes confirmou com simplicidade e verdade. Perguntado sobre
os progressos do comunismo no Brasil, declara que é muito grande, pois a
ideologia marxista penetrou hoje nas áreas governamentais e exerce poderosa
influência na política brasileira. Pedida sua opinião sobre o governo do sr.
João Goulart não regateia elogios ao atual presidente, louvando sua linha
socialista e estatizante e a sua política exterior, principalmente no caso de Cuba.
E confirma também a excelente posição de elementos do partido ou de seus
simpatizantes em postos de administração.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Um jornalista indaga se nos meios
católicos se verifica penetração comunista. Responde o entrevistado que os
católicos de esquerda muito auxiliam os partidários de Moscou, citando o caso
da UNE, onde tem sido garantida a preponderância dos comunistas pela sua aliança
com os católicos. Inquirido sobre o clero, diz que numerosos sacerdotes em todo
o país encontram um terreno comum em que se aliam aos comunistas, quanto à mais
alta hierarquia eclesiástica, revela que alguns bispos já se incluem nas linhas
auxiliares do comunismo, e, referindo-se aos três cardeais brasileiros, reprova
as atitudes reacionárias dos da Bahia e do Rio de Janeiro tecendo encômios ao
de São Paulo, que diz ser "progressista".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Solicitado a dar sua palavra sobre Julião
e as Ligas Camponesas, diz que o líder do Nordeste, depois de sua viagem a
Cuba, em companhia do sr. Jânio Quadros, voltou com ideias próprias, em
desacordo com a tática comunista. Sendo um líder sincero, o que o perde é o fato
de ser um místico, pretendendo agir com métodos diretos, de ataques frontais à
burguesia capitalista, em cujo seio existem poderosos auxiliares do comunismo.
Não compreendeu Julião a nova estratégia do partido e pretende movimentos
armados inoportunos e insuficientes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sobre o CGT, fala com entusiasmo,
dizendo ser essa organização grande instrumento de luta de que o partido comunista
se serve e que ela constitui hoje o bicho-papão que assombra os reacionários.
Perguntam-lhe o que pensa do Congresso. A sua opinião é a mesma do sr. João
Goulart, a quem qualifica de aliado, apesar de algumas atitudes de transigência
com os partidos de direita, isto é, o Congresso protela e impede as reformas de
base propugnadas pelo presidente e diz que se as Câmaras fossem fechadas o
"povo" se regozijaria. Então um dos repórteres pergunta se existem
deputados ou senadores comunistas em nosso país. Resposta: não podendo o
partido por estar na ilegalidade, apresentar chapas próprias, valemo-nos da
ambição de votos dos partidos burgueses, inserindo em suas listas elementos de
nossa confiança. E revela: temos parlamentares nossos em quase todos os
partidos, inclusive na UDN.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A essa altura alguém lhe pede parecer
sobre o PTB. Sem hesitações, Prestes declara: é o nosso grande aliado. Sobre Miguel
Arrais, informa que não pertence ao Partido Comunista mas é deste aliado de
muito valor, tanto que no seu governo, em Pernambuco, predominam destacados
líderes do comunismo. Sobre a infiltração vermelha nos meios militares,
mostra-se discreto, mas não a nega. Com referência a vários políticos de
reconhecida orientação moscovita e cubana, diz não pertencerem às fileiras do
partido, cuja disciplina é rígida, esclarecendo que ele próprio, apesar de
marxista-leninista havia mais de seis anos, só foi admitido no partido em 1934;
entretanto tais políticos prestam relevante serviço ao desenvolvimento do
comunismo no Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Inquirido sobre se acha haver o sr.
Jânio Quadros perdido prestígio na massa, emite sua opinião dizendo não se poder
negar que o ex-presidente da República continua a ser um legítimo líder proletário.
A respeito da sucessão presidencial entende ser muito possível que o candidato
mais provável seja o próprio sr. João Goulart ou por uma reforma
constitucional, ou por "outro meio qualquer". E sorri... Mas se isso
não se der, a sua opinião e de que o vencedor será o sr. Ademar de Barros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Interrogam os jornalistas: se o
Partido Comunista está tão forte, isso significa a proximidade de uma
revolução? Por que não a deflagra? Resposta: não queremos revolução e não precisamos
dela. Nossa influência é crescente nos meios operários, estudantis, culturais,
militares e no governo. O Comunismo virá naturalmente e tudo caminha para isso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Julga haver possibilidade de uma
guerra civil? Indagaram-lhe. Responde: nós, os comunistas, não desejamos uma
guerra civil, mas não a tememos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Todas as palavras de Prestes revelam
seu profundo conhecimento das táticas de Lenine, desde Zimerwald, quando se
propôs a implantar o comunismo na Rússia, utilizando-se das componentes
políticas (partidos de esquerda) e proletários e camponeses (os Sovietes que
eram o CGT de lá). Essas táticas foram agora aperfeiçoadas por Kruchev, que se
propõe implantar o comunismo no mundo, sem guerras nem violências e, enquanto
Mao-Tse-Tung faz o papel de bandido, para assombrar o Ocidente, o Czar Vermelho
faz o de "bom moço" da convivência com mundo capitalista, o que a ambos
facilita o trabalho. No interior dos países, os comunistas agem do mesmo modo.
Uma pequena minoria operante conduz o barco, o grosso das hostes vermelhas
rotula-se de "nacionalistas" ou "reformistas". E os povos, apesar
das lições da História, e os governos, malgrado trágicos precedentes em outros
países, e os católicos, aos quais não valeram as lições da Polônia, da Hungria,
de Cuba caem no mesmo engano, suicidam-se com os mesmos venenos tantas vezes
usados quanto repetidos.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-65096920577022546302023-12-12T17:29:00.000-03:002023-12-12T17:29:50.848-03:00O COMUNISMO E OS COMUNISTAS (27/10/1946)<p> </p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 16.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O COMUNISMO E OS COMUNISTAS (27/10/1946) <o:p></o:p></span></b></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Sustento, por
conseguinte, este princípio fundamental da nossa propaganda. Doutrinariamente, ideologicamente,
combatemos o comunismo, não por ser um partido adverso ao nosso, mas porque é
uma doutrina filosófica baseada no socialismo de Marx, e o socialismo de Marx é
baseado no materialismo histórico, e nós somos espiritualistas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Só por isso o
combatemos no campo doutrinário, procurando esclarecer o povo brasileiro acerca
desse problema de ordem filosófica. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Não combatemos
os comunistas. São brasileiros, muitos deles revoltados por injustiças reais,
muitos desejando uma melhor situação para as classes desfavorecidas, muitos deles
com maior teor de dignidade do que o burguês, que tem uma vida má, vida de prazeres
(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">muito bem, palmas</i>), e que quer combater
o comunismo, apenas, porque quer defender a sua propriedade, da qual ele usa e
abusa em detrimento dos princípios cristãos que devem reger o uso da
propriedade. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">(Palmas</i>). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Eu, portanto,
recomendo a todos aqueles que comigo estão nesta batalha pelo bem do Brasil,
pelo amor às nossas tradições, pela afirmação da nossa espiritualidade, da
nossa crença em Deus,<span style="color: black; mso-themecolor: text1;"> </span>e
na imortalidade da alma humana; recomendo que tratem carinhosamente o comunista
combatendo vigorosamente o comunismo (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">palmas</i>),
combatendo essa doutrina materialista, pela nossa convicção espiritualista.
Amemos o nosso próximo, seja ele quem for, e procuremos, pela ação pessoal
conquistar, um a um, os brasileiros. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">SALGADO, Plínio. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Discursos (1ª Série – 1946/1947).</b> 1ª
edição. São Paulo: Panorama, 1948; páginas 50 e 51. Excerto do Discurso
pronunciado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 27 de Outubro de 1946.<span style="color: black; mso-themecolor: text1;"><o:p></o:p></span></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-80869077462347837682023-11-28T10:03:00.004-03:002023-11-28T10:04:51.340-03:00A LIÇÃO DE ADDIS ABEBA (08/05/1936)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento</span></b><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">: A
publicação do Artigo abaixo só foi possível graças à generosa colaboração do
Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida, profundo pesquisador da
História do Brasil, possuidor da maior Pliniana existente, que nos permitiu o
acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é Deputado Federal pelo Distrito
Federal. Aos que desejarem conhecer mais o trabalho do Prof. Paulo Fernando
indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">A LIÇÃO DE ADDIS ABEBA</span></b><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">
(08/05/1936)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">PLÍNIO
SALGADO<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Espectadores do panorama europeu, os acontecimentos que
se desenrolam do outro lado do Atlântico devem servir-nos como lições, lições
preciosas para povos jovens e nacionalidades em formação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">A tomada de Addis Abeba pelos exércitos italianos,
preliminarmente, demonstra o poder tonificador de um regime de ordem, de
disciplina, de entusiasmo nacional. A Itália, outrora derrotada pelas tropas de
Menelick, reconstituiu suas energias quarenta anos após, arrancou de si mesma
as forças imortais que apenas adormecem, porém nunca se extinguem nos povos, e
conquistou um enorme território, destruindo o Império Negro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Essa é a primeira lição, que nos faz pensar sobre as
vantagens de uma Pátria sem partidos, organicamente estruturada, unida pelo
sentimento de sua própria grandeza e agindo, numa unanimidade de consciências e
numa uniformidade de ritmo, no sentido supremo de um ideal coletivo.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">A segunda lição que nos oferece a tomada de Addis Abeba é
a de que todo o cabedal de costumes, ética internacional, direito das gentes,
juízos arbitrais, institutos pacifistas, tratados, convênios, conversações
diplomáticas, jurisprudência, princípios e teorias, tudo o que compõe essa
coisa chamada "a civilização ocidental", arrasou-se completamente. De
nada valeram as "sanções". De nada valeram as atitudes morais dos
governos. Nada significaram os protestos de Genebra. A incapacidade singular de
cada governo para solucionar problemas de ordem interna ou externa, que lhe são
próprios, ampliou-se, na mais vergonhosa incapacidade plural. Nem podia ser de
outra forma: a soma de quantidades negativas só pode levar o sinal
"menos". E, desta sorte, o mundo fica sabendo que em caso de guerra,
ainda quando esta seja de conquista, não há para quem apelar, senão para os próprios
recursos nacionais de cada um dos interessados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">A ocupação da Manchúria pelo Japão, anteriormente já
havia desmoralizado a Sociedade das Nações. A exasperante e prolongada tragédia
do Chaco Boreal, aqui perto de nós, tragédia que só teve seu termo quando os
grupos financeiros em choque resolveram cessá-la, foi outro episódio que trouxe
para todos os espíritos sensatos a descrença mais absoluta no idealismo jurídico
e na eficiência das diplomacias. O rompimento dos tratados pela Alemanha vem
acentuar a insuficiência das teorias em face da prática. O rearmamento dos
povos confirmou essa insuficiência. E, agora, a tomada de Addis Abeba trouxe um
vergonhoso consolo para as diplomacias platônicas do mundo: a Itália, apesar
das sanções, não se retirou e nem mesmo ameaçou retirar-se da confraria de
Genebra...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Com a cara amarela e um sorriso desenxabido, a Grã
Bretanha elogia a atitude do sr. Mussolini, que, segundo a linguagem esportiva
da terra do "football association", incontestavelmente "jogou na
regra"... E, isso, já é um conforto para a "civilização" e para
os juristas do mundo, e um tema para as mais finas ironias, como as do nosso
cronista do "Momento Internacional".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Diante dessa lição, nós, brasileiros, que ainda
acostumados a ler, de vez em quando, o livro de William Stead, "O Brasil
no palco do mundo", onde a figura de Ruy Barbosa se agiganta em face da tese
da Alemanha, falando em todas as línguas do Universo, em nome do direito das
pequenas nações, precisamos mudar de leitura, e ler, por exemplo, o livro de
Hitler, "Minha Luta".<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Esse livro de Hitler é um comentário vivo à doutrina
firmada pela posse de Addis Abeba. O chefe do governo alemão defende ali a tese
em que se afirma o direito dos povos fortes, quando se debatem nas dificuldades
da superpopulação, de tomar territórios alheios.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">O nacional-socialismo é um movimento tipicamente
bismarckiano. O seu condicionado não é a revolução social, porém, o
nacionalismo na sua máxima exaltação. Nele predomina, de um modo imperativo, a
inspiração de Nietzsche, o sentido político de Frederico II, o "élan"
das marchas dos "hussards" e o poema das glórias militares.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Seria útil aos brasileiros meditar sobre Addis Abeba e
penetrar o sentido de "Minha Luta".<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Addis Abeba nos leva a pensar também na Manchúria,
transformada numa posta de carne, que o dragão japonês e o leão soviético
disputam do outro lado do planeta. Leva-nos a pensar nos vastos territórios
brasileiros e no nosso sistema de colonização. Com um pouco, ao menos, de
patriotismo, pensaremos na "fordlandia", onde o lobo
"yankee" pisa cautelosamente. Isso nos fará considerar a situação da
América Central, a pseudo-Independência do Panamá, a anexação das províncias
mexicanas, a anarquia de Cuba...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Por outro lado, meditaremos na sutil propaganda
separatista, insuflada, quase imponderavelmente, pelo capitalismo britânico.
Concentraremos nossa atenção para os objetivos reais da Rússia, quando
interfere em nossa política interna, isto é, a anexação de um vastíssimo território
ao seu Império.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Convêm não nos iludamos com falsas amizades, com
"salamaleques" de quem quer que seja. Convêm não nos percamos em objetivos
unilaterais. Os perigos para o Brasil não vêm nunca de um lado só, mas de todos
os lados.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Alguma coisa morreu no mundo, depois da Grande Guerra.
Foi um sentido do direito, foi um rumo da política internacional. Foi, talvez,
muito mais: o espírito de uma velha civilização.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Alguma coisa nasceu sobre a Terra. O espírito de uma Nova
Civilização, que nos incumbe, a nós, brasileiros, implantar no mundo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Eu sei que aqueles que se habituaram a rir do Brasil, a
nos julgar incapazes, mesquinhos, ignorantes, estúpidos, ridículos, estão
sorrindo diante da frase que deixei escrita acima desta. Mas eu não escrevo
para esses, que já se aviltaram tanto, que já se degradaram de tal forma dentro
de uma mentalidade de escravos ao ponto de hoje nada mais significarem para os
que são fortes, másculos, enérgicos e me acompanham nesta cruzada de ressurreição
nacional.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Para estes é que escrevo. E para todos aqueles que, ainda
não tendo vestido uma camisa-verde, estão em condições de o fazer imediatamente,
se, ainda sentem vibrar, no íntimo, de seu coração, o sentimento de altivez e
dignidade que arrebata os soldados do Sigma.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Esses sabem que temos uma missão a cumprir ainda neste século.
E que, para isso, precisamos preservar a nossa Nacionalidade dos perigos iminentes,
dos perigos mesmo remotos que possam aniquilá-la.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Criar o sentimento da União Nacional. Esquecer a miserável
política dos partidos. Abster-se dos preconceitozinhos liberais. Unir a Nação.
Em alma, em pensamento, em vontade, em sangue, plasmar o Grande Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Não será na hora dos desastres que tocaremos nosso clarim.
Este nosso clarim, que principiou a ressoar pelos quatro cantos da carta geográfica
do Brasil, desde 1932, é o grito de alarma, é o sinal da ressurreição.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Brasileiros! Não vos iludais! Não vos conserveis nessa atitude
de mero espectador no Coliseu, vendo cair os gladiadores e aplaudindo os que
conduzem vitoriosamente as quadrigas no corso. Levantai-vos. Para exprimirdes a
força nacional, para constituirdes a muralha viva, para vos afirmardes como a
honra de um povo e a predestinação de um Continente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Um dia se falará destas palavras que aqui deixo escritas.
Praza aos Céus que elas não sejam lidas nesse dia com o remorso dos criminosos
contra a Pátria, porém, com a alegria e a força de uma Nação que tendo ouvido o
aviso, levantou-se e caminhou!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Cambria","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-latin; mso-hansi-theme-font: major-latin; mso-themecolor: text1;">Publicado originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 08 de Maio de 1936.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-60225775928827448992023-11-27T17:43:00.003-03:002023-11-27T17:48:49.438-03:00NAS TREVAS DA HORA PRESENTE (15/02/1936)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">: A publicação do Artigo abaixo só foi
possível graças à generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder
Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior
Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente,
é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</span></a> <o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">NAS TREVAS DA HORA PRESENTE</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"> (15/02/1936)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">PLÍNIO SALGADO<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Ia eu escrever sobre a situação da França, apreciando
os acontecimentos que ontem se desenrolaram em Paris, colocando-os em confronto
com o que se passa atualmente em todos os pontos do mundo, numa hora dúbia,
incerta, crepuscular,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Com o pensamento em Paris, chega-me a correspondência.
Os teclados da máquina calam-se. Tenho um prazer particular de abrir,
pessoalmente, esses montes de envelopes e de impressos que me chegam dos lugares
mais remotos do Brasil, porque eles exprimem a própria alma da minha gente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">No meio das cartas, encontro um envelope
grande. Dentro, alguns exemplares de um jornalzinho. Chama-se "A
Lux". Vem de uma cidade remota do interior de Minas E' órgão oficial do
Bispado de Aterrado,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Ao prelado daquela pequena cidade já me liga
uma afeição delicada. Ele acompanhou com olhos de brasileiro e de Príncipe da
Igreja, o meu trabalho, o meu esforço, nesta luta tremenda contra o Espírito do
Mal, multiforme, multitudinário, complexo, insidioso, que se apresenta com mil
máscaras, mil formas imprevistas, por vezes penetrando o próprio Movimento
Integralista, em cujas zonas mais permeáveis tenho de acudir com assistência imediata.
Ele compreendeu o anseio do meu espírito, o drama da minha consciência entre a
execução de um plano político firmemente delineado e executado com autoridade, e
as críticas, muitas vezes de boa fé, porém, falhas dessa intuição que é o
segredo dos Estados Maiores e da capacidade dos Chefes, intuição de realidades sociais
ambientes, norteadora de atitudes nem sempre compreensíveis. Ele sentiu o meu sofrimento,
percebeu as minhas dificuldades, e mandou-me carinhosamente, a oração ao Santo
seu predileto, o Arcanjo que guiou o jovem Tobias, que restituiu a vista ao
velho Tobias. Por certo que s. ex., o longínquo prelado dos rincões mineiros
viu no Brasil maçonizado, no Brasil roído de materialismo, de ceticismo, de incompreensão,
que atinge até aos honestos, a figura de cego do velho Tobias. E pediu ao Arcanjo
Raphael que me desse um pouco das entranhas do misterioso peixe, que restituiu
a vista ao patriarca do Antigo Testamento.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Guardei esse gesto de delicadeza dentro do meu
coração. Um afeto particular ligou-me a esse brasileiro que nunca vi, nem
conheci, e cujo espírito tão nobre e lúcido, ao mesmo tempo tão bondoso,
dirigiu-se tão espontaneamente ao meu.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Abro agora este jornalzinho de Aterrado. É tão
minúsculo, que coube num envelope de oficio. Em minha memória estavam os
"boulevards" de Paris, a Praça da Concórdia, o Quais d'Orsay, as ruas
que se dirigem a Saint Germain, itinerários dos funerais do escritor Bainville,
realizados anteontem, e trechos meus velhos conhecidos, nas tardes de 1930,
quando eu meditava, pelas margens do Sena, sobre a fermentação política do mundo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Os últimos telegramas davam conta dos tumultos
promovidos pela "Action Française", da agressão ao israelita Leon
Blun, líder socialista francês, da attitude de Pilatos do sr. Sarraut, dos varejamentos
das sedes monarquistas da França, pela "gendarmerie", das represálias
da "frente popular", nome covarde que acoberta a III Internacional,
cujo bureau central funciona atualmente, não em Moscou, porém, ali mesmo, em
Paris.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Os despachos não se referiam, senão de um modo
geral, às "organizações da direita", cujo fechamento se pedia no
Parlamento. Diante desses fatos, eu meditava sobre a fatalidade de uma inevitável
marcha, de um inevitável choque, de uma inevitável solução política em quase
todos os países.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Pois da Espanha também não trouxeram os últimos
despachos a notícia de um próximo e fortíssimo golpe comunista? E do Chile não
nos vieram, na semana corrente, as novas de uma insurreição bolchevista?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Tremendas ameaças pesam sobre o mundo. Mas, o
que é mais grave, mais impressionante para todos aqueles que, tendo-se enfronhado
dos pormenores das marchas e contramarchas políticas, adquiriram senso agudo da
compreensão de todas as manobras táticas e habilíssimas das "forças
secretas", que jogam com os governos e os partidos, como títeres, é a
identidade de ritmo no combate sistemático exercido, nestes dias, em todas as
nações, contra as entidades congêneres ao Integralismo, expressivas das últimas
(ou primeiras!) reservas das saudáveis energias nacionais e cristãs.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Votam-se leis, tomam-se providências, em todos
os países, para destruir qualquer esforço de salvação nacional extrema. É muita
coincidência. Os "camisas azuis", os "Croix du Feu", de
França; os "camisas-pretas" da Inglaterra; os "camisas-douradas"
do México; os "camisas-prateadas" dos Estados Unidos; os
"camisas-pardas" do Chile; os partidos monarquistas, as organizações
baseadas nas tradições nacionais; todos estão sendo ameaçados pelos Parlamentos,
todos estão tendo contra si a arregimentação das "esquerdas" e dos
"centros".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Em alguns países, a manobra tem sido executada
com extrema habilidade. Aqui no Brasil, por exemplo, eu estou jogando mais uma
partida de xadrez, com as "forças ocultas", do que uma batalha em
campo raso. Desde que as "pranchas" do Grande Oriente circularam nas
Lojas, comecei a sentir, não por parte dos maçons, diretamente, mas por parte
de elementos de boa fé, porém ingênuos desconhecedores das tramas secretas, o
combate ao Integralismo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Não perder a calma, tem sido o meu lema. Não
agir com precipitação, tem sido o meu método. Não dar expansão à minha
impulsividade, tem sido o meu system. Examinar, pesar, distinguir, ensurdecer
às vezes, perdoar muitas outras, procurar esclarecer em todas as oportunidades,
serenamente e com firmeza. Do contrario, já teríamos fracassado, Pois tão imprevistos,
simultâneos, incompreensíveis são os golpes que desferem sobre nós, integralistas,
que eu tenho de estar atento para todos os lados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Tem-se criado uma atmosfera de desconfiança entre
o Integralismo e as religiões, especialmente, entre o Integralismo e a Igreja Católica;
tem-se fomentado indisposições de operários contra nós, tachados que somos de
defensores da burguesia, e tem-se estimulado o temor dessa mesma burguesia contra
o Sigma, apontado como dissimulação do comunismo... Comparam o nosso movimento
ao hitlerista, quando não somos racistas, nem nacionalistas cegos, porém
brasileiros e cristãos. Acusam-nos de inimigos da liberdade, de subversores do regime,
quando clamamos exatamente pela recomposição do equilíbrio das liberdades e fortalecimento
do regime republicano, federativo e presidencial, por meio de um novo sistema de
captação das vontades que pretendemos se exprimam através dos órgãos naturais e
cristãos das corporações.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Essa campanha é feita habilmente por elementos
que não aparecem na arena do combate. Combina-se, por exemplo, numa Loja, que tais
e tais elementos de prestígio social, conhecidos como católicos, frequentadores
do palácio do Bispo "x", insinuem, em palestras, o perigo que o
Integralismo representa para a religião, etc. Os argumentos são sempre habilíssimos
porque pertencem àquele que, revestindo a forma de serpente, desde a primeira insídia,
escolheu essa forma por ser a víbora "o mais astuto dos animais".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Os recentes acontecimentos políticos da
França revelam a mesma situação de intriga pérfida em que se envolvem as forças
nacionais, ansiosas pela ordem, pela disciplina, pela grandeza de suas Pátrias.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">É, no instante em que ia eu comentar estes fatos,
que a imprensa, em geral, não focaliza no seu verdadeiro aspecto, eis que um
jornalzinho remoto, de um Bispado longínquo, jornalzinho tão pequenino e humilde
que cabe dentro de um envelope, chega e se revela aos meus olhos um intérprete
seguro, firme, dos fatos que se desenrolam na vida brasileira e cuja lógica
profunda nem todos os espíritos apreendem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Na defesa do Integralismo, esse pequenino jornal
do esquecido interior brasileiro, tão grande, porém, como o coração e a inteligência
de um dos prelados mais ilustres pelos dotes Moraes e intelectuais e pela delicadeza
de sentimentos, desenvolve a lógica legítima, a lógica única, a argumentação seguríssima
que se resume, em numerosos artigos de vários de seus números, neste pensamento:
se a maçonaria e o comunismo são contrários ao Integralismo, é porque os princípios
deste são aqueles mesmos que motivam o ódio daquelas duas forças "internacionais"
contra os católicos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">No meio das trevas da hora presente, como é doce
receber um tênue raio de luz, humilde, simples e vivificante, como uma réstea
luminosa de sol!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Publicado originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 15 de Fevereiro de
1936.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-30569833642066479542023-11-26T17:20:00.001-03:002023-11-26T17:20:42.377-03:00As vozes da História (07/02/1936)<p style="text-align: justify;"><b style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Esclarecimento</span></b><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%; text-align: justify;">: A
publicação do Artigo abaixo só foi possível graças à generosa colaboração do
Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida, profundo pesquisador da
História do Brasil, possuidor da maior Pliniana existente, que nos permitiu o
acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é Deputado Federal pelo Distrito
Federal. Aos que desejarem conhecer mais o trabalho do Prof. Paulo Fernando
indicamos: <span style="color: black; mso-themecolor: text1;"><a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">As vozes da História</span></b><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"> (07/02/1936)</span></div><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><div style="text-align: right;"><span style="font-size: 12pt;">PLINIO SALGADO</span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Insisto em tratar deste assumpto. E como não há de ele me empolgar? Não se
trata, acaso, da mais impressionante apoteose do movimento do Sigma?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Sim: falo ainda do Congresso Universitário de São João d'El- Rey. É preciso que
todos os camisas-verdes da Pátria sejam despertados para o grande
acontecimento. Que todos os olhos estejam bem abertos. Que todos os ouvidos
estejam bem à escuta. Que todas as atenções se polarizem neste instante radioso
em que a bandeira azul e branca se desfralda sobre as montanhas de Minas Gerais,
nos céus da Pátria, falando a todo o Brasil.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">As notícias que chegam da velha cidade mineira são as mais belas possíveis.
Espera-se ali um número de universitários superior a mil. Na manhã de domingo
próximo, São João d'El-Rey caminha do fundo dos tempos, em direção ao Futuro.</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: 12pt;">*</span></div><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div style="text-align: center;"><span style="font-size: 12pt;">* *</span></div><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Informam que trinta velhas igrejas cantarão, na manhã maravilhosa, pela boca de
bronze de seus velhos sinos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">É a alma da Nação. São as vozes da História.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Do recesso das tradições mineiras, onde adormecera o espírito da Raça, à sombra
da mancenilha entorpecente de um liberalismo fora da moda, corruptor e opressor,
acorda a alma legitimamente liberal dos Inconfidentes, dos que sonharam a independência
e a glória do Brasil.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Com que emoção ali comparecerei! O Integralismo tem um Chefe singular, que não
fez esse movimento para si, que mil vezes diz aos companheiros: "é preciso
arranjar outro, porque estou, desde o primeiro dia, a contragosto neste lugar".
Muitos pensam que o Chefe assim falando o faz por mero espírito de renúncia.
Como se enganam! Ele o faz porque todo o seu sonho, todo o seu desejo é ser,
pura e simplesmente, o suscitador de energias, o criador, ignorado e obscuro,
das expressões de beleza e de força nacionais.</span></div><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">*<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div style="text-align: center;"><span style="font-size: 12pt;">* *</span></div><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Que prazer intenso, que volúpia de estesia e de entusiasmo pela Grande Pátria,
armar o espetáculo imponente em que os outros devam figurar, devam aparecer,
devam resplandecer na glória de uma realização maravilhosa! Eu sinto, na marcha
deste movimento, a alegria interior que deveriam sentir Esquilo ou Sófocles, ou
Eurípides, pondo em movimento diante do anfiteatro aberto para o céu da Grécia,
o movimento, o ritmo, o mistério e as harmonias arrebatadoras da tragédia
antiga!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Oh! Si eu pudesse não ser o Chefe! Si eu pudesse ser, apenas (o que é tudo para
o meu amor ao Brasil!) o encenador da grandeza nacional; o diretor de cena da
honra e da força do meu povo; o carpinteiro, o cenógrafo, o ensaiador, o ponto,
o contrarregra anônimo, que os bastidores escondem, enquanto resplandece a
fulgurante beleza criada!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">No meu Brasil, tive de ser tudo, inclusive comparsa, e, na qualidade de
comparsa do drama histórico, tocou-me o papel mais difícil, mais exasperante de
figura central do nosso movimento.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Se os meus adversários soubessem que esse é o meu desgosto: Se eles soubessem o
que fiz, desde o início, para ser unicamente criador das energias novas; o
compositor das harmonias supremas, o preparador perseverante, paciente, tenaz,
do espírito que anima os episódios da História; o coordenador silencioso das
forças em eclosão! Ser como o escultor, que desaparece entre a multidão, enquanto
na praça, à luz do sol, e à luz dos olhos maravilhados cintilam as radiosas
linhas puras; ser como aqueles que desencadeiam as sinfonias gloriosas, ou
traçam a linha nítida das árias límpidas, ou desenvolvem os tons das melodias,
para que os outros toquem, interpretem, animem: sim, os outros!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Só os artistas (e Napoleão Bonaparte já o disse que construir ama Nação é
realizar obra de arte...) poderão compreender estas minhas palavras e penetrar
o segredo das minhas secretas ambições. Ambições! Tão diferentes do que os medíocres
podem imaginar; não ambições de poder, de cargos, de governo, que tudo é efêmero,
porém, ambição eterna, sonho de beleza, de força, de ritmos perpetuamente
renovados: alegria! Alegria do criar algo novo!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">O Poder, o Governo, são simples necessidades acidentais; são meios para atingir
outros fins...</span></div><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">*<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div style="text-align: center;"><span style="font-size: 12pt;">* *</span></div><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Essa alegria Interior é a que vou ter em São João d'El-Rey. Depois de três anos
de luta, de sacrifício, de martírio, de continuas batalhas contra os medíocres,
eis que arranco do coração de Minas Gerais as vozes dos sinos de trinta igrejas
para, com a emoção do Passado, o sentido trágico da formação nacional, a alma
secular de uma Nação, cantarem pelo timbre de seus bronzes a giesta da
Primavera da Pátria, a saudação comovida a juventude: anúncio dos Tempos Novos,
a marcha triunfal das gerações futuras.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div></span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Universitários de todas as Províncias! Moços que vieram, ao meu apelo, da Amazônia,
do Nordeste, do Centro, do Litoral e do Sul! Escutai a voz dos sinos de São
João d'El-Rey no dia do nosso encontro, uns com os outros, brasileiros das mais
diversas procedências; no dia em que não serei apenas o vosso Chefe, o Chefe
dos camisas-verdes, mas o suscitador deste espetáculo, que é o mais
significativo da História do Brasil, e arauto, anunciando pelo mais alto clarim
o advento de alguma coisa nova e forte no continente americano!</span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;">Publicado originalmente n’</span><b style="font-size: 12pt;">A OFFENSIVA</b><span style="font-size: 12pt;">,
em 07 de FEVEREIRO de 1936.</span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /> </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-47727105805238380282023-11-25T15:22:00.008-03:002023-11-25T15:23:33.238-03:00O MANIFESTO DOS DISSIDENTES (21/02/1936)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">: A
publicação do Artigo abaixo só foi possível graças à generosa colaboração do
Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida, profundo pesquisador da
História do Brasil, possuidor da maior Pliniana existente, que nos permitiu o
acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é Deputado Federal pelo Distrito
Federal. Aos que desejarem conhecer mais o trabalho do Prof. Paulo Fernando
indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a><o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O MANIFESTO DOS DISSIDENTES</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"> (21/02/1936)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Que doloroso documento esse que nos vem de São
Paulo, sob a forma de um manifesto dos dissidentes do Partido Constitucionalista!
Diante dele, a gente tem uma impressão dolorosa, acabrunhante, Já não há mais
nada na democracia liberal! Tudo está acabado. As ideias, que tinham
envelhecido, morreram. Morreram nas mãos dos intelectuais. Exatamente da ala intelectual
do Partido Situacionista de S. Paulo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A corrente signatária do Manifesto tem homens
como Alcântara Machado e Motta Filho, Esses dois nomes valem por todos os
outros que ficaram do outro lado, com o Diretório.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O sr. Alcântara Machado não é apenas o paulista
de quatrocentos anos: é o jurista, o intelectual, o escritor brilhante e (ó
ironia do Destino!) aquele que escreveu um livro que se chama “Vida e morte do
Bandeirante”. Livro que, para escrevê-lo, cumpria ter alma de bandeirante;
altiva, corajosa, sem dissimulações. Livro cheio das palpitações do Passado, do
brio e do destemor da gente antiga.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O sr. Motta Filho é um ensaísta de valor. Um discutidor
de ideias. Autor de livros curiosos e penetrantes, como aquele em que estuda o
Romantismo brasileiro, com segurança e conhecimento da alma nacional e das
correntes de ideias predominantes do país. É autor de um livro sobre Alberto Torres.
(“O tema da nossa geração”). Foi fundador Sociedade de Estudos Políticos, de
que saiu o Integralismo, e sempre se mostrou um homem de ideias.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esses dois ilustres brasileiros pertencem à corrente
que divergiu do Diretório Central do P. C., no último Congresso do Partido.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Por que divergiu essa corrente? Por motivos ideológicos?
Não, absolutamente não!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Então as ideias do P. C. situacionista são as
mesmas do P. C. oposicionista? Perfeitamente, são iguais, porque zero é igual a
zero. O P.C. não tem ideias.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Mas, então o partido do sr. Armando de Salles
Oliveira não tem ideias?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Não sou eu quem o afirma e sim os próprios signatários
do manifesto que nos vem de S. Paulo. O fim do P. C. era única e exclusivamente
prestigiar o sr. Armando de Salles Oliveira, desde que para todos os componentes
dessa agremiação houvesse “os mesmos deveres e os mesmos direitos”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Quanto aos deveres, já se entende; trata-se
de prestigiar o sr. Armando de Salles Oliveira. Quanto aos direitos, francamente,
eis aí um assunto em que não vale a pena tocar, porque é humilhante para homens
que deveriam ser portadores de aspirações ideológicas e não de cargos e
posições.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">No último Congresso do Partido, houve uma ala
que: rompeu. Quais os motivos apresentados? Divergência quanto a programas administrativos?
Nada disso. São os próprios manifestantes os que confessam: não estavam sendo
nomeados os diretórios do interior indicados por eles; os empregos não estavam
sendo distribuídos equitativamente; no Palácio dos Campos Elíseos, eles, os
dissidentes, não estavam sendo tratados com os mesmos salamaleques com que o
sr. Armando de Salles mimoseava os outros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Foi só por isso que os homens romperam.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Nada de ideias, nada de programas, nada de divergência,
de orientação. Questão pura e simples de prestigio.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">“Não nos pediram colaboração ativa; apenas
nos exigiram solidariedade passiva”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Nestas condições, os homens romperam. Com quem?
Com o sr. Armando de Salles? Naturalmente que deveria ser. Não há gato e
cachorro em S. Paulo que não saiba que o sr. Armando de Salles Oliveira é o
inspirador, o guia, o chefe, o dono, o proprietário, o senhor absoluto do
Partido Constitucionalista.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Dizer que não, é querer tapar o sol com uma peneira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Nestas condições, uma vez que já tínhamos
tido à primeira desilusão, quando vimos que os senhores Alcântara e Motta não
haviam rompido por motivos ideológicos, esperamos, ao menos, que rompessem com
quem de direito, o que seria, pelo menos, uma saída. Uma saída digna, não de intelectuais,
mas de homens comuns, como qualquer membro de diretório municipal.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Mas — pasmem os céus! — os dissidentes não romperam
com sr. Armando de Salles Oliveira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Só romperam com o sr. Laerte Assumpção. Só romperam
com o Diretório. O Governador, esse, autor principal das desconsiderações aos
reclamantes, continuará recebendo as homenagens dos pobres solicitantes desatendidos.
Y<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">É, nestes últimos tempos, incontestavelmente,
o Manifesto em questão, o documento mais triste da vida brasileira. É um barômetro.
Marca uma altitude. Através dessa tristíssima página, sabemos já por onde
andamos e em que nível caminha a política nacional, <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">E quando nós dizemos que os partidos estão morrendo,
os homens práticos nos olham de lado e penalizados, exclamam: — estão sonhando
acordados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">E é assim, mais cedo do que se pensa, O
Integralismo estará triunfante sobre os escombros das velhas estruturas, altivo,
dominador e abrindo tempos novos a um Novo Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Publicado originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 21 de Fevereiro de
1936.</span><span style="color: black; mso-themecolor: text1;"><o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-58411719879370026462023-11-11T15:57:00.000-03:002023-11-11T15:57:14.775-03:00SINAIS DE ESFACELAMENTO (16/02/1936)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento</span></b><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">: A publicação do Artigo abaixo só foi
possível graças à generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder
Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior
Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente,
é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</span></a> <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">SINAIS DE ESFACELAMENTO</span></b><span style="color: black; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"> (16/02/1936)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">As últimas notícias vindas de todos os
pontos do país revelam, de um modo flagrante, a inconsistência das velhas
estruturas dos partidos políticos da República.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Evidencia-se uma fase precipitada de decadência.
Prenuncia-se a desagregação, Na água régia da vida contemporânea, os partidos
não resistem à fatalidade da sua ruína.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">E, como os fenômenos sociais e políticos
se repetem em ciclos através da vida de um país, o crítico dos acontecimentos atuais
deve ter a sua vista voltada para as situações similares, que assinalaram os prelúdios
de fases renovadoras, em outros tempos, porém, sob circunstancias semelhantes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Para os que analisam a fundo os fatos históricos
e tiram deles as conclusões norteadoras dos dias presentes, não há surpresas
políticas. A política, desde Aristóteles, foi considerada uma ciência. E é
justamente porque os homens de partido no Brasil a encaram exclusivamente como
arte, que eles nunca podem prever o dia de amanhã.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Não se diga que a política não seja também
uma arte. Ella o é, no que tem de intuição, de improviso, de compreensão imediata,
de atitude a assumir em dado tempo e dadas condições. Dirigir massas humanas é
segredo de estadistas, e os estadistas, como dizia muito bem Napoleão, são,
antes de tudo, artistas, construtores de harmonias sociais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Aos políticos brasileiros, si lhes
falta a intuição da política, segundo o conceito de arte, que ela comporta,
muito mais lhes falece o sentido científico da política, a consideração dos fenômenos
sociais, segundo suas leis constantes, a procura da incógnita da equação
presente, mediante o conhecimento de termos históricos indispensáveis à interpretação
do instante e previsão segura do Porvir.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Dois fatos destes dias, aparentemente contraditórios,
exprimem uma situação uniforme da vida brasileira e a decadência inevitável de
um sistema: o governo de gabinete do Rio Grande do Sul e a cisão no Partido
Constitucionalista em São Paulo. Este segundo acontecimento é a chave da
revelação do primeiro. Si dias antes disséssemos que a pacificação gaúcha
exprimia não um sintoma de agregação, porém, de desagregação, seria difícil de
explicar. O caso paulista poupa-nos esse trabalho. Revela um estado de espírito
marcante da insubsistência dos partidos na República. Evidencia o caráter de
precariedade das organizações políticas regionais, sem conteúdo doutrinário.
Mostra que um esfacelamento geral prenuncia o advento de alguma coisa nova.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">É condição fundamental do regime
liberal-democrático, baseado no sufrágio universal, a existência dos partidos.
Quer seja no regime parlamentar, quer seja no presidencialista, não se compreende
a democracia com base no voto popular, sem os órgãos captadores desse voto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Si a vida política do Rio Grande do
Sul exigiu o apaziguamento das duas correntes em torno do governo estadual, é
porque essa vida política já sentiu os efeitos da vida social, da vida econômica,
dos interesses apolíticos. Os partidos se tornaram “indesejáveis” à opinião pública.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Pelo menos é o que se infiro das
declarações dos líderes de ambas as facções, pois todos afirmam que, no cenário
federal, cada corrente tomará a orientação que quiser, só se entendendo necessária
a aglutinação de todos os homens de boa vontade, em torno do Poder, nos estritos
Iimites do Rio Grande do Sul. Essa afirmativa, em última análise, quer dizer o
seguinte: “nós, gaúchos, estamos convencidos de que as ideias políticas são
nocivas aos interesses do Rio Grande, portanto, reconhecemos que essas lutas
nocivas só devem ser aplicadas ao Brasil”.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Reconhecem, pois, os políticos do Rio
Grande que a existência de luta partidária é prejudicial a determinada região.
Eis aí um precioso argumento, para nós, integralistas, que outra coisa não
dizemos há três anos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Agora, si volvermos os olhos ao
Passado, encontramos igual estado de espírito, nas vésperas da decadência do sistema
parlamentar e da Monarquia. Foi desde o governo de concentração do Marquês do
Paraná. Desde então começa-se a observar o desprestígio, cada vez maior, da monarquia
parlamentar. Esse desprestígio acentua-se quando Osório e Caxias, durante a
Guerra do Paraguai, não se cansam de dizer que suas espadas não têm partido.
Embora praticamente dissentidos e apoiados por facções contrárias, a teoria de
ambos era a mesma. Era idêntica, aliás, à do homem extraordinário, de visão
realista, que foi o Visconde de Mauá. O facto é que, de 1850 a 1889, os
partidos agonizaram, fundiram-se várias vezes em gabinetes de concentração, e,
dentro de suas próprias vidas internas, cindiram-se frequentemente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">É aqui que o rompimento de uma ala do
Partido Constitucionalista de São Paulo acentua a identidade da situação de decadência
dos partidos atuais, com os partidos do Império. Processavam-se, então, duas
ordens de fenômenos políticos de absoluta similitude com os fenômenos atuais. Enquanto
se movimentavam as correntes para produzir governos de gabinete isentos de
colorido nitidamente definidor de qualquer dos dois grandes partidos monárquicos
(fato que agora se repete na experiência do Rio Grande do Sul e na tentativa de
aplicação do mesmo processo à política federal), por outro lado os partidos
internamente se desagregavam.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">O partido conservador tinha várias
alas, assim como o partido liberal. Dominava, às vezes, num ministério, certa
ala dos liberais com determinada ala de conservadores. E tudo isso significava
que já não havia uma doutrina, uma diferenciação programática profunda. Tudo se
diluía na própria decadência do sistema e em face de novas realidades nacionais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Enquanto concentravam-se de um lado e
internamente se esfacelavam por outro lado, avançava um Pensamento Novo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Era a República.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Ninguém deteve a República.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Talvez, nas marchas e contramarchas
dos políticos, em meio às preocupações de campanário, assoberbados pelas
intrigas, absorvidos pelo combate aos adversários, aflitos sobre o terreno movediço
dos imprevistos de todos os momentos (tal qual como agora), os homens eminentes
dos partidos imperiais não repararam que, bem próximo deles, Benjamin Constant
preparava uma mocidade e que trinta e poucos clubes republicanos em todo o país
(exatamente como agora os dois mil e vinte e três núcleos integralistas),
infiltravam na massa popular ideias novas, mais consentâneas com as
necessidades imediatas do Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Os políticos não sentiram que estavam
se dissolvendo. Que em cada avanço, recuo, marcha de flanco, manobras hábeis ou
desastradas, atitudes impulsivas ou sinuosas, o terreno lhes faltava aos pés.
Não acreditaram na possibilidade da queda do trono. E o trono caiu.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Caiu sem rumor. Caiu sem nenhuma grandeza,
sem ao menos aquela grandeza do verso imortal de Dante, que retumba na Divina
Comédia. Foi quase uma queda de teatrinho de bairro, em que está preparado para
o personagem o tapete macio ou a cadeira de espaldar para a hora do desmaio,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">A dissolução dos partidos processara-se
normalmente, como se processa agora. Alas que rompem; correntes que se unem; contramarchas
para acordos; ideais de recomposição...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Enquanto isso, os novos Benjamins,
Glycerios, Ruys, Demetrios, Silva Jardins, Prudentes, Campos Salles, Aristides
Lobo, prontos para entrar em cena.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Os partidos vivem de doutrina e intransigência.
Os partidos morrem de acordos e de composições. O regime republicano,
presidencial baseado no voto popular, vive da vida dos partidos. Quando os
partidos se fundem é porque anteriormente se sentiram suficientemente desagregados
para operar a fusão, Sem decomposição não há composição política. A composição,
pois, significa morte dos partidos. A morte dos partidos significa a morte de
uma situação geral.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Basta olhar para o Passado e compreenderemos
o Presente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Os Integralistas sabem disso. E prosseguem
confiantes e serenos, na sua intransigência doutrinária e incompatibilidade
fundamental com qualquer arranjo ou pacificação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Que morram os outros, pacificamente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Nós, na luta de todos os dias,
palpitamos de vida intensa e nos destinamos a dizer a última palavra.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Publicado originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 16 de Fevereiro de
1936.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-47998974432777703252023-11-02T19:13:00.002-03:002023-11-02T19:15:28.559-03:00Nacional-socialismo e Nacionalismo Cristão (14/02/1936)<p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Esclarecimento</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">:
A publicação do Artigo abaixo só foi possível graças à generosa colaboração do
Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder Pró-Vida, profundo pesquisador da
História do Brasil, possuidor da maior Pliniana existente, que nos permitiu o
acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente, é Deputado Federal pelo Distrito
Federal. Aos que desejarem conhecer mais o trabalho do Prof. Paulo Fernando
indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a>
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Nacional-socialismo
e Nacionalismo Cristão</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> (14/02/1936)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Os
últimos telegramas da Alemanha informam que o governo de Hitler mandou prender
cerca de 150 sacerdotes católicos e centenas de membros das associações
católicas, acusados de conspirar contra a segurança do Estado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Eis
aí uma notícia que nos leva a meditar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Com
o exato senso de equilíbrio que deve caracterizar os integralistas e o roteiro
político já traçado por mim aos camisas-verdes, no artigo desta folha,
intitulado “Carta de Natal e Fim de Ano”, procuro examinar esta gravíssima
questão, deduzindo dos acontecimentos que se desenrolam na Alemanha a lição
útil para nós, que desejamos criar um Estado Novo, o Estado Forte, mas,
principalmente o Estado Cristão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Que
atos teriam praticado os católicos germânicos para incorrer na cólera do Estado
Hitlerista? Cumpre aqui, para sermos justos, levantar várias perguntas:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">1ª)
— Teria o Estado Alemão, no seu objetivo de elevar ao máximo a mística
nacionalista e o preconceito das raças superiores, ultrapassado os limites de
seus direitos, atingindo, no campo da educação moral e física, os princípios da
intangibilidade da “pessoa humana” e da “família”, projeção natural da
“pessoa”?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">2ª)
— Se o Estado Alemão não ultrapassou esses limites, teriam as associações
católicas ultrapassado o campo de suas atividades morais e espirituais,
imiscuindo-se nas lutas políticas?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Eis
duas perguntas que nos levam a considerar os gravíssimos perigos que
representam para uma Nacionalidade as atitudes do Estado, ferindo o mais
sagrado princípio da liberdade, que é a liberdade de consciência, a
intangibilidade da pessoa humana, a invulnerabilidade religiosa da Família; ou
as atitudes das autoridades eclesiásticas, no caso de, portando-se o Estado nos
estritos limites que lhe impõem os deveres para com Deus, não dando motivos
para censura por parte da consciência religiosa, assumirem elas o papel de
meros instrumentos da liberal-democracia e das lojas maçônicas, ainda que de um
modo inconsciente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">No
caso da Alemanha, não tenho dúvidas (pelo que tenho lido nos livros nazistas,
notadamente no livro de Hitler, “Minha Luta”, e pelo que tenho deduzido das
medidas e iniciativas governamentais) que o governo hitlerista está, sem dúvida
nenhuma, infringindo as mais sagradas leis naturais e humanas e dando lugar a
que os católicos, ciosos do livre arbítrio e da intangibilidade da
personalidade do homem e de sua família, se rebelem contra o Estado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O
hitlerismo, que proclama os seus princípios fantasiosos racistas e as razões
históricas da Nação Alemã, em nome da qual desencadeia a guerra aos judeus,
tenho para mim que se acha, inconscientemente orientado pelo próprio judaísmo,
cujas raízes no Estado Nacional-Socialista revelam-se a cada passo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O
ascetismo, a mística, a super-humanização do tipo “führer”, a sua divinização
ao ponto de o considerarem, os mais exaltados, a encarnação de Odin, exprime um
artificialismo político, que foge de toda a base e equilíbrio da razão humana,
uma vez que não tem o lastro religioso ou o alicerce de uma vocação espiritual
específica. Em torno do “führer”, longe de se encontrar o ambiente religioso,
encontra-se o ambiente de um nacionalismo pagão, o clima das ressurreições
olímpicas de Juliano, o Apóstata. O próprio “socialismo”, lado simpático desse
movimento que arrastou tantos proletários, passou para uma segunda plana,
predominando a política exclusivamente nacionalista. Esse nacionalismo é uma
continuação de Bismarck e um novo capítulo a acrescentar ao estado de espírito
que assinalou as vésperas da Grande Guerra.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Não
se pode negar ao Nacional-Socialismo, ainda quando ele se haja desviado da
linha pura do proletarismo e da revolução social para o ritmo de uma orientação
baseada no prestígio da indústria pesada, o verdadeiro milagre que foi a
transformação da Alemanha, de país humilhado pelos seus adversários, em Nação
respeitada que readquiriu a sua voz no concerto dos povos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Esse
esforço, porém, que dignifica um povo, tenho a impressão de que está sendo
explorado por elementos semitas habilmente infiltrados, no sentido de
desvirtuá-lo, aparecendo Hitler e a Alemanha, perante o mundo, sob um aspecto
antipático. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Havendo
censura rigorosa no Reich, não se compreende, por exemplo, que as megalomanias
de Rosenberg possam ter circulação em pleno século XX. Há nisso, positivamente,
falta de senso de equilíbrio, sentido de proporções, de respeito ao espírito
cristão da Nacionalidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O
caso da esterilização foi outro a revelar o sentido materialista da vida,
sentido esse que, nunca, jamais, em tempo algum, conseguiu dar um conteúdo de
moral verdadeira e, muito menos, traduzir-se em expressões de ascetismo, que só
pode ser compreendido como um desvio, cujas consequências ninguém ainda pode
prever.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O
Estado tem seus limites, como a personalidade humana tem seus limites. Do mesmo
modo, a Religião tem seus limites. Só a inspiração cristã mantém essas relações
e os equilíbrios perfeitos. Fora do cristianismo, só pode imperar a violência.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Agora,
se o Estado se conserva na sua linha precisa; se o Estado reconhece os limites
e a área de ação da autoridade religiosa; se o Estado em matéria de educação
estabelece um acordo justo entre os seus interesses nacionais e os interesses
espirituais da religião; nesse caso toda e qualquer autoridade religiosa que se
insurgir contra ele, não estará fazendo obra espiritual, porém, politicagem, e
da mais barata.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Nós,
integralistas, que somos coisa absolutamente diferente do nazismo e do
fascismo, não nos cansamos de dizer que nosso fundamento é o fundamento cristão.
Repetimos mil vezes que jamais caminharemos num rumo pagão, jamais deixaremos
de ser um movimento, preliminarmente espiritual, em seguida,
social-revolucionário, e, sustentando aqueles dois rumos, colocamos os
imperativos da nacionalidade, dentro da qual encontramos ainda as mais sólidas
tradições de cristianismo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Para
criar uma raça forte, eugenicamente apta, enérgica, nacionalista, digna, audaz,
não precisamos hoje em nossa propaganda e amanhã em nosso governo, ferir os
sentimentos religiosos do povo brasileiro, antes pelo contrário, será
estribando-nos nele que conseguiremos criar o Estado Integral.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">A
luta que se esboça na Alemanha, entre católicos e hitleristas, oferece
oportunidade para meditarmos no Brasil: nós com o sentimento profundamente
cristão que nos inspira, o respeito pelos prelados e sacerdotes da nossa terra;
estes, com alta visão política, que lhes não deve faltar na hora presente,
evitando que atitudes impensadas de alguns venham lançar o germe de uma
animosidade que seria um crime perante a Nação e perante Deus.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Pois
será da mútua compreensão e do mútuo entendimento entre os detentores da
autoridade religiosa e da autoridade civil que conseguiremos fazer alguma coisa
de útil para nossa Pátria.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Publicado
originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 14
de Fevereiro de 1936.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p><br /><p></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-77609496703261006712023-10-24T10:03:00.003-03:002023-10-24T10:03:55.525-03:00A PRIMEIRA ESTROFE DE UM POEMA (12/02/1936)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento</span></b><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">: A publicação do Artigo abaixo só foi
possível graças à generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder
Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior
Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente,
é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: </span><a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" style="font-family: Calibri, "sans-serif"; font-size: 11pt; text-align: left;" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A PRIMEIRA ESTROFE DE UM POEMA</span></b><span style="color: black; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"> (12/02/1936</span><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">PLINIO SALGADO<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Fui a São João d’El-Rey para realizar
um Congresso Universitário.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Minas Gerais veio ao meu encontro e
realizou uma apoteose política.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Fui a tradicional cidade de Bárbara
Heliodora, para aplacar um pouco a chama viva que arde no meu espírito e iluminar-me
da luz suave e tranquila da meditação e do estudo com os moços do Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Porém, Minas Gerais rebentou num
vulcão de patriotismo e incendiou-me ainda mais, e eu me deixei queimar nas
labaredas de um entusiasmo arrebatador.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Fui procurar nas montanhas a monotonia
propicia à meditação. Mas a alma mineira estava inquieta e se levantou como um ciclone;
e eu me transfigurei na febre da grande poesia da Pátria e meu coração bateu apressado
como o coração de Minas Gerais.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Eu pretendia fazer o meu maior
discurso, o mais sentido, o mais doloroso, o mais comovido, entregando aos universitários
do Brasil a herança de todo o meu sacrifício, a construção de três anos, as
bases de um Pensamento Novo, de um conceito novo de Estado, de uma concepção
nova de política, de um sentimento profundo de unidade nacional, de um método
de pesquisa, ao mesmo tempo de análise e supervisão, o sentido superior de um
plano vasto de realizações continentais; entretanto, Minas - a magica - interceptou
a minha oração, cortou a minha voz, e, em vez de fazer um discurso, assumi uma atitude.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Não selei com minha palavra o
encerramento de um Congresso; abri, com uma resolução, o caminho de uma
gloriosa marcha.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Fui para fazer um testamento, mas
pratiquei um ato de posse. Em vez de outorgar uma herança, Minas Gerais transmitiu-me
um novo espólio: o espólio das suas tradições, o patrimônio da sua alma
generosa, imensos latifúndios morais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Desejei descompromissar-me com o
Futuro, e assumi dobradas responsabilidades para com ele. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Levei uma atitude de renúncia, voltei
com uma atitude de conquista.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Minha alma sentia já o tédio infinito
da direção em que a massa despótica pretende plasmar ao seu arbítrio tirânico a
fisionomia do dirigente; ela regressou com a força da criação, a energia
dominadora, a disposição do comando e da imposição da minha vontade.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Minas Gerais, desde o pequeno povoado
de Mathias Barbosa, onde uma cavalaria de crianças rompeu a marcha da multidão;
e, através de Juiz de Fora, magnífica na sua mística da Nacionalidade; a
humilde Paula Lima, com seus camisas-verdes camponeses; a entusiástica Santos
Dumont, com sua empolgante sessão no teatro; a antiga Barbacena, insistente por
me ouvir; e, finalmente, São João d’El-Rey, a imprevista e imponente, com sua
gigantesca manifestação; e, ainda, os ecos vibrantes que me vieram da Zona da
Mata, do Sul de Minas, do Triangulo, do Centro, - Minas Gerais falou tão alto
aos meus ouvidos, exprimiu-se de modo tão eloquente, tão decisivo, que eu senti
no recesso do meu espírito as vozes imperativas das minhas próprias forças no
seu máximo esplendor.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">O Congresso Universitário, que teria
de ser uma finalidade em si mesmo, tornou-se uma etapa, um meio de ação, um estímulo
de luta e uma certeza de vitória. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Pensei que ele fosse um fim de capítulo,
mas ele foi o começo de um poema.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Acreditei ir ver ali a linha divisória
do Futuro. Julguei que, era a culminância de uma escalada, eu veria o divisor
das aguas; porém, ao contrario, percebi que o meu Futuro ainda está nas minhas
mãos, porque esse foi o milagre e a revelação maravilhosa de Minas Gerais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Não escalei, à maneira de Moisés, o
Monte Nebo, para contemplar a Terra Prometida, e fechar os olhos sem lhe sentir
de perto, a cor, o perfume, o esplendor: mas, ao inverso, galguei os
desfiladeiros de uma época, para atingir o outro lado, a realização, integrando
o Pensamento na Realidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Supus que este 1936 fosse a crista de
uma cordilheira; ao contrario, é, para mim, um desenrolar de planalto ao sol da
vida. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">E, pensando na possibilidade do Zenith
do grande astro, observei a sua ascensão.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Notei que estou nas horas primeiras,
nas horas iniciais, no alvor de um dia cuja extensão excede aos dias comuns. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Tive a certeza das jornadas felizes e
embalou-me o encanto das lutas tonificadoras.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Chamei o Futuro, para que eu pudesse
ver minha Esperança. O Futuro era a mocidade universitária da Pátria. Esse
Futuro, porém, fez de mim sua própria Esperança, e eu tive de acreditar nela,
porque todos acreditavam.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Fui para obter promessas e tive de
fazer promessas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">.Fui para receber juramentos tive de
fazer um juramento. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Reuni os universitários da Pátria para
com eles fazer um espelho e procurar nele a minha própria imagem nos dias vindouros
e nos séculos remotos. Eles, porém, olharam para mim e fizeram de mim o seu
espelho.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Fundimo-nos, então, num único sonho e compreendi
a fatalidade das energias perenes, das forças constantemente renovadas, a
plenitude, o esplendor solar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">É que Minas Gerais estava de pé e na
manifestação de seu entusiasmo, realizava a magia suprema de Josué: o sol parava,
para a juventude da Pátria, e misteriosas harmonias cantavam no coração de
todos os inquietos.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Nunca me esquecerei desse episódio histórico,
desse épico- memorável, que foi o da noite de 10 de fevereiro, na cidade natal
de Tiradentes. A alma de Minas Gerais, erguendo-se nas multidões, com o antigo
e sempre novo sentido de libertação que fulgiu na Inconfidência, cantou em
nossos espíritos. O Passado e o Presente se fundiram na visão do Futuro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Todo o sentido cultural do Congresso
transmudou-se no sentido político. As disposições para a meditação foram sacudidas
pela realidade mais forte da brutalidade e do desrespeito. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Fomos com a alma de eremitas para o árido
deserto dos estudos ásperos; recuperámos a alma dos guerreiros nas cristas das
montanhas que, no desenrolar dos panoramas, das cordilheiras, reclamam
liberdade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Subimos como os que procuram um Tibet
contemplativo: voltamos como quem achou os Alpes que despertaram as almas de
Cezar, de Aníbal e de Bonaparte.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Pensando que iríamos ter uma cena
final de ceia evangélica, tivemos as cenas primeiras de um acampamento em vésperas
de batalhas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Levando a meditação, encontramos a
luta.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Subindo como Sócrates, voltamos com a
paixão de Demóstenes e o ímpeto de Felipe da Macedônia. Subindo como Lavoisier,
descemos como Danton. Procurando o Cenáculo, encontramos a sala do “jogo de
pela”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Pretendendo encerrar, abrimos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Eu e os universitários nos integrámos,
nos fundimos, nos identificámos, num só juramento.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">As montanhas de Minas Gerais têm isso
de misterioso. Do jurista Claudio Manoel da Costa faz um agitador. Do poeta
Dirceu faz um revolucionário. Da alma ingênua de Marilia, faz um poema de
firmeza. Das virtudes domesticas de Barbara Heliodora, faz as virtudes cívicas
que se expandem exaltadas. Do alferes Xavier faz um mártir.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Minas Gerais operou o milagre supremo
do Integralismo. O povo, levantando-se, transfigurou-nos. O povo castigado por
nos amar, espicaçou-nos de estímulo. Suas aclamações confirmaram nosso batismo
de brasilidade e nosso ímpeto renovador. Deixou de haver ali um condutor e uma
massa de moços estudantes, para haver a comunhão única de todas as forças e a
gloria de uma nova energia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">O Integralismo tem agora, mais do que
nunca, uma decisão irrevogável de comando. Não! Não era possível escrever-se um
fim de capítulo; urgia a primeira - notem bem - a primeira estrofe de um poema,
que agora começa na plenitude de sua estranha beleza e de seu misterioso
esplendor.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">Publicado originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 12 de FEVEREIRO de.
1936.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-22331952295584786142023-10-22T17:25:00.001-03:002023-10-22T17:25:30.467-03:00“Esquerdas” e “Direitas” (1936)<p> </p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">“Esquerdas” e “Direitas”</span></b><span style="color: black; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"> (1936)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Já
temos repetido muitas vezes, nunca julgamos pouco repetir: para a nossa visão
totalitária da sociedade, do mundo e das nações não existe nem “esquerda” e nem
“direita”, por conseguinte não consideramos também um “centro”, nem “meias
direitas” ou “meias esquerdas”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A
política para nós, não é o jogo de futebol a que ficou reduzida a atividade social
das nacionalidades, do transcurso do século XIX. A substituição das corporações
medievais pelos partidos criou as <i style="mso-bidi-font-style: normal;">equipes</i>
esportivas para os “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">matches</i>”
eleitorais e parlamentares. A organização sindical, a luta de classe, firmaram
as regras fixando as posições dos “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">player</i>s”.
As massas populares transformaram-se em multidões de aficionados entregues à
super excitação das “torcidas” frenéticas. Os parlamentos eram os grandes “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">stadiuns</i>” onde os jogadores se colocavam:
a III internacional na extrema esquerda, a II internacional na meia-esquerda, os
liberais democratas no centro, os conservadores na meia-direita, os reacionários
na extrema direita.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-themecolor: text1;">Σ</span><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esse
jogo correspondia a uma mentalidade, a uma civilização, a um século. Hoje não
pode significar cousa alguma para nós. Falamos uma linguagem diferente, porque
somos homens diferentes. Os que ficaram convivendo com Gladstone ou Gambeta, os
que adormeceram ouvindo os discursos e manifestos que encheram o século passado,
esses não poderão compreender-nos, porque, para eles a vida nacional está
enquadrada nos lineamentos dos partidos, o jogo parlamentar é um esporte onde
as composições e recomposições ministeriais quebram a monotonia bocejante dos “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">half-times</i>” exaustivos, e, nos regimes presidenciais,
e intermitência dos grandes plebiscitos marca os “rounds” eliminatórios das
oligarquias que se revezam na arena batida do sufrágio universal. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Toda
a finalidade dos povos, para os aficionados da política do século XIX, reduz-se
a esse jogo, a essa permanente competição que para nós, homens do século XX, já
se tornou de uma puerilidade enfadonha.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-themecolor: text1;">Σ</span><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Puerilidade
e anacronismo. Os filósofos, pensadores e políticos que vieram da tomada da Bastilha
à ocupação de Ruhr, não foram capazes de abranger panoramas totais. Cada qual
viu um aspecto do problema humano. Cada qual cingiu se a um método restrito. Cada
qual subordinou a questão geral a um princípio de ordem particular.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esse
século que produziu, separadamente, o fonógrafo, a luz elétrica, a fotografia animada,
a telegrafia, não poderá compreender o século que sintoniza e sincroniza, realizando
num só milagre de som e de luz, de transmissão e de cor, as prodigiosas sínteses
universais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esse
século XIX que conheceu os teares incipientes, os aeróstatos, os barcos de rodas
de Fulton, as locomotivas rudimentares, e dessas conquistas deduziu toda a
teoria política que veio até à lâmpada de Edison, ao aeroplano de Santos Dumont
e aos aparelhos de televisão já não pode ditar leis a esta nova época da humanidade,
em que a máquina atingiu perfeições assombrosas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Nos
últimos cem anos, o problema era o aproveitamento da máquina, o lançamento da
máquina, a máxima eficiência da máquina, agora, que temos chegado a esses
objetivos, preocupa-nos a reconquista do poder do homem sobre a máquina, o
império moral da criatura humana, a sua expressão nacional e a sua tradução
governamental. <o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-themecolor: text1;">Σ</span><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Quando
vemos os socialistas como observa Durkheim pretendem reduzir tudo à “questão operária”;
quando vemos os marxistas da extrema-esquerda, presos ainda ao manifesto de
1849, e animados pelas lições de Sorel pretenderem tudo olhar sob o prisma da
luta de classe; quando vemos os pragmáticos reduzirem tudo a uma questão de
técnica administrativa; quando vemos os positivistas só falarem no problema da
ordem, sem cogitar dos fundamentos espirituais de disciplina social; quando apreciamos
os economistas subordinarem tudo à economia, os idealistas abstraírem das
realidades econômicas, os místicos encararem apenas a face religiosa da
sociedade, enquanto os simplistas do materialismo excluem a expressão
espiritual dos indivíduos e dos povos; quando vemos todas essas orientações
parciais, fragmentárias, unilaterais, é que nos apercebemos da existência de
uma nova mentalidade, que é nossa, integralista, totalizadora das forças
materiais e das forças espirituais, assim como da dinâmica social em que atuam
completando-se, a dialética dos fatos e o arbítrio da ideia criadora.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Somos
uma mentalidade nova. Somos uma palavra nova. S um combate novo. Que traz um
novo sentido que só entendem os cérebros libertados dos preconceitos do século XIX.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-themecolor: text1;">Σ</span><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Não
nos colocamos no ponto de vista nem da burguesia, nem do proletariado. Não
estamos nem com os nacionalistas cegos, sentimentais e ditirâmbicos, nem com os
internacionalistas utópicos que pretendem unir os indivíduos por cima das Pátrias,
proclamando a união dos trabalhadores de todo o mundo, como fizeram os profetas
falidos da II e da III internacional. Não rompemos ofensiva contra a burguesia,
mas contra o espírito do século do qual ela é um produto concreto; não contrariamos
as justas aspirações do proletariado, mas queremos arrancar o proletariado da
concepção unilateral da vida em que o lançaram, para explorá-lo, sem resolver a
sua situação, que é apenas uma consequência da própria mentalidade do século XIX.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Negamos
a lição de Marx, quando diz que a revolução do operário deve ser feita por ele
próprio. Para Marx havia a revolução do operário, como havia reação da
burguesia. Para nós, que viemos depois de Einstein, que viemos depois de
declarada a falência evolucionista em que se estribou a política da burguesia,
que viemos depois da hecatombe de 1914, depois do fracasso do plano quinquenal
e com o final depois da queda da libra e da crise do dólar, para nós só existe
uma revolução: a revolução do século XX contra os preconceitos do século XIX.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-themecolor: text1;">Σ</span><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Essa
revolução abrange todo o complexo panorama universal. Cria um novo sentido de
nacionalismo e de internacionalismo. Engendra uma nova economia em um novo conceito
de Estado. Contêm todas as energias das lutas sociais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Essa
revolução não pode mesmo ser compreendida pelos anacrônicos socialistas pelos
mofados marxistas pelos antediluvianos da extrema direita. É um estado de
espírito de civilização que nasce.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Eis
porque acometemos toda a estrutura das velhas sociedades. Eis porque rompemos
as nossas baterias, não contra os partidos, não contra a burguesia ou o
demagogismo esquerdista, não contra os grupos regionais ou econômicos, mas
contra tudo o que os produziu. A nossa avançada é contra uma civilização. Em
nome de uma palavra nova dos tempos novos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">____<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">SALGADO, Plínio. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Palavra Nova dos Tempos Novos</b>. 3ª
edição. São Paulo: Panorama, 1937; transcrito das páginas 81, 82, 83, 84, 85,
86 e 87.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-80487600764688524422023-10-21T14:14:00.003-03:002023-10-21T14:17:13.523-03:00Encontro com o futuro (06/02/1936)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento</span></b><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">: A publicação do Artigo abaixo só foi
possível graças à generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder
Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior
Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente,
é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: <span style="color: black; mso-themecolor: text1;"><a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a></span> <o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Encontro com o futuro</span></b><span style="color: black; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"> (06/02/1936)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">PLINIO SALGADO<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">No
discurso de encerramento do Conclave Nacional Integralista exclamei aos
camisas-verdes: "Prestai atenção para esta data - 1936!"<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Este
ano é, realmente, o ano da grande messe, ano de colheitas maravilhosas. Período
solar do movimento do Sigma.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">1932
foi o desbravamento;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">1933
foi a semeadura;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">1934
o esplendor floral na glória do sacrifício e do sangue derramado pelo bem do
Brasil;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">1935
a fase magnífica do fruto: a nossa ideia concretizada em milhares de núcleos em
todo o país.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Este
1936 está sendo o período inicial da colheita.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">São apreciáveis
estes meses de janeiro e fevereiro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Realizamos,
com um entusiasmo vibrante, o Conclave Nacional Integralista. Lançámos o
manifesto-programa, objetivando, depois de três anos de evangelização, os
delineamentos precisos do Estado Integral. Reunimos a primeira Convenção Sindical,
trazendo ao Rio o operário de todo o Brasil, e essa Convenção atingiu tal êxito
que sou levado a convocar uma outra para maio. Transformamos o nosso semanário
A OFFENSIVA em diário matutino. Publicamos, em São Paulo, uma revista de
cultura, "Panorama", índice do pensamento nacional. Convocamos o
Primeiro Congresso Nacional Feminino que se realizará em São Paulo, em abril.
E, finalmente, apresentamos aos olhos maravilhados da Pátria, o espetáculo
imponente do Primeiro Congresso Universitário Nacional, em São João d'El-Rey.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esse
Congresso de Estudantes Brasileiros eu o considero o mais significativo, o mais
grave, o mais, decisivo para o país, de todos os que, de tempos para cá, possam
ter impressionado o povo brasileiro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">É a
primeira vez que se reúnem universitários de todas as províncias, para tratar de
assuntos de doutrina social e política; para apresentar teses sobre temas técnicos;
para se conhecerem mutuamente e solidificarem as bases de uma Unidade Nacional
que se estrutura na unidade de pensamento e na unidade de sentimento,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Nunca
os estudantes do Brasil se reuniram assim. Escolhi Minas Gerais para ser o
local do encontro da Nacionalidade consigo própria. Determinei que esse espetáculo
glorioso de mocidade, de força e de beleza, de atitude moral e intelectual, tivesse
por sublime moldura a cidade velha, tradicional, cheia de poesia do passado:
São João d'El-Rey.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">No
dia 9 encontrarei, naquela cidade mineira, os representantes dos Universitários
Integralistas de toda a nossa Pátria. Serão algumas centenas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Em
nome de que comparecem?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Em
nome do Futuro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Que
pretendem?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Assumir
a responsabilidade dos dias vindouros e dos destinos do Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Por
que viajam de tão longe, de tão remotas cidades para se encontrarem em São João
d'El-Rey?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Foi
porque ouviram, do fundo da sua inquietação, os clamores de uma nacionalidade
que os esperava havia muito tempo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">E
eu, que irei ao encontro deles, em nome do que compareço?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">-Em
nome dos sofrimentos de uma geração sacrificada, das dores dos humildes, do
desespero dos oprimidos, das revoltas de uma Pátria que quer ser livre e forte,
do longo martírio de uma luta tenaz e sem tréguas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Que
pretendo?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Entregar
a eles, universitários, que são o próprio futuro do Brasil, uma herança que é
limpa de crimes e que lhes têm custado mil dores ignoradas. Vou instituir os
herdeiros presuntivos de uma construção gloriosa, na qual já me alcei dos
alicerces e prossigo nas grandes colunas mestras, como quem levanta um bloco
firme de arquitetura imortal.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Quero,
agora, nesta fase em que sinto a plenitude da minha força, na hora em que o sol
da vida resplandece dominador. Iluminando, diante de meus olhos, o panorama de
um grande sonho americano, mostrar aos que futuramente irão continuar esta
marcha e transmitir esse entusiasmo às crianças que agora estão nascendo, toda
a extensão das tarefas pertencentes a sucessivas gerações.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Em
São João d'El-Rey, perante os universitários de todo e Brasil, encontro-me também
com minha própria Pátria, para que reciprocamente nos julguemos e possamos nos compreender
de um modo mais profundo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">No
Brasil presente, que todo o povo do meu país compreenda a grandeza sem
precedentes do Primeiro Congresso Universitário Nacional de São João d'El-Rey.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Publicado
originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 06
de FEVEREIRO de 1936.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-51081960498778173412023-10-19T11:30:00.005-03:002023-10-19T11:30:56.319-03:00Minha palavra aos "Camisas-Verdes" (09/02/1936)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Esclarecimento</b>: A publicação do Artigo abaixo só foi possível
graças à generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder
Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior
Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente,
é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a>
<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">Minha palavra aos
"Camisas-Verdes"</span></b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"> (09/02/1936)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">PLINIO SALGADO<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Um jornal diário
é uma trincheira. Quando cantam na noite silenciosa os teclados e as peças, de
um raciocínio mecânico, das linotipos complexas e reluzentes; quando trabalham
as calandras e as "frises" gritadeiras e ardem as caldeiras de
fundição; e, no vai-e-vem, no ar iluminado de lâmpadas cruas, impregnado do
cheiro acre do antimônio, do chumbo, do papel e das tintas, mourejam os operários
de blusas enegrecidas, nós temos impressão de um setor de batalha, de luta
gloriosa. E, quando a rotativa se ilumina, toda festiva nas suas lâmpadas que põem
reflexos resplandecentes nos metais, e, em seguida ergue a clamor dos motores,
das engrenagens, dos cilindros, num estridor multitudinário e ciclópico, o homem
de imprensa tem a sensação ainda mais viva, da glória do seu sacrifício, dos
seus esforços ignorados, no campo de batalha mais belo, que é a batalha das ideias,
As ideias, que passam pela máquina de escrever; depois, pelas matrizes das linotipos;
depois pelos "flanas" ao peso do rolo que comprime; depois pelo chumbo
que delas se embebe, gravando-as; depois pelo buril das "frises";
finalmente pelos cilindros das rotativas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Ninguém sabe,
de quantos compram um jornal na rua, de tudo o que essas folhas impressas
exigem de esforço criador. Ao galgar das escadas que vão das oficinas à redação,
sente-se todo o rumor palpitante do um combate sem tréguas, combate de todos os
momentos. As máquinas de escrever estridulam, como esta, através da qual me
dirijo aos camisas-verdes; as mesas estão atulhadas de papéis; muitos homens
trabalham. Sim: um jornal é, na verdade, uma trincheira, um setor admirável de
batalha.<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">*<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">* *<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">E é por isso,
camisas-verdes, que eu venho, ao mesmo tempo, congratular-me convosco, porque o
nosso movimento já levantou essa barricada, e chamar a vossa atenção para o
prestígio absoluto, sem restrições, com que devereis apoiar o esforço, o
trabalho ingente dos que estão realizando meu pensamento, com a realização da A
OFFENSIVA diária.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Eu aqui
estou, firme, ao lado deles, com a mais viva alegria, porque eu e eles, os meus
companheiros nesta casa, estamos dando ao Integralismo aquilo que o Integralismo
não conseguira conquistar por si próprio, apesar de existirem no Brasil mais de
oitocentos mil camisas-verdes, É que os camisas-verdes já andavam muito preocupados
com as responsabilidades de cada um dos seus dois mil núcleos: Já se
sacrificavam muito; já sacrificavam seu tempo, sua comodidade, a sua própria
vida, pela nossa marcha gloriosa.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Então,
pensei: assim como realizei o Integralismo, que é grandioso, posso realizar um
jornal diário na Capital da República, para os integralistas de todo o país.
Posso e quero. Posso, porque tenho os homens necessários para isso; quero,
porque os camisas-verdes só me ouvem, de semana em semana, e eu resolvi falar
diariamente a eles, falando, ao mesmo tempo, a toda a Nação,<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Os homens
eram Belmiro Valverde e Madeira de Freitas. Em torno deles, congreguei uma dúzia
de elementos de primeira ordem, alguns mesmo alheios ao movimento. Organizamos
a Sociedade Anônima Excelsior, completamente separada "Acção Integralista
Brasileira" e a A OFFENSIVA passaria a imprimir-se, não mais nas oficinas
do "Diário de Notícias", mas nas oficinas da "Excelsior".<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">A Excelsior
realizou-se brilhantemente. E daí temos, com absoluta solides financeira, instaladas
as oficinas de onde sai o jornal diário dos camisas-verdes.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">É forçoso que
cada integralista prestigie o nosso jornal por todos os meios ao seu alcance.
Que compreenda a importância fundamental para o nosso movimento, que é a existência
de um diário na Capital da República, com irradiação por toda a carta geográfica
do Brasil.<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">*<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">* *<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">A minha
palavra de ordem será agora diária. No tempo em que o nosso jornal era semanário,
os camisas-verdes ficavam tristes si, em algum numero, faltava a colaboração do
Chefe. Pois bem: o Chefe, agora, fala diariamente pela A OFFENSIVA.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">O nosso
movimento cresceu muito. Os núcleos se multiplicaram por todas as cidades do país.
Já me é praticamente impossível visitar a todos os núcleos. Este ano vou viajar
pouco, para não fazer a injustiça de visitar uns e deixar de visitar outros. A
culpa não é minha, porém, do próprio Integralismo, que cresceu demais,<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Nestas
condições, como poderei estar em contato permanente com todos os núcleos do
Brasil, com todos os camisas-verdes da minha Pátria?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Pela A
OFFENSIVA. É, de agora em diante, a minha tribuna diária. É o meu encontro com
os integralistas. É a minha trincheira. E que trincheira! Aquela justamente em
que tenho ferido minhas maiores batalhas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Foi em 1933
que despertei em mim o orador e adormeci e Jornalista. Andei por toda a parte, no
meio das multidões, em 1934, 1935. Este ano, acordei novamente o jornalista. Ele
viverá simultaneamente com o orador. Uns e outro batalharão. Mas enquanto e
orador não poderá estar em todas as cidades ao mesmo tempo, o jornalista em
todas elas estará presente, dizendo as mesmas palavras.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Daí a importância
da A OFFENSIVA no presente instante da nossa luta. E o dever de cada
integralista de difundi-la.<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">*<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">* *<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Aos domingos,
teremos o número exclusivamente integralista, dedicado aos camisas-verdes, com
reportagens desenvolvidas dos progressos do nosso movimento. Diariamente, A
OFFENSIVA fará Integralismo de uma maneira prática, objetiva, concreta, Isto é,
na maneira de tratar os assumptos da vida brasileira.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Não podemos
mais nos fechar nas quatro paredes do nosso credo. Temos de respirar a grande
vida nacional pondo-nos em contato com todos os fatos, refletindo em nossas
colunas todos os acontecimentos, comentando-os, fazendo aplicação constante de
nossa doutrina.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">O
Integralismo cresceu muito e tornou-se adulto. Não é mais um menino, é um homem.
Tem de tomar contato com a vida da Nação. Tomá-lo-á, principalmente, pela A
OFFENSIVA.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Aqui falarão,
além de Chefe, Gustavo Barrso, Miguel Reale, Jehovah Motta, e outros vultos do
movimento integralista. Aqui estarei eu, principalmente, dirigindo-me aos camisas-verdes.
E o grau de estima pelo Chefe eu o saberei, em cada cidade, pelo número de
leitores da A OFFENSIVA diaria.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Publicado
originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 09 de
FEVEREIRO de 1936.<o:p></o:p></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-80525294920789620432023-10-16T10:17:00.002-03:002023-10-16T10:17:49.556-03:00AGITAÇÃO (20/02/1936)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Esclarecimento</span></b><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">: A publicação do Artigo abaixo só foi
possível graças à generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder
Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior
Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente,
é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a>
<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">AGITAÇÃO</span></b><span style="color: black; font-size: 14.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;"> (20/02/1936)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Basta
abrir os jornais. Correr os olhos pelos telegramas que as agências transmitem,
naturalmente, profissionalmente, pelo mundo. Uma inquietação profunda abala os
nervos da Humanidade. Há um mal-estar generalizado. Tem-se a nítida impressão
de que alguma coisa está mudando.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Alguma
coisa está, também, morrendo. E outra, nasce, numa grande alegria radiosa,
sobre os escombros de um Passado, sobre a agonia dolorosa de um Presente
confuso, crepuscular.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A Espanha
está em plena revolução. Revolução de rua, de massa, indefinida como a
desorientação dos intelectuais e políticos daquele país. Presentemente, raro é o
país que tenha, como a Espanha, se instabilizado tanto espiritualmente. Uma
obra de dissolução sistemática minou aquela Pátria. Seus pensadores, os mais
interessantes, os mais argutos, os mais brilhantes, não têm uma diretriz segura
a respeito de um conceito de vida ou de política. São "contra". São,
muitos deles, aficionados de um amadorismo de cultura. A Espanha se distinguiu,
nestes anos mais recentes, como um centro de divulgação universal. Durante a
Grande Guerra, foi neutra, e ali se defrontaram os espiões de ambos os
contendores. Após a Conflagração Europeia, tornou-se um "rendez-vous"
de ideias as mais contrastantes e díspares. Os costumes na Espanha também se
modificaram muito. Na política e na vida normal do país.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A
moderna Castela oferece-nos os tipos mais irritantemente reacionários,
ultramontanos; oferece-nos também os tipos mais abjetos do revolucionarismo sem
objetivos, niilista, cruel, rebelado e confuso, legítimas forças de vanguarda
do bolchevismo, para adotarmos a expressão de Lenine. No meio de tudo isso, uma
turba intermediária de politiqueiros do "centro" - sociais-democratas
do tipo de Weimar; socialistas puritanos do tipo de Kautski; socialistas
moderados do tipo de Vanderverde; liberais-democratas de todo jaez. Estudantes
desorientados. Comerciantes de mau humor. Operários magnetizados por demagogos anarquistas,
sindicalistas. O regionalismo separatista lavrando. Um movimento inicial de
nacionalismo sadio, chefiado por José de Rivera; um movimento de reação
entrosado lamentavelmente com a política imperante, capitaneado por Gil
Robbles. Uma imprensa bem parecida com a de certos países onde a "manchete"
substituiu o pensamento. E isso é a Espanha.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">A
França continua em transe. As organizações da "esquerda" estão pondo
as manguinhas de fora. Até há pouco, eram, como em certos países nossos
conhecidos, apenas defensoras das liberdades populares. A palavra de ordem de
Moscou tinha sido, como para certas Câmaras de Deputados, em certas Repúblicas,
a de se fazer guerra às organizações patrióticas, à mobilização das energias
sãs da nacionalidade, para constituírem a barreira viva e inexpugnável contra o
Soviét.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Como
preliminar, bastava guerrear os camisas-azuis, os "camelots du roi",
os "Croix du Feu". Exatamente como em certas Repúblicas: a Frente Única
Antifascista; o bloco parlamentar pró-liberdades populares, a Liga
Anti-Guerreira, o liberalismo abespinhado contra toda reação orgânica e saudável
das forças vivas da Nação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Agora,
os "esquerdistas" franceses vão mais longe: cantam a Internacional
pelas ruas. Assumem a atitude de combate preconizada pelos bolcheviques da Rússia
de 1917.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">E,
dessa maneira, a França nos oferece nos dias desta semana o panorama de uma angústia
generalizada, de uma agitação das ruas, de uma inquietação aflitiva dos espíritos.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Na África,
prossegue a guerra ítalo-abissínia. No Extremo Oriente, chocam-se as tropas
russo-japonesas. Há uma grande superexcitarão no Egypto, por parte dos
nacionalistas anti-britannicos. Na América do Sul, há estado de sítio, no Chile
e no Brasil. E, para culminar, a revolução paraguaia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Essa
revolução no Paraguai traz todos os característicos das rebeliões
sul-americanas. É do mesmo tipo da mais recente revolução do Uruguai. Tem
semelhanças profundas com a última revolução brasileira. Não difere das
quarteladas do Peru, do Equador, da Bolívia, ou do Chile.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Mas
o fato é que o Paraguai está com uma revolução vitoriosa. Qual o sentido dela?
Não se sabe ao certo. Provavelmente não tem nenhum sentido, como todas as
revoluções latino-americanas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">O comunismo,
por certo, que se aproveita dessas masorcas. O perigo do comunismo na América
do Sul é exatamente esse: o de se revestir da forma de golpes militares.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">*<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">* *<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">No
meio de toda a agitação da hora presente, e quando, sorrateira, na sombra, a
conspiração permanente e incorrigível age para solapar nossa Pátria, só não
explodindo pela força contentiva de um brasileiro que, no momento, tornou-se o
baluarte da ordem contra a desordem, o Argus vigilante, de mil olhos abertos e
o patriota que sabe sacrificar-se pelo bem da Pátria (o sr. Felinto Muller); e enquanto
dentro do nosso Exército, as figuras mais eminentes se esforçam por suscitar a
ressurreição de novas energias capazes de sustentar a República, que fazem os políticos?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Fazem
política.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Há,
para eles, problemas mais importantes. O prestígio, o mando, em seus
respectivos galinheiros estaduais. A probabilidade de eleger um apaniguado para
a successão do sr. Getúlio Vargas. Cargos. Empregos. Posições. Negócios.
Perseguições aos adversários. E nada mais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Diante
da agitação do mundo e da angústia do Brasil, eles só sabem falar, fazer uma
coisa: política.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">E é
por isso que o Integralismo cresce, dia a dia. Cresce e se impõe ao respeito. Ele
é a única esperança da Nação. A palavra e a atitude nova. A força que se
levanta consciente. Consciente da hora grave que o mundo atravessa e que se reflete
na vida nacional.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-themecolor: text1;">Publicado
originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 20
de Fevereiro de 1936.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-18062826261269439802023-10-15T16:55:00.000-03:002023-10-15T16:55:25.144-03:00O LOBO COM A PELE DA OVELHA (06/03/1937)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Esclarecimento</span></b><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">: A publicação do Artigo abaixo só
foi possível graças à generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido
Líder Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior
Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente,
é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos:
<a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a><o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O LOBO COM A PELE DA
OVELHA</span></b><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> (06/03/1937)<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Plínio Salgado<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O escritor espanhol Jacintho
Benavente encabeça com seu nome um abaixo-assinado de intelectuais de seu país,
apelando para os seus colegas do mundo inteiro, no sentido de lhes solicitar
pleiteiem, perante todas as Nações, pelos direitos das populações civis
barbaramente bombardeadas pela artilharia e pela aviação do general Franco.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tratando-se de uma proclamação
dirigida aos escritores de todos os países, quero responder ao sr. Jacintho
Benavente e seus acólitos, não como Chefe do Integralismo, porém como escritor.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pergunto-lhe, preliminarmente, se a
doutrina comunista, de que é adepto o governo de Madrid, dá alguma importância
aos sentimentos de humanidade, ao cavalheirismo, ao respeito que se deve ao adversário,
à sua família e à sua religião.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pergunto-lhe por que foram incendiadas
igrejas espanholas? Por que foram massacrados os sacerdotes? Por que foram
violentadas as mulheres? Por que foram saqueadas casas particulares? Por que
foram mortos, a coronhadas, inocentes civis? Por que foram invadidos e
depredados os conventos? Por que foram vilipendiadas as freiras? Por que foram
pobres camponeses queimados vivos? Por que se untou de gasolina, ou de pez,
tantos paisanos, aos quais se ateou fogo, para que padecessem uma morte
horrível? Por que foram profanadas as sepulturas? Por que a guerra vermelha não
respeitou nem a paz dos mortos?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Isso tudo se deu nas cidades ocupadas
polos soviéticos. Isso tudo é do conhecimento do mundo civilizado. Isso tudo é
a repetição do que se fez na Rússia, do que se fez na Hungria. É processo velho
dos vermelhos, conhecido por todos os povos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Como vem agora o sr. Jacintho
Benavente pretender comover os escritores do mundo, pelo fato de serem
bombardeadas as cidades que os comunistas transformaram em fortalezas?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O sr. Jacintho Benavente está muito
condoído pela sorte das populações civis? É muito fácil: em vez de se dirigir
aos seus colegas de outras Nações, julgando que eles são idiotas, procure o
governo de Madrid, pedindo-lhe que faça as populações civis evacuarem as cidades
transformadas pelos soviéticos em praças de guerra.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O sr. Benavente esquece-se de que
hoje os serviços de reportagens dos grandes jornais e das grandes agências
estão muito aperfeiçoados, e que o rádio transmite facilmente o resultado
dessas reportagens. Estamos a par do que acontece na Espanha, e julgamos uma afronta
o apelo do sr. Benavente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Aliás, a atitude dos covardes
bolchevistas sempre foi essa, em toda a parte, quando lutando com adversários
corajosos e leais. Toda a sua técnica é a técnica da covardia. Seu método é a traição.
Sua arma predileta é a cilada. Suas ofensivas são sempre resguardadas por
dissimulações Indecorosas. Sua perversidade não conhece outro processo senão
esse: o de se fazerem de vítimas, enquanto matam pelas costas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O bolchevismo é a mais evidente, a mais
eloquente e a mais palpável das provas de que Satanás existe e atormenta os
homens. Pois, Satanás é o arcanjo tenebroso da mentira, do embuste, da perfídia,
da felonia, da hipocrisia, da espreita, das ciladas, das surpresas, das
escamoteações, das sinuosidades, dos despistamentos, da confusão, do perjúrio,
da negação e da ruína. E o bolchevismo é tudo isso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O bolchevismo ilude os operários,
levando-os para a escravidão, para a opressão, para o chicote, sem precisar algemá-los
fisicamente, mas algemando-os pela alma, onde apaga a única luz, a luz do
espiritualismo, que garante, sustenta e defende a liberdade do homem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O bolchevismo engana os governos
fracos, desmoralizados, fingindo-se inimigo de si mesmo, bancando o defensor
das liberdades democráticas, o sustentador das instituições. A mesma coisa que ele
faz com o operário, levando-o, de mansinho, para o abismo, também faz com os
governos tolerantes, os governos desprevenidos, os governos em disponibilidade
espiritual. Destacando alguns bolchevistas para manterem o fogo sagrado,
declarando-se abertamente comunistas, Satanás reserva os seus melhores adeptos
para os postos onde eles desempenham o papel de inimigos do extremismo. Esses afirmam
sempre que não são comunistas. O formalismo liberal-democrático, não
encontrando provas escritas em contrário, solta-os. E eles agem, segundo os métodos
de Satanás, mentindo, mentindo, mentindo...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O bolchevismo engana a burguesia.
Destaca numerosos adeptos, que se vestem bem, frequentam os lugares elegantes, ocupam
postos de relevo na sociedade, dizem-se até inimigos do Soviete. A esses incumbe
desmoralizar a família, fazer a apologia da vida pagã. Eles andam pelos cassinos,
pelas praias pelos apartamentos elegantes, pelos "halls" dos hotéis
suntuosos, pelas redações dos jornais, pelas rodas literárias, pelos chás,
pelos bailes, pelos recitais, nas corridas, nos clubes, nos restaurantes, até
nas igrejas! E destroem de mansinho. Enfraquecem as forças da resistência
nacional. Desfibram os caráteres. Dissolvem os sentimentos da Pátria. Pregam,
pelo exemplo de uma vida de êxitos fáceis, a filosofia do oportunismo, do
aventureirismo, do arrivismo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O bolchevismo engana os Exércitos.
Entrega a alguns militares a tarefa de combater toda e qualquer infiltração de ideias
políticas nas Forças Armadas. Sendo os militares, de acordo com as leis do país,
eleitores, não se sabe porque cargas d’água esses agentes de Moscou meteram na
cabeça de certas patentes que os oficiais e suboficiais, eleitores pela lei e
pela lei obrigados a votar, não podem pertencer a partidos políticos
registrados à luz do dia, que agem com objetivos claramente definidos e
conhecidos. É a manobra de Satanás, para impedir que os leais, os francos, os
sinceros, os de cabeça erguida, os de peito aberto, os que fazem confissão pública
de nacionalismo, impermeabilizem as tropas contra a infiltração secreta, a
infiltração subterrânea da propaganda vermelha. É o mesmo método. É o mesmo
processo. A mentira, a mentira a mentira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O bolchevismo engana as religiões.
Habilmente se insinua nos diferentes credos religiosos, para criar
incompatibilidades contra toda e qualquer corrente nacionalista que pretenda
unir todos brasileiros para a obra de salvação da Pátria. Invariável nos seus métodos,
em todos os sectores de atividade, o bolchevismo é o próprio Satanás, arcanjo
da insídia, da intriga, das trevas criminosas que se manifesta neste século,
impudente, cínico, descarado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A patifaria bolchevista dissemina-se,
desenvolve-se, prolifera e multiplica-se, principalmente nos setores onde menos
se suspeita da atuação soviética. Veja-se o caso do protesto de um grupo de católicos
em Paris (falsos católicos, infiltrados nas hostes militantes da Igreja) contra
o bombardeamento das cidades espanholas pelas tropas heroicas do general
Franco...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas, para responder à mensagem de Jacintho
Benavente, tenho um fato que se passou comigo mesmo. O conflito de Bauru.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os comunistas de Bauru, em número
superior a oitocentos, cercaram o hotel onde eu me achava, todos armados e em atitude
agressiva, explodindo em vaias. Os integralistas, que vieram cumprimentar-me, não
chegavam a oitenta. Eu os passei em revista, tendo esse pequeno grupo à minha
esquerda e tendo à direita a massa dos bolchevistas, que me vaiavam sem cessar.
Pusemo-nos, em seguida, em marcha.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mal tínhamos caminhado uns duzentos
metros, começámos a ser alvejados por um forte tiroteio, que logo derrubou
alguns companheiros nossos, feridos. Dispusemo-nos à reação. Nesse momento, um
quadro horroroso se nos deparava. Os comunistas puseram na sua frente, como
trincheira, mais de duzentas crianças. Por detrás delas é que atiravam. Estávamos
impossibilitados de responder ao fogo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Foi nesse momento que caiu morto nosso
companheiro Nicola Rosica. E nós nada podíamos fazer, ainda que estivéssemos
muito preparados para uma luta, porque mataríamos as crianças!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Lembrei-me desse fato, lendo a mensagem
de Jacintho Benavente, escritor espanhol que a todos os escritores do mundo
julga tão idiotas a ponto de acreditar na sua choramingas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O melhor que Jacintho Benavente
deveria fazer neste momento seria dirigir-se aos Azanhas, Companys, aos
Cabaleros, lacaios do judeu que Moscou enviou para matar espanhóis,
dizendo-lhes que não se entrincheirem atrás de mulheres, velhos e crianças,
numa guerra em que, do outro lado, batem-se homens bravos e leais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Publicado originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 06 de Março de 1937.<o:p></o:p></span></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9089689534790036225.post-13811975194437669872023-10-14T15:09:00.000-03:002023-10-14T15:09:49.372-03:00O Partido Nacional (19/02/1936)<p> </p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Esclarecimento</b>: A publicação do Artigo abaixo só foi possível
graças à generosa colaboração do Prof. Paulo Fernando, conhecido Líder
Pró-Vida, profundo pesquisador da História do Brasil, possuidor da maior
Pliniana existente, que nos permitiu o acesso a sua Hemeroteca; e, atualmente,
é Deputado Federal pelo Distrito Federal. Aos que desejarem conhecer mais o
trabalho do Prof. Paulo Fernando indicamos: <a href="https://www.instagram.com/paulofernandodf/" target="_blank">https://www.instagram.com/paulofernandodf/</a>
<o:p></o:p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">O Partido Nacional</span></b>
(19/02/1936)<o:p></o:p></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">Plínio Salgado<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">De tempos a
tempos, para quebrar a monotonia dos vaivéns da politicagem estadualista, dos
palpites, das intrigas em que se consome a atenção do pobre povo brasileiro,
surge uma voz, de político ou de jornalista, exclamando a frase que já se
tornou conselheiral:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">O que nos infelicita
é não termos um Partido Nacional, uma organização que sobrepaire aos interesses
dos partidos de região.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Como é da
praxe, o que distingue os Conselheiros desde o respeitabilíssimo Acácio, de
saudosa memória, é dizer as coisas que todo o mundo sabe, sem avançar a mínima
novidade em qualquer assunto. Uma outra característica dos Conselheiros é
ignorar, ou fingir ignorar o que se passa em torno deles. Nunca manifestam a
sua opinião na hora do acontecimento, ainda que se trate de um incêndio, um naufrágio,
uma batalha, um terremoto. Eles continuam graves e bojudos, tomando o seu rapé,
e a gente nem mesmo se apercebe deles, nas horas nervosas e trepidantes, pois
os Conselheiros são invisíveis nesses casos, não porque imitem o personagem de
Wells, mas apenas porque ninguém dá por tão conspícuas. figuras.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Os
Conselheiros gostam de bater sempre numa tecla, a propósito de tudo. Neste caso
brasileiro, por exemplo, a tecla é o Partido Nacional. O Partido Nacional vem a
propósito de tudo. A propósito do calor, do Carnaval, da Abissínia, do preço
das batatas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Limpando o
suor e endireitando os óculos, o nosso Conselheiro, diante da reclamação a
respeito do preço das cenouras, ou da questão da falta d'agua, ou ausência de
gosto de um filme cinematográfico, exclama:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Ah! minha
senhora, tudo isso é porque não temos um Partido Nacional!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">O Conselheiro
amanheceu reumático, puxa a perna, o dia está cinzento. Abre os jornais, de mau
humor, e murmura:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">-Si ao menos tivéssemos
um partidozinho nacional...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">A única coisa
que o Conselheiro ignora é que o Partido Nacional já existe. Não é por falta dele
que as múmias políticas ainda se agitam. Elas se agitarão até o dia em que esse
Partido Nacional, julgado inexistente, fizer sentir a sua existência,
substituindo o pacato rapé que o Conselheiro usa, por um pouco de pimenta
malagueta, afim de que ele possa, atendendo ao Padre Vieira, "acender uma
candeia no entendimento"...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Mas que Partido
Nacional é esse? Tem ramificações em todos os Estados? Quantas cidades do país
possuem núcleos organizados desse Partido Nacional? Quantos adeptos já conta
esse partido, que é o único na República?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Esse Partido
Nacional é apenas isto: realizando-se as eleições municipais em apenas 6
Estados (Paraná, Rio Grande do Sul, Espirito Santo, Alagoas, Pernambuco e
Bahia), já levou às urnas sessenta e poucos mil votos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Cumpre notar
que formidáveis redutos desse Partido, como Santa Catharina, Ceará, S. Paulo,
Minas, etc., ainda não deram a amostra do pano, por que naqueles Estados não se
realizaram por ora, as eleições. Esse Partido Nacional já elegeu apenas naqueles
Estados, mais de 150 vereadores. Deverá eleger mais de mil em todo o país. Tem
representantes eleitos por S. Paulo, Ceará, Acre, Alagoas, nas Câmaras federal
e estaduais, e si mais não elegeu foi porque na ocasião das eleições o Partido
estava em início. Agora sua força eleitoral já centuplicou.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Esse Partido Nacional
gasta, mensalmente, em todo o país, somando-se as despesas dos 2.023 núcleos
que funcionam desde o Acre ao Rio Grande do Sul, cerca de mil contos de réis
por mês. Foi essa a soma que a sua Secretaria Nacional de Finanças efetuou com
os balancetes enviados. Esse Partido Nacional publica um Jornal diário na Capital
da República; outro em Alagoas; outro em Pernambuco; outro na Bahia; outro em
Santa Catharina. Publica, também, 102 semanários em todo o país, uma revista ilustrada,
na Capital da República, varias outras nos Estados, e uma grande revista de
cultura em S. Paulo. Esse Partido Nacional mantém estádios, campos de esporte, tecnicamente
admiráveis, em grande número, em todo o Brasil. Esse Partido Nacional mantem
mais de duzentas escolas primárias em todas as Províncias, lactários, ambulatórios
médicos, de serviços irrepreensíveis, achando-se vários instalados nos diferentes
bairros do Rio. Esse Partido Nacional está há três anos realizando uma obra de
cultura, já publicou mais de 40 livros de doutrina, tem realizado conferências,
cursos de extensão universitária, mantem uma Secretaria de Cultura Artística,
que já realizou vários concertos e uma exposição. Esse Partido Nacional já
realizou 2 grandes Congressos Nacionais (em Vitória e Petrópolis), reunindo brasileiros
de todas as procedências, já realizou 28 Congressos Provinciais; recentemente
promoveu no Rio (aqui mesmo) uma Convenção Sindical, com operários de todas as
regiões do país; em S. João del Rey, reuniu universitários de todas as Escolas
Superiores do Brasil, coisa jamais vista entre nós.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Esse Partido
Nacional está em foco diariamente, na imprensa do país, notadamente no jornal
onde o Conselheiro escreve, cujas "manchetes" são célebres pelo
tamanho e espalhafato. É o mais discutido. É o mais combatido. É o mais
exaltado. É o que mais impressiona.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Pois bem. O
Conselheiro ignora, ou finge ignorar tudo isso. Ou antes: nem finge nem deixa
de fingir, não sabe nem deixa de saber, porque é da natureza dos Conselheiros
serem apalermados, e todo o seu prestígio vem exatamente dessa palermice que
uns interpretam como simples "morrinha", outros como dispepsia.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">O Conselheiro
sempre foi assim, e si não fosse, não seria Conselheiro. Si chove, ele nem
finge, nem deixa de fingir que sabe estar chovendo, e diz o chavão que serve
para a chuva ou para a seca:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">- Isto, o que
nos falta é chuva.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Em se tratando
deste caso do tal Partido Nacional outra não podia ser a frase do Conselheiro.
Um Partido para ser realmente partido deve ter um arsenal de sobrecasacas, de óculos,
de guarda-chuvas, de urotropinas para os artritismos, sal de frutas para o
figadozinho, retratos a óleo, um carregamento de "ex", (ex-senador,
ex-ministro, ex-presidente, ex-futuro candidato ao Catete), uma sobrecargazinha
de banquetes laudatórios, um bom sortimento de "medalhões"... Isso
sim, é um Partido, segundo a concepção do Conselheiro.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Mas o
Conselheiro vê as coisas mal paradas. O raio deste progresso tem arrasado tudo
o que era tradição e brilho no país. Antigamente, um deputado era um deputado.
Hoje, eles andam por aí, na Avenida, e é preciso até certo cuidado para não se
pisar nos calos deles, pois se vulgarizaram tanto... Antigamente, um ministro
era um Bonzo. Hoje é só ir ao Cassino da Urca e pedir por boca. Outrora, um.
"nome nacional" era um "nome nacional", que enchia a boca e
cujas sílabas, o Conselheiro pronunciava untuoso e litúrgico, diante dos
profanos; mas hoje, até o sr. Borges de Medeiros, que nunca saíra do seu Tibet.,
que nos aparecia como um hierático Dalai-lama no himalaico Irapuazinho, já anda
de aeroplano, e outro dia (ó prosaísmo irritante do Século!) foi atropelado por
um automóvel!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Este Século
do radio, do avião, dos autos voando no circuito da Gávea, vulgarizou os deuses
e exigiu novos deuses!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Os deuses atuais
são de tipo diferente. Nada de hieráticos. Accessíveis. Simples. Modestos. Humanos.
Sem pose. Misturados com a turba. Sentindo o acre sabor da luta moderna. Sofrendo
as dores profundas das massas. Ágeis. E, principalmente, sem dar nenhuma importância
aos "ex", aos adjetivos arcaicos e consagradores: egrégio, eminente, ilustre,
emérito, adjetivos tão sonoros e gratos aos ouvidos conselheiraes!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Um Partido
Nacional com urgência exclama o pobre Conselheiro, com o mesmo grito de angústia
com que pede um sal de Carlsbad para os seus flatos, um supositório para sua justificadíssima
neurastenia.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">E, logo pela
sua cabeça, passa toda a Arca de Noé dos velhos medalhões, sem os quais, pensa
o Conselheiro, nada se pode fazer neste país, para que se moralize a praia, se
barateie as batatas e o pão não venha tão estragado pela manhã.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Longe de nós
dizermos ao Conselheiro que já existe um Partido Nacional, o único, o possível,
o real, o já estruturado, já realizado, já forte. Ele, o Conselheiro, Impando
os óculos, com as pálpebras molengas, perguntaria:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">O chefe é algum
ministro, governador, general? É velho? Toma sal de frutas? Que remédio usa
para seus flatos?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Estamos, na
verdade, no fim de uma época e no começo de outra. Duas gerações se despedem.
Duas interpretações da vida brasileira se chocam. Cai um crepúsculo de morte.
Em compensação, na grande noite misteriosa da Pátria, marcham as estrelas dos
destinos novos. E, mais cedo do que pode supor o Conselheiro, uma alvorada se
levantará.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">Publicado
originalmente n’<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A OFFENSIVA</b>, em 19
de Fevereiro de 1936.<o:p></o:p></p>Sérgio de Vasconcelloshttp://www.blogger.com/profile/03178265624590551381noreply@blogger.com0